Hoje, pela manhã, caiam
alguns pingos de chuva e tomamos um taxi de um hotel para o lugar onde teríamos
uma reunião. Mais de uma quadra de distância entre os dois lugares - corrida pequena.
Tem uma pessoa em
Salvador que é o meu cabeleireiro, faz serviços de taxi e, quando me aperto, leva o
meu sogro ao médico, ou quando estou sem carro é ele quem quebra os meus galhos. Se
chama Edgar. Mora no Jardim Caiçara, em Brotas. Na verdade, um conversador de boca
cheia – pergunta sobre tudo e me conta um monte de histórias, inclusive da
família dele.
Voltando a história de
hoje, no taxi, Robson perguntou ao motorista de onde ele era, já prevendo a
possibilidade de ser alguém de Poções (leia a história de Agripino, da Terra do Divino, aqui no blog). O rapaz disse que era de Salvador e já nos sentimos à
vontade para adiantar mais conversas.
Nos perguntou se Salvador
estava esburacada e disse que, de dois em dois anos, quando vai lá, cobram
pedágio para passar nas ruas porque vai de carro com placa de fora. Eu
perguntei logo pela sua família e onde morava: – Somos cinco irmãos e tem um apenas
em Salvador, que não quis ficar em São Paulo, faz serviço de taxi também e
mora em Brotas!
- Meus pais tem uma
terrinha em Itaberaba e também sempre dou um pulinho por lá, completou.
Eu estava no banco de
trás, lendo umas mensagens e fiz conta com as histórias de Edgar. O cara tem um
irmão em Salvador, tem taxi, todos moram em São Paulo e os pais tem uma
terrinha em Itaberaba. Eu já conhecia essa sequencia de história. Logo levantei a cabeça e
disparei a pergunta.
- Por acaso você é irmão
de Edgar?
A reação foi imediata. Assustado, olhou para trás e os dois olhos pareciam mais faróis de trator de
pneu. Vi logo que as feições eram parecidíssimas com as de Edgar, até o topete
do cabelo. Umberto se surpreendeu com a pergunta e ficou mudo, só sorria. Robson se divertia com a
resposta e impressionado pela rapidez das colocações.
De imediato, liguei para
Edgar e perguntei se ele conhecia algum motorista de taxi que pudesse me
indicar aqui em São Paulo: - Claro, tenho um irmão que se chama Betinho.
Trabalha aí. Tu tá precisando?
- Pera aí, que eu vou
passar o telefone para uma pessoa aqui anotar, disse. Passei o telefone para Betinho e
ele foi logo dizendo: - Mano velho, veja só a coincidência, o cara te conhece,
como esse mundo é pequeno!
Ai em Salvador, o susto
foi maior. Edgar estava todo emocionado e me fez um pedido:
- Dê uns conselhos aí,
que de vez em quando ele apronta umas!
- Vai ficar pra próxima
vez, pois a corrida chegou no seu destino, respondi.
Mais uma vez a prova que
esse mundo é pequeno. Quando voltar, vou pegar o taxi de Betinho para ele me
contar as histórias de Edgar.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário