"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

quinta-feira, 28 de março de 2013

O verde do Opala do Pino


Quando os meus filhos eram crianças e a gente viajava para Poções, eu fazia a brincadeira de contar animais que apareciam nos dois lados da pista. Isso os distraia e a viagem parecia ser mais rápida. Como cada lado tinha um dono, eu escolhia a frente como sendo o meu. Até dava pra contar uns animais na pista, soltos – cada animal era um ponto.

 Mas, eu escolhia encontrar algo mais interessante que os animais – um Opala verde.

Se cruzasse um na pista eu tava feito – fazia muitos pontos. Possibilidade de encontrar um, apenas próximo a cidade de Santo Estevão, onde a população de Opalas fora-de-linha dominava. Mas, porque o Opala verde?

O que fazia toda a diferença e tornava especial era a história de Pino. O Opala verde foi uma troca de um fusca, que Pino tinha comprado de Gervásio Moura, o de placa VS-0048. Falta, agora, explicar quem é Pino – ele é o meu primo Giuseppe Sola, o filho de Giovanni Sola, irmão de Bruno Sola, e contar a história do verde do Opala.

Essa história, no original, é de Gilmar Magalhães, o Gilmar de Maneca. Como eu já disse antes, o maior conhecedor das histórias de Giovanni.

Meu tio era muito “bairrista” com relação ao fusca do filho Pino. Elogiava o carro porque foi desenvolvido para a guerra, não precisava de água e resistente, motor atrás…

Eis que chega o dia de trocar o fusca pelo Opala 4 portas que pertencia ao Sr. Almir Protásio, sogro de Pino. Eu já havia viajado de carona uma vez para Poções com o Sr. Almir. Chamava a atenção quando ultrapassávamos outro veículo. Realmente, o Opala era muito bonito, mas era um verde cana atraente.
Opala verde (foto: site Mercado Livre) 
 Pino foi visitar o pai em Poções. Durante o almoço de domingo, Gilmar encontra com Giovanni, que logo foi contar do Opala verde, fazendo elogios imensos, no sotaque italiano muito carregado.

- Mas, seu Giovanni, o senhor falava tão bem do fusca, perguntou Gilmar.

- Olha meu caro, aquele lá era um “cazzo de una casseta” (uma merda de caixa). Se bate de frente com um caminhão morre todo mundo. Agora, o Opala, se bater, demora de chegar no motorista, tem um motor quase do tamanho do fusca, na frente. Isso é que é um carro.

- É seu Giovanni, tá certo! E o senhor gostou da cor?

- Olha meu caro Gilmar, o verde da tua calça é bonito, mas o verde do carro do Pino é muito mais bonito!

Esse era tio Giovanni, meu padrinho de crisma.

Boa Páscoa a todos.

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