"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

sábado, 12 de janeiro de 2013

Os 100 anos de Chico (parte 1)

No próximo dia 28, comemoram-se os 100 anos de nascimento de Amedeo Sangiovanni, meu pai, que muitos de vocês conheceram como “Chico” e outras tantas derivações. O Blog publicará crônicas sobre os 100 anos desse ítalo-poçoense a título de homenageá-lo e registrar a sua participação como cidadão de dois mundos - Mormanno e Poções, as terras amadas por ele.

Amedeo ou Chico?  - alguém pode perguntar.

Isso mesmo. Chico era o apelido, já que o nome Francisco foi escolhido muito antes de nascer. O pai Pietro, o registrou como Amedeo e não falou com ninguém. Nove meses depois, morria o seu pai. Anos depois, ao se providenciar uma cópia do registro em nome de Francisco, o tabelião foi quem lembrou o fato e revelou que Francisco era Amedeo.  

Em agosto de 1933, faz o serviço militar e, em 1934, vai servir no 78° Regimento de Infantaria, em Bérgamo, no norte da Itália. Em 1936, serviu a Guerra da Abissínia (Etiópia), na África. No mesmo ano, foi transferido para o Distrito Militare de Cosenza, na região da Calábria. Em 1939, serviu no 16° Regimento Fanteria Savona, de Cosenza, e embarcou para a Líbia, servindo no Comando de Zaviet, em Misurata (www.regioesercito.it).

Entre 1941 e 1943, serviu no Regimento de Infantaria, em Corigliano (província de Lecce, no calcanhar da bota). De 1943 até 1945, foi dirigente técnico em “lavori forestali” (trabalhos florestais).

Terminada a Guerra, já em 1946, aos 33 anos, casa-se com Anna Maria Caputo, em Mormanno, na cidade natal. Ali, nascem Pietro (1947) e Michele (1949).

No dia 28 de dezembro de 1951, o casal e os dois filhos partem do porto de Genova (norte da Itália) para o Brasil a bordo do navio Provence. Em 09 de janeiro de 1952, desembarcou no porto de Santos , aqui no Brasil. Veio para Salvador e, dias depois, definitivamente para Poções.

Já estabelecido em Poções, nascem Elisa Maria (1953) e Luiz Eduardo – Lulu (1956).


A família em 1956.
 Da esquerda para a direita: Michele, Pietro, Anna Maria, Lulu (no colo), Chico e Elisa.


.

4 comentários:

  1. Muito edificante a história de sêo Chico a que Poções deve muito! Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. José Carlos Leto13 janeiro, 2013

    A história de Poções jamis seria a mesma sem a decisiva participação da Colônia Italiana. Parabéns, Lulu, por revelar fatos da da vida de seu "Chico", sem dúvida um grande homem e por que não, um grande "filho" de Poções.

    ResponderExcluir
  3. Lulu,
    Linda história que a sua família proporciona para todos nós que tivemos o privilégio de conhecer e conviver com sr Chico. No início da década de 60, quando morei em Poções, percebia claramente o entusiasmo e a dedicação que ele tinha por Poções e a inabalável fé Cristã na Religião Católica. Parabéns e abraços a toda sua família.

    ResponderExcluir
  4. Rafael Sangiovanni14 fevereiro, 2013

    Tio Lu,

    Tive o privilégio de ser neto de um ser humano fora do comum.

    Suas qualidades eram tantas que não me arriscaria tentar listá-las para não correr o risco de esquecer algo.

    Quanto às suas múltiplas formas em que era conhecido, me recordo precisamente de um evento que ocorreu em uma tarde qualquer em minha casa, onde ele estava hospedado para passar uma temporada em Salvador.

    Entre um cochilo e outro no sofá da sala em quanto ele assistia televisão,vovô Chico sempre me chamava para conversar sobre várias coisas. Após tomar " um copo de água gelata que só você sabe trazer" (essa era a forma especial que ele tinha de me pedir água, sempre fazendo piadas depois como estava perfeita a temperatura e a quantidade, dizendo que eu era muito bom nesse ofício rsrsrs), falei para ele: Eu gosto tanto do senhor que quando eu tiver o meu primeiro filho vou por o seu nome nele. Após uma longa risada ele me respondeu : "Rafaelle, non faça una cosa dessas com o bambini non, Amedeo é um nome muito feio... Se realmente quiser fazer isso, ao menos chame ele de Francisco".

    O engraçado é que até esse dia eu não sabia que o seu nome de verdade era Amedeo Giovanni Sebastiano Sangiovanni. Só vim a entender a frase dele depois de um tempo.

    Essa é apenas uma das inúmeras lembranças que tenho de meu saudoso avô, a lembrança não só de uma promessa que fiz, mas a lembrança do dia que descobri que nem todo Chico é Francisco.

    Parabéns pela qualidade dos seus textos tio, que nos faz mergulhar nas histórias e nas lembranças.

    Um grande abraço de seu sobrinho que te ama, Rafael Sangiovanni.

    ResponderExcluir