"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O Divino maranhense

De São Luís, Maranhão
Na terra de São José de Ribamar, nem tudo corre o risco de desabar. Passei por um casarão com o título de Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho. Chamou-me a atenção a letra caída no letreiro de identificação e algumas fantasias expostas no salão inferior, bem na entrada do prédio, o que me fizeram entrar naquele lugar. Eu não tinha nenhuma referência nem indicação para passar por ali e nem me lembrava das diversas culturas do local.

Fui atendido por um jovem de nome Paulo Vitor, estudante e guia do lugar, que demonstrou com simplicidade e desenvoltura o conhecimento de todas as obras expostas no espaço. Foi uma aula.

As fantasias do primeiro salão eram referentes ao carnaval maranhense. Nos salões seguintes, estavam expostas as peças que indicavam a vinda de escravos para o Maranhão, as culturas religiosas da umbanda e do candomblé, bem como a feitiçaria – são visíveis as diferenças e similaridades com a cultura da Bahia.

Depois de passar pelo salão da maior cultura maranhense, o bumba-meu-boi, fomos para um outro salão onde a exposição era muito popular para mim – a da Festa do Divino.
Tambores das Caixeiras do Divino
 A Festa do Divino é forte em Alcântara, no outro lado da ilha de São Luís, e se espalha por várias cidades do estado. Uma tradição com moldes na história portuguesa, estruturada com a presença das figuras do imperador, imperatriz e os mordomos. A presença das mulheres negras ligadas às religiões afro-brasileiras se dá de forma especial com as Caixeiras do Divino, que conduzem rituais de manifestação popular e religiosa cantando e tocando caixas (tambores).

Fica aqui registrado o crescimento dessa festa em muitos locais do estado do Maranhão e em outras cidades do interior do Brasil, sempre como a conservação de uma cultura religiosa. Nós, poçoenses, mudamos a forma de comemorar e deveremos tomar cuidado para que se perpetuem as nossas tradições e encontremos uma maneira harmoniosa de mantê-la.

Fazendo justiça, louvem-se as iniciativas de José Onildo - com o Museu Nilza Fagundes Marques, e o IECEM - com o museu na Festa do Divino. 

Vindo a São Luís, não deixe de visitar o Centro de Cultura, localizado no Centro Histórico, bem perto do IPHAN.

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3 comentários:

  1. E comer uma caldeirada de camarão.... noooosa!!!
    você conseguiu ir comer?

    Sérgio Queiroz / O cabeça de Melão

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  2. Lembrei do refrigerante "Jesus", você já comentou sobre ele. Ainda existe? Bebeu? rsrsrs.

    Abraços.

    Sérgio Queiroz

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  3. Serjão,
    Jesus tá durando mais que muitos papas. Mesmo a coca comprando a marca, não conseguiu extingui-lo.
    Jesus tá moderno, tá enlatado...

    Me disseram que gostar mais de Jesus que o maranhense, só mineiro.
    Deus é mais...

    Já a caldeirada virou luxo. Quando fui ao Mercado do Peixe, onde era possível comer a preços mais baixos, o buteco já estava fechado.

    Lulu

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