"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

31 de dezembro

O 31 de dezembro era um dia muito especial em Poções. Mais que a passagem do ano, o dia da confraternização na festa do Clube Social. Um corre-corre para se arranjar o paletó que coubesse na medida para usar como traje da festa – só era permitida a entrada da pessoa trajando paletó e gravata. O nó da gravata, uma preocupação a mais. Em épocas mais recentes, mais maleáveis, se permitia o uso de camisa cacharrel com paletó – última moda.

O réveillon era muito concorrido e tinha a participação de famílias inteiras distribuídas pelas mesas numeradas, reservadas ou vendidas com bastante antecedência. Essa coisa de ceia nas casas era apenas para aquelas famílias que não frequentavam as festas do clube de forma alguma. A grande maioria estava presente na festa desde as vinte e duas horas.
Meia noite em ponto, a banda anunciava a passagem do ano e todos se cumprimentavam, ficando uma metade da hora só para isso. Eram cumprimentos respeitosos, sinceros e tradicionais. Naturalmente, a gente atrasava o convite da dança para poder cumprimentar um amigo ou uma família inteira – dançar era secundário.

Depois dos cumprimentos, sempre rolava uma galinha assada que as pessoas levavam e colocavam sobre as mesas, enroladas em papel celofane vermelho. Uma ação natural - era permitida e de bom costume. O bar do clube apenas fornecia bebidas, mas não impedia que o seu associado levasse para a mesa a garrafa (ou as garrafas) de uísque NatuNobilis, Passport, Old Eight ou Bell´s, os mais comuns, e aquela velha Sidra Cereser. Cerveja e refrigerantes complementavam as variedades de bebidas.
Um grande festa que rolava até o amanhecer do dia. Geralmente, via de regra, o réveillon não tinha as famosas brigas do clube devido ao espírito de paz que a própria festa trazia.

No dia seguinte, era famoso o almoço das famílias. Um encontro para saudar o novo ano e reunir aqueles que não estavam na festa.
Um grande abraço e Feliz 2013 com ares dos anos 70.

 
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Um comentário:

  1. Lulu,
    Com esta crônica, você me fez recordar os bons REVEILLONS que passei em Poções. O dia 31, me fez lembrar o dia primeiro de janeiro, quando ainda em Mormanno, pedia-mos em dialeto: CAPO D'ANNO E CAPO DE MISI FAME LA STRINA CHE MAI PRUMISO.
    Libonati

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