"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

quinta-feira, 29 de março de 2012

Água de barata

Semana passada, estava na casa de amigos para um churrasco. Do nada, apareceu um papo sobre baratas. A questão era saber como uma barata poderia chegar voando até o 14º. andar. 

Os mais experientes diziam que era impossível. Naquela altura, só se viesse da casa do vizinho, disse um dos amigos. O outro, retrucou e disse ser totalmente possível a barata ser voadora – elas vem voando dos prédios da beira mar para os prédios maiores da Av. Manoel Dias. Fazem escala e depois voam para os prédios mais altos.

Mas, barata e churrasco nunca combinaram e os amigos quiseram encerrar o assunto. Eu não deixei antes de contar a minha história.

Foi em Poções, na loja dos meus tios. Eles tinham o costume de tomar no meio da tarde uma garapa, um suco e, depois, um café. Eu gostava de jogar uma bolinha nas gramas e andar com uma bicicleta Caloi. No final da tarde, suado e cansado, fazia uma pausa na loja para filar o resto da garapa.

Havia um quartinho escuro onde as prateleiras serviam como uma pequena mesa. Nessa tarde, eu cheguei com tanta sede e não havia mais a garapa – só uma garrafa com água que foi deixada no dia anterior. Não contei conversa, comecei a beber diretamente no gargalo e tomei uns 10 goles. Alguma coisa estranha na água e parei imediatamente para ver o que era. Não deu outra:

- uma barata daquelas grandes e já afogada.

Chega, senão ninguém vai comer mais…falou Jorge Roberto, meu amigo que tem medo de baratas até em fotografia.

Depois disso, não coloco a boca no gargalo sem ohar o que tem dentro.

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quarta-feira, 28 de março de 2012

Chico Anysio em Poções

Calma!
Essa foi a frase que escrevi na pesquisa do Google e não retornou nada positivo. Mas, será que Chico Anysio andou mesmo em Poções? Claro que ele não andou. Deve ter passado por Poções, em 1938, quando saiu de Maranguape para ir morar no Rio de Janeiro. Quem sabe, qual o meio de transporte - Lombo de burro, nas carrocerias dos caminhões Ford ou Chevrolet ou qual outro meio?

Você pode até pensar que sou meio louco em buscar uma informação dessas na internet. Não tenho dúvidas – eu não sou nem meio, nem louco e não vou achar resposta. Eu queria que ele tivesse passado na cidade em outra época. Se tivesse a oportunidade de ir a uma sessão de cinema teria criado, de cara, três personagens para a escolinha de Raimundo – Luiz Bosteiro, Dôca e Lino Carregador.

Poções sempre foi um celeiro de bons humoristas e piadistas de plantão. Bastava um circo, uma tourada ou um filme para associarmos o artista com alguém da cidade. O circo ia embora e ficávamos repetindo o “apelido” do cidadão. Até um nome de tanque de guerra que apareceu em um filme virou apelido.

Enfim, vão ficar as expressões, os apelidos e os personagens. Foi embora aquele que sempre manteve as lembranças vivas dessa nossa criatividade.
 
Viva Chico!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Isabel e Dé de Zabé

Sumiram as rezadeiras. Depois da velha Marcolina, só me lembro de Bel, a mãe de Cosme e Damião.

Em julho de 2011, em Capela do Alto Alegre, interior da Bahia, fui procurar por outra dona Isabel e não a encontrei. Fiz menção no blog e coloquei a foto dela no meio da roça de milho, que meu amigo Guilherme Junot tinha nos seus arquivos.

Recentemente, voltando de Jacobina, insistimos em procurar a rezadeira. Parece que o carrego era grande e uma força nos puxava para aquele lugar. Afinal, três pesos (eu, Guilherme e Vanderkleison – nome de centroavante do Bahia). Lugar simples, fogão a lenha e cozinha tomada pela fumaça de alguns tições que queimavam para esquentar uma “chicolateira” de café. No meio da sala, as cabras criadas ali na fazendola de Dé Simão, o Dé de Zabé, e da rezadeira Isabel.

Enquanto ela estava no terreiro pegando as folhas, Dé (José Francisco da Silva), 73 anos completados em 20 de agosto, contava as histórias de Zabé. “Ela curou um menino que ficou no hospital internado por dias e os médicos o liberaram para Zabé fazer o trabalho e dá remédio para gases – O menino ficou bom no mesmo dia com as rezas dela”.

Nos dividimos. Dois escutavam as histórias enquanto o outro era rezado. Não foi diferente da “abrição de boca” da velha Marcolina. Isabel respirava fundo e rezava. No final das rezas, o carrego era grande e o resultado foi: "Todo mundo de olhado e dos brabo".

De tão exaurida que ficou, o consolo foi ouvir Dé de Zabé dizer que aquilo era normal na vida de Isabel Souza da Silva, 69 anos de idade e 45 de rezadeira. "Ela reza esse povo todo daqui da região e ainda viaja para rezar gente grande na capital".

O casal nos fez acreditar que o alívio momentâneo não é somente com a reza e sim com a simplicidade. Me fizeram voltar ao passado.

Meus amigos Guilherme e Kleison, depois daquele dia, contaram que os negócios progrediram devido ao peso que eles carregavam. Vai duvidar?

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domingo, 11 de março de 2012

Pedro Marcos

Leio nos sites de Poções a notícia do falecimento de Pedro Marcos Ferreira Ramos, Marquinhos de Dôca, vítima de acidente automobilístico no centro da cidade.

Marquinhos foi meu vizinho durante anos na Rua da Itália, onde convivemos nas brincadeiras e no cotidiano daquele lugar. Na última festa do Divino, lembramos de casos vividos na nossa rua e da atenção que ele teve no cuidado com os meus pais.

Era filho de Florisvaldo Cruz Ramos e Zilda Ferreira Ramos, já falecidos. Deixa a filha Bruna Renata e os irmãos Antonio, Paulinho, Eraldo, José Francisco, Zilovaldo (Bada), Adriana e Alex.

Aos meus queridos vizinhos, os sentimentos por esta perda prematura.


A família, através de Alex e Bruna, convida a todos para a Missa de 7 dias do falecimento de Pedro Marcos, a ser realizada na Igreja Matriz de Poções, no dia 21 de Março de 2012.


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