"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Longe da Festa...

Acabo de chegar do lançamento do livro Love-food, do meu amigo Reinhard Lackinger, lançado no Bistrô Porto Sol, aqui no bairro da Barra. Encontrei-me com Chico Liguori e a sua espôsa Zozó Mascarenhas, conterrâneos e amigos de Poções. Falamos dos nossos parentes e muita história em curtíssimo tempo. Era papo prá rolar a noite inteira.

Chico é filho de João Liguori. Os mais velhos se lembram da sorveteria que ficava na esquina da praça com a Travessa Lions Club e que pertencia à família. Lá, foram fabricados os primeiros picolés de Poções. Um dos principais seguidores da arte foi Dão, famoso pela venda em caixas de isopor.
Um dos comentários de Chico que me entristeceu saber: Deixou de ir à Festa do Divino depois que alguns disseram que ali não era mais lugar para pessoas de outras épocas…

Leia o comentário de Peponni (Pietro Sangiovanni)
"Dão fazia os picolés na sorveteria de João Liguori, por sinal de boa qualidade. Nós não compravamos, era um luxo na época. Porém, Dão sempre dava um para provarmos. A sorveteria ficava voltada para o poente, os picolés costumavam derreter rapidamente, ficavamos com o palito na mão e o picolé no chão. Certo dia passava um filme de vampiros no antigo Cine Sto. Antonio, em determinado momento, o vampiro atacava as mocinhas para chupar o sangue, aí aparecia o artista, que em defesa da artista abria a janela para o sol entrar. Com a luz do sol o vampiro começa a derreter, ai um gaiato gritou: Olha o picolé de João Liguori, o cinema veio abaixo."

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Hino a Poções

Recebo e publico com muito orgulho o Hino de Poções, de autoria do meu amigo Ricardo De Benedictis e do saudoso Carlos Nápoli. Acesse o link para ouvir: Hino de Poções

HINO A POÇÕES (Lei Municipal de 2004)
Ricardo De Benedictis e Carlos Napoli

Só tu, Poções,
Tiveste a glória...
Na tua história
Não há sangue a lamentar...
Somos a paz, amor e fé
E alegria para dar a quem quiser...

(2ª Parte)
Teu céu azul, tuas crianças
Verdes campos, Norte-Sul,
Teu povo livre, mente sã
E a juventude, esperança do amanhã...

(3ª Parte)
Sempre Poções, torrão baiano,
Pedaço lindo do Brasil aqui está...
Braços abertos, calor humano
Pra receber quem quer que seja pra ficar...

(Volta à 2ª Parte)
Teu céu azul, tuas crianças
Verdes campos, Norte-Sul,
Teu povo livre, mente sã
E a juventude, esperança do manhã...
Teu povo livre, mente sã
E a juventude, esperança do amanhã...


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domingo, 22 de janeiro de 2012

