Meu amigo e irmão Lourival, o rei Baltazar, em 2008 (Foto: Ricardo Sangiovanni) |
Quem acompanhou a cruzadinha eucarística de
Dona Fetinha sabia o quanto era difícil ser algum personagem nos ternos de Reis
ou na semana Santa, na igreja de Poções.
Em todo evento religioso, havia a
caracterização de um personagem bíblico. Fetinha escolhia sempre pela presença
na igreja, nas missas. Zé Marinho, seu neto, tinha lugar cativo no papel de apóstolo, de um dos Reis Magos e um cargo não tão bíblico, o de porta estandarte. Isso nos
deixava furioso. Às vezes, revezávamos esses “papéis”, mas tinha que ter o aval
da nossa líder. Melchior e Gaspar, dois dos reis, eram sempre disputados na
surdina, entre nós da cruzadinha.
Portanto, quem não foi Rei Mago em Poções?
Mesmo no papel de Baltazar, que era um rei
negro, tinha concorrência - Uma vez era assumido por Lourinho (Lourival), outras
por João Queiróz ou por Rosivaldo (Nêgo Rosi), pois eram nossos colegas negros.
O tempo passou. Fomos para o curso de
admissão e o Vanderlei (Nêgo Vando) tratou de colocar apelido em todo mundo. Omoplata
era um deles, pois dizia que era quem andava com a mão no ombro do outro.
Tenaz, porque a amizade era muito boa e o cara colava mesmo. Sobrou para
Lourinho o apelido de Baltazar, por ter sido um dos mais famosos Reis Magos de
Poções.
Solidificamos o apelido durante o curso do
Ginásio e ficou até hoje. Além do apelido, uma amizade daquelas que não precisa de muito grude, de
cola Tenaz, mas de grande qualidade quando a gente se encontra – um verdadeiro
encontro de Reis.
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