Tem tardes de domingo que a praça toma ares de cidade fantasma. Eu costumo dizer que todos fugiram porque explodiram uma bomba atômica. Isso é sinal de cidade pacata, pensam os outros. Fidélis do Arroz, mais radical, já dizia: Cidade que tem alto-falantes e quebra-molas não serve mais para morar. Também, não é assim – se acostuma.
No mais, ainda quando existia o bar de Alex, dava para tomar uma e trocar meia hora de prosa com Paulin de Doca. No carnaval, Paulin disse que já havia jogado no bicho e apostado nas duas vacas (00 99), que é o número da placa do meu carro e garante que, quando ganhar, vai me dar uma vaca, pelo menos. Agora, ele faz dupla com Juzinho Nápoli. Conhecem e contam muitas das histórias da Rua da Itália, confirmadas por Ito Pezão.O "zumbido" dos motores das motocicletas é constante e parece que circulam dentro de casa (por mais que não queiramos, o silêncio de Conquista é mais paradisíaco para dormir que em Poções. Lá não tem muriçoca e nem motocicletas circulando o tempo todo).
No vazio do passado, o rádio trazia muito mais sensação e companhia. Sentado na varanda, eu observava o mesmo movimento e os cavalos eram as motocicletas. Mesmo à noite, tinha vezes que passava um bêbado montado e parecia que ia despencar da sela. O cavalo sabia o caminho de casa.
Ouvia as paradas de sucessos, comum em qualquer estação de rádio. As músicas eram outras que não cabem nos potentes sons dos carros de hoje. “Férias na Índia” e “A Namorada Que Sonhei”, de Nilton César, eram as mais tocadas, preferidas e pedidas por cartas. Na radiola de Paulin de Doca, a gente quase furava o disco, como se dizia quando tocava uma música sem parar. A radiolinha acolchoada, com a tampa em duas partes, mista de pilha e luz, vendida na Insinuante, era o sucesso. E o sucesso? todos nós sabíamos a letra:
“Receba as flores que te dou. Em cada flor um beijo meu, são flores lindas que te dou, rosas vermelhas com amor, amor que por você nasceu...”
Naquele tempo, vendo o sobe e desce das pessoas, sintonizava meu radinho Semp, portátil, e ouvia a Ave Maria, as paradas e as resenhas esportivas. Rolava o dial da direita para esquerda com o ponteiro guiado por um cordão, até a hora em que as estações anunciavam A Voz do Brasil ao som de “O Guarani”, de Carlos Gomes:
“Em Brasília, dezenove horas...”
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QUE COMENTAR EM MEIO A TANTAS SAUDADES,EU AMO MEU POÇOES!!!!!
ResponderExcluirEU ESTOU MUITO FELIZ DE TER ENCONTRADO TEU BLOG,MEU IRMAO ESTEVE EM MINHA CASA E NAO ACREDITOU QUANDO VIU ,TANTAS,LENBRANÇAS ELE TANBEM ADOROU,AO CONTRARIO DE VOÇE EU TOMEI BANHO DE AÇUDE E BRINQUEI NO PARQUE EM FRENTE A PREFEITURA,NAMOREI MUITO NO JARDIM DOS PASSAROS AI,AI QUE SAUDADE BJSSSSS
ResponderExcluirUma vez mim encontrei com uma pessoa ,que mim disse que quando conseguiu sair de poçoes ela ,antes de entrar no onibus,chacualhou a terra que estava dentro do sapato,para nunca mais voltar a poçoes,eu fiz contrario,eu coloquei terra de poçoes em um saquinho,e quando a saudade e demais eu abro saquinho e cheiro,so para matar saudade bjs
ResponderExcluirTENHO UMA FOTO NO JARDIM DOS PASSAROS, QUANDO EU TINHA 5 ANOS.
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