Michele, ma belle

Por Ricardo Sangiovannihttp://ilpurgatorio.wordpress.com

Impressionou-me há uns anos, quando conheci Mormanno, paese do sul da Itália de onde emigraram meus avós paternos para o Brasil nos anos 50, a enorme quantidade de homônimos entalhados nas lápides do cemitério municipal.
Resultado – vim depois a saber – da tradição italiana de que os filhos sejam batizados com nomes de antenatos da família, respeitando certa hierarquia.
Funciona assim:
O primeiro filho homem leva o nome do avô paterno – daí ter-se chamado “Pietro” o irmão mais velho de meu pai, primogênito da família.
Nascendo um segundo menino, levará o nome do avô materno – chamou-se então “Michele” o segundo filho, irmão do meio de meu pai.
Um terceiro menino que chegue levará o nome do tio mais velho, irmão mais velho do pai (que terá sido batizado, por sua vez, com o mesmo nome de seu bisavô) – de modo que meu pai foi batizado “Luiz”, homenagem aportuguesada, tendo ele nascido já no Brasil, ao tio “Luigi”.
E assim por diante.
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Culpa da tradição, quantas saias justas já não enfrentou meu tio por chamar-se Michele. Tivesse, como meu pai, nascido no Brasil, teriam-lhe talvez batizado “Miguel” – a forma do nome em português – e tudo teria sido evitado. Mas não. De maneira que nem os cento e tantos quilos de estofo do corpanzil gigantesco, nem a barba espessa estilo Papai Noel, tampouco a lapa de chinelos tamanho 44 (45? 46?) bastam para evitar rocambolescas situações em que lhe fazem passar por mulher.
A última ele contou outro dia. Sentado na sala de espera de uma clínica, aguardava ser convocado pela recepcionista para uma consulta médica, quando um cidadão achou de puxar conversa. O homem, troglodita, derramou-se em homofobia e, sem que se lhe fosse perguntado, danou a bradar que um dia ainda matava tudo quanto era bicha existente na cidade. Porque para ele homem é homem, e tal e tal, e não sei lá mais o quê. Violento mesmo, o cabra.
Tipo calado, meu tio preferiu não lhe dar trela. Seguiram-se uns minutos, e a mocinha gritou estridente o próximo nome da lista de espera: “Senhora Michele.” Ninguém respondeu. “Senhora Michele!” Nem piu. Mais uma vez – nada.
Meu tio temeu: “E deixar esse doido pensando que eu, um homem deste tamanho, tenho nome de mulher? Vou nada!” Pois calado estava, calado permaneceu.
Deu mais dois minutos e, como a recepcionista já se desse por satisfeita com a ausência de Dona Michele, levantou-se meu tio, caminhou até o balcão e cochichou no ouvido da moça: “Dona Michele não veio. Mas se você der uma engrossadinha na voz e chamar “Senhor Miquéle”, eu respondo. Pois esse Michele Sangiovanni aí na lista sou eu.”
Assim foi feito; e passou-se à consulta.
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Meu tio não bateu boca com o sujeito; talvez devesse. Teria ajudado a demolir um tanto mais certo tradicional mau hábito, que grassa entre os heterossexuais, de não defender publicamente os direitos dos homossexuais; de não demonstrar repúdio à intolerância, sob risco de ser tachado de viado ou mesmo discriminado como simpatizante; de, a rigor, não enfrentar de verdade o preconceito interno, impregnado em cada qual de nós formados no interior de uma cultura machista ao extremo. É certo que com alguns valentões, por segurança até, convém não comprar briga em qualquer sala de espera; mas, sempre e pelos meios possíveis, é bem que marquemos posições em favor de um mundo mais afeito ao convívio, à tolerância, à democracia de fato.
Afinal, se por um lado crescemos impregnados de “tradição” desde pequenos – desde, às vezes, o próprio nome que nos é dado – , por outro, se tal tradição nos compele a alguma coisa nessa vida, é precisamente a dialogar com ela própria. Diálogo que, se franco, será certamente transformador – primeiro de indivíduos isolados, mas logo dos valores de que se constitui a própria tradição.
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Em tempo, outra anedota de meu tio Michele – outra de médico. Fez outro dia um exame, ultrassonografia ali das partes baixas. Alguém na clínica pôs assim na ficha:
“Nome: Michele Sangiovanni; Sexo: Feminino”.

Diagnóstico: cisto no ovário.


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sábado, 21 de janeiro de 2012

Augusto Rocha Lima (Gutinha)

Comunico o falecimento de Augusto Rocha Lima - Gutinha, ocorrido nessa madrugada em Poções. Era filho de Dona Sinhá e do ex-prefeito Eurípedes Rocha Lima. Deixa os irmãos José Carlos (Tim), Sirley, Maristela e Carlos (Cau Baru).
Mais um amigo que se vai prematuramente.

A minha solidariedade a familia enlutada.

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Profa. Pepetinha - Falecimento

                                          (Pepetinha na última Festa do Divino)

Recebo a notícia do falecimento da Professora Adália Profetina Schettini Longo (Pepetinha). Uma perda lamentável para a nossa cidade. Ela foi uma das mais brilhantes professoras da língua portuguesa que eu conheci e tive o prazer de ser o seu aluno no Ginásio e na "banca". Esposa de Pedro Silvino Longo e mãe de Silvia e dos meus amigos Rodrigo e Gustavo.
Os sentimentos da família Sangiovanni para os parentes descritos acima e para Dona Aracy, sua mãe, Angelina, Fernandinho e Zé, seus irmãos.

Pepetinha escreveu este comentário no Blog quando do falecimento da minha mãe:

"COM certeza D.Ana será inesquecível para nós que fomos criados e que vivemos em Poções.Tenho ainda uma lembrança dela,quando nasceu um de meus filhos, sentada na poltrona do apart do hospital ( aonde tinha ido me visitar) fazendo crochê. Outra notícia que me deixou triste foi a morte de Tom, meu amigo dos meus tempos de estudante em Jequié.Há uns anos fiquei feliz quando em seu blog tive notícias dele.Mas a vida é esse eterno passar e eterno ficar e o 'POETINHA" já dizia " para isso fomos feitos , para chorar e fazer chorar (...) por isso temos os braços longos para os adeuses". Adália Schettini Longo"

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