Na terra de São José de Ribamar, nem tudo corre o risco de desabar. Passei por um
casarão com o título de Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho. Chamou-me a
atenção a letra caída no letreiro de identificação e algumas fantasias expostas
no salão inferior, bem na entrada do prédio, o que me fizeram entrar naquele
lugar. Eu não tinha nenhuma referência nem indicação para passar por ali e nem me lembrava das diversas culturas do local.
Fui atendido por um jovem de nome Paulo Vitor,
estudante e guia do lugar, que demonstrou com simplicidade e desenvoltura o
conhecimento de todas as obras expostas no espaço. Foi uma aula.
As fantasias do primeiro salão eram referentes ao
carnaval maranhense. Nos salões seguintes, estavam expostas as peças que
indicavam a vinda de escravos para o Maranhão, as culturas religiosas da umbanda e do
candomblé, bem como a feitiçaria – são visíveis as
diferenças e similaridades com a cultura da Bahia.
Depois de passar pelo salão da maior cultura
maranhense, o bumba-meu-boi, fomos para um outro salão onde a exposição era
muito popular para mim – a da Festa do Divino.
Tambores das Caixeiras do Divino |
A Festa do Divino é forte em Alcântara, no outro
lado da ilha de São Luís, e se espalha por várias cidades do estado. Uma
tradição com moldes na história portuguesa, estruturada com a presença das
figuras do imperador, imperatriz e os mordomos. A presença das mulheres negras
ligadas às religiões afro-brasileiras se dá de forma especial com as Caixeiras
do Divino, que conduzem rituais de manifestação popular e religiosa cantando e tocando
caixas (tambores).
Fica aqui registrado o crescimento dessa festa em muitos
locais do estado do Maranhão e em outras cidades do interior do Brasil, sempre como a conservação de uma cultura religiosa. Nós, poçoenses, mudamos a forma de comemorar e deveremos tomar cuidado para que se
perpetuem as nossas tradições e encontremos uma maneira harmoniosa de mantê-la.
Fazendo justiça, louvem-se as iniciativas de José Onildo - com o Museu Nilza Fagundes Marques, e o IECEM - com o museu na Festa do Divino.
Fazendo justiça, louvem-se as iniciativas de José Onildo - com o Museu Nilza Fagundes Marques, e o IECEM - com o museu na Festa do Divino.
Vindo a São Luís, não deixe de visitar o Centro de Cultura, localizado no Centro Histórico, bem perto do IPHAN.
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E comer uma caldeirada de camarão.... noooosa!!!
ResponderExcluirvocê conseguiu ir comer?
Sérgio Queiroz / O cabeça de Melão
Lembrei do refrigerante "Jesus", você já comentou sobre ele. Ainda existe? Bebeu? rsrsrs.
ResponderExcluirAbraços.
Sérgio Queiroz
Serjão,
ResponderExcluirJesus tá