"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

525

Bem na subida da igreja matriz, onde hoje é o Centro Comercial Francesca Fasano, funcionou a Companhia Telefônica de Poções, no final dos anos 60. Um grande salão, uma central telefônica e as baterias de alimentação do sistema. Três funcionários e capacidade para 50 telefones apenas.

A CTP foi fundada por um grupo de pessoas entre elas Corinto Sarno, Otávio Curvelo, Fernando Antônio Schettini, Pedro Cunha, José Palladino e outros que não me vêm na memória.

Apenas existiam alguns cabos telefônicos troncos. As outras ligações eram feitas de pares simples de fio telefônico desde a central até o local da instalação. Lembro-me do cidadão, o técnico chamado Arivaldo puxando os fios, poste a poste. Foram instalados telefones Ericson, modelos utilizados em extensões – sem os discos de números, fabricados de baquelite na cor preto.

A central era manual, permitia talvez 10 ligações por vez. Os assinantes levantavam o gancho e uma luz acendia no mostrador da central. A telefonista, (Gessy Almeida, foi a primeira) conectava um cabo verde, atendia e recebia o pedido de ligação. Conectava com o outro número através de um cabo vermelho e girava uma manivela para acionar a campainha do telefone na casa do receptor. Um sistema moderno para a época e que permitia o funcionamento mesmo se faltasse energia. O serviço funcionava 24 horas.

O telefone lá de casa foi instalado e o sistema ainda não funcionava. Eu ficava treinando a receber ligações e imitando como se estivesse falando com as pessoas. Assim ficamos por um bom tempo e ansiosos para que o telefone funcionasse.

Numa manhã de sábado, enfim, foi efetuado o primeiro teste. Eu estava sozinho em casa e ouvi aquela campainha estridente tocar. Era o 525 na sua primeira ligação. Sai correndo, procurando por alguém e gritando – o telefone ta tocando... o telefone ta tocando...

Importante registrar o fato por ser a introdução do telefone na nossa cidade. E se o fato é histórico, perdi a oportunidade de receber a primeira ligação no 525 e entrar para o Guiness Book.

Depois, com o passar do tempo, cheguei a ajudar várias vezes na operação da Central. O meu tio Corinto Sarno era o gestor financeiro do negócio e me responsabilizou de fazer a cobrança mensal usando uma bicicleta Caloi, de cor azul. Os formulários de cobrança eram feitos na Tipografia de Alcides Batatinha e todo mês saia entregando e recebendo a taxa mensal.

Na minha lembrança ficou o registro de alguns números de telefones. Quando a Tebasa encampou o serviço, os telefones de três dígitos foram substituídos por telefones de sete dígitos. Hoje, quem tem o telefone na sequencia 3431-1001, 1002, 1003... são os originários dos de três dígitos, os primeiros telefones de Poções.

Quem souber de números antigos de três dígitos e o nome do seu primeiro comprador, me mande para efetuar o registro da história do telefone em Poções. Meu amigo Telson trabalhou um bom tempo na CTP e pode ajudar a lembrar.

Alguns números: 501 - Edvaldo Coletor; 502 – Pedro Cunha; 503 - Padre Honorato; 504 – Omar Rocha e Silva; 505 - Usina da Coelba; 506 - Bar de Arnóbio Andrade; 507 - Correios; 508 – Casa do Promotor; 509 - Pedro da Barreira; 510 – Emílio Sarno; 511 – Farmácia Santana; 512 - Banco do Brasil - Sub Gerencia; 513 - Banco do Brasil - Carteira Agrícola; 525 – Amedeo Sangiovanni; 527 – Corinto Sarno; 530 – Bar de Duca; 543 – José Palladino; 548 – Arnulfo Ramos Silva (Lulu); 550 – Giovanni Sola; 551 – Fernando Antônio Schettini; 555 – Nelson Santana; 559 – Vicente Ventura; 563 – Marcolino Melo Ferreira.

Colaborou: Jorge Dantas (Bufão)

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