HISTÓRIA DE POÇÕES
TRANSCRITO DO SITE www.pocoes.ba.gov.br
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PRIMEIROS POVOADORES DE POÇÕES
Texto e foto transcritos do site http://tabernadahistoriavc.com.br do competente historiador Luis Fernandes (Vale a pena ver o site com informações importantes da história da nossa região).
Vista de trecho da Praça da Matriz e coreto de retretas - final dos anos 20
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O bandeirante João Gonçalves da Costa, certamente morou no Arraial dos Poções, onde nasceu o seu filho Manoel Gonçalves da Costa, conforme testamento de Manoel Gonçalves da Costa encontrado no Arquivo da Primeira Vara Cível da Comarca de Vitória da Conquista na pasta de 1850 a 1859.
No entanto, instalaram-se no arraial o seu cunhado, Themotheo Gonçalves da Costa, juntamente com os dois filhos Bernardo e Roberto Gonçalves da Costa, iniciando o processo de povoamento dessa região, em finais do século XVIII. Bernardo, inclusive, conforme registro do seu testamento já nasceu nos domínios do Arraial dos Poções, conforme consta na Resolução nº 1.986, de 26 de julho de 1880, que diz que a “Villa dos Possoens” foi primitivamente povoação, “creada”por Themotheo Gonçalves da Costa, com seus filhos Bernardo e Roberto Gonçalves da Costa [...] Pela lei nº 1.848 de 16 de setembro de 1878 foi “erecta” em“freguesia”, sendo seus limites os dos “districtos” de Paz dos “Possoens” e“Areião”, e foi elevada à categoria de “villa” e como tal separada do município da “Victoria”, pela Resolução nº 1.986 de 26 de julho de 1880, mas só instalada a 25 de abril de 1883.
Estabelecer fazendas para a criação de gado se tornou a principal atividade econômica dos bandeirantes que se instalaram nos domínios do Arraial dos Poções. É considerável a quantidade de gado em todos os inventários analisados, dentre os maiores pecuaristas, se destacam: Raymundo Gonçalves da Costa (1801-1832/1834-1839) com 330 cabeças de gado vacum, avaliados em 1.815$000 (um conto e oitocentos e quinze mil réis), em 1839; Joana Maria da Graça (1844-1846) com 82 cabeças, avaliadas em 927$000 (novecentos e vinte e sete mil réis), em 1845; Rozaura Gonçalves da Costa (1850-1859), com 41 cabeças, no valor de 533$000 (quinhentos e trinta e três mil réis), em 1850; Joana Gonçalves do Espírito Santo, em 1898, ainda conta com 22 cabeças de gado, dentre outros.
Dentre os inventários analisados, um em especial chamou a atenção: o inventário do padre Manoel Mendes da Costa (1846), este, um dos primeiros padres a residir no Arraial, senão o primeiro, conta com uma grande variedade de bens; sendo o único que consta de um canavial de 50 braças em quadro, uma panela de alambique, o objeto mais caro do referido inventário, avaliada por 32$000 (trinta e dois mil réis); com casas de morada no Arraial dos Poções na Fazenda Pavão; 26 cabeças de gado vacum, cavalos, mulas, éguas; além de três escravos: Julia, cabra de idade de quarenta e cinco anos avaliada em 700$000 (setecentos mil réis), Dionísio, cabra avaliado em 1.000$000 (um conto de réis); e, um moleque de nome Antônio, cabra avaliado também por 1.000$000 (um conto de réis), sendo estes, os escravos mais caros dos relacionados nos inventários analisados.
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O GRANDE CORAÇÃO de BRAS - Série: Figuras de Poções
Ricardo De Benedictis
Nem um busto na praça, nada na memória do município sobre o grande benfeitor de Poções - Biaggio (Bras) Labanca, cuja usina termoelétrica iluminou por várias décadas a vida do poçoense, parando com a sua morte. Daí em diante a tradicional e progressista Poções teve que ficar sem energia por muito tempo, até que o governador Lomanto Junior mandou instalar nova usina, alguns anos depois.
Fala-se que Labanca não recebia pagamento da iluminação pública há anos e que as contas particulares mal davam para a manutenção dos seus geradores... Por isso, morreu pobre, mas deixou grande legado para os filhos Miguel, Gilberto e Giuseppina.
Registre-se a ingratidão de todos os prefeitos de Poções para com o grande homem que foi Biaggio Labanca. A cidade ainda lhe deve um busto em praça pública.
Nas décadas de 1940 e 1950 deste século, vários personagens faziam parte do cenário poçoense. Naquele tempo Poções servia-se da energia termoelétrica oriunda de um grupo gerador pertencente ao italiano Bras, simpático, de baixa estatura, meio gorducho..
Ele era representante do Banco do Brasil, uma vez que, até então, a cidade não dispunha de agências bancárias e, também nesse mister, prestou relevantes serviços à comunidade...
A iluminação pública - com toda a sua infra-estrutura, era pois, de sua propriedade. As residências recebiam energia das 18 às 23 h. Lembro-me bem que, cerca de 15 minutos antes do desligamento total, a usina desligava e ligava a rede de distribuição alertando os consumidores para a interrupção dos serviços. Outro sinal era emitido faltando 5 minutos para às 23 h. Aí era um corre-corre danado. Todos se animavam para enfrentar a escuridão. Os que se encontravam pela rua despediam-se dos amigos e corriam para casa. Os que se encontravam em casa, ou dirigiam-se para o quarto de dormir ou tratavam de acender lampiões, fifós, candeeiros, lamparinas e velas. Às 23 horas, a cidade adormecia por completo ou quase por completo. Dai por diante, vez por outra, ouvia-se o apito de um guarda noturno durante a madrugada não sendo comum qualquer tipo de algazarra, a não ser em épocas festivas do Divino Espírito Santo, Carnaval, São João, Natal e Reveillon, quando a energia era gerada até às 4:30 h. por determinação das autoridades.
Dia após dia, noite após noite, repetia-se esse ritual que haveria de durar enquanto durasse a vida de Brás.
Mas haviam os contratempos. Defeitos no grupo gerador não eram constantes, mas aconteciam.
A frente da usina termoelétrica dava para a rua Apertada, posteriormente batizada de Olimpio Rolim. Os fundos davam para a atual rua da Itália. Nestas ocasiões, era um Deus-nos-acuda.
Munidos de lanternas à pilha, íamos para a usina assistir as tentativas, na sua maioria com êxito, do conserto das máquinas. Em determinado momento Bras gritava os auxiliares Leocádio e Nicola Leto, pedindo-lhes que tomassem tal providência, ora Leocádio, ora Nicola eram alternadamente chamados por Brás que tinha voz tonitruante, de se ouvir a 50 metros. E era aquele trabalhão, com ameaças de disparar o motor. Até que acontecia o melhor. O gerador funcionava, inicialmente em baixa rotação e, num crescendo, chegava ao ritmo ideal para que pudesse ser ligada à rede de distribuição. Aí ouvia-se dos quatro cantos da cidade, gritos de alegria em coro: era o momento de glória... Todos se cumprimentavam felizes... Poções, então, sorria ao som daquele monstro de aço que era comandado pelo grande coração de Bras...
_________________Munidos de lanternas à pilha, íamos para a usina assistir as tentativas, na sua maioria com êxito, do conserto das máquinas. Em determinado momento Bras gritava os auxiliares Leocádio e Nicola Leto, pedindo-lhes que tomassem tal providência, ora Leocádio, ora Nicola eram alternadamente chamados por Brás que tinha voz tonitruante, de se ouvir a 50 metros. E era aquele trabalhão, com ameaças de disparar o motor. Até que acontecia o melhor. O gerador funcionava, inicialmente em baixa rotação e, num crescendo, chegava ao ritmo ideal para que pudesse ser ligada à rede de distribuição. Aí ouvia-se dos quatro cantos da cidade, gritos de alegria em coro: era o momento de glória... Todos se cumprimentavam felizes... Poções, então, sorria ao som daquele monstro de aço que era comandado pelo grande coração de Bras...
Transcrito do livro As uvas, onde estão as uvas? de Pedro Sarno
NOTÍCIA PUBLICADA EM PRIMEIRA PÁGINA DO JORNAL “COMÉRCIO” DA
CIDADE DE POÇÕES, DATADO DE 29 DE MARÇO DE 1952. DIRETOR RESPONSÁVEL DR. RUI
ESPINHEIRA E REDATOR CHEFE SR. MIGUEL LOPES FERRAZ,
TÍTULO: CONFERIDA AO SR. CORINTO SARNO, A COMENDA DA ORDEM
DE CASTELLA
Em cerimômia havida no dia 21 do corrente, às 17 horas, em
casa do Sr. Corinto Sarno, foi conferida pelo Conde Sordi, a comenda da Ordem
Real dos Cavalheiros da Castella.
Ao conferir aquele título honorífico, por delegação de sua
Alteza Real, o Príncipe Franciscus Ferdinandus Walter Borbone, usou da palavra
o Conde Antonio Sordi, enaltecendo a personalidade do Sr. Corinto Sarno, como
homem de bem, pelas suas virtudes cívicas e morais, fazendo do trabalho um hino
em cuja liça venceu com dignidade e honradez, sendo uma pessoa de elevado
conceito social em Poções, graças ao mérito das suas ações, fazendo ainda
projetar o seu nome no alto comércio da Bahia. Em seguida falou o Revmo Padre
Honorato Nascimento Andrade, fazendo suas as palavras do Conde Antonio Sordi.
Agradeceu por último, o Sr. Corinto Sarno.
Estiveram presentes ao ato, entre outros, o Conde Sordi,
Padre Honorato, Cavalheiro Braz Labanca e o tabelião Saturnino Macedo. O “Comércio”
que esteve presente à solenidade na pessoa de um dos seus redatores, Eurycles
Macedo, registra o acontecimento com indizível satisfação, dando acolhida às
expressões do Conde Sordi, por acertadas que foram.
Não resta dúvidas, o Sr. Corinto Sarno tornou-se credor de
muito do Povo de Poções. É um cidadão que honra a sua Pátria, a Itália, e aqui
o temos como Brasileiro, pois, em todas as questões ou dificuldades de Poções,
a sua influência, o seu prestígio, a sua palavra é um estímulo e um valor que
se junta para o progresso e a elevação da terra.
Foi distribuído aos presentes taças de fíníssimo vermute ao
encerrar a solenidade.________
Poções - 1928
Fonte: Exímius do
Os
Naquela
No
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muito bom
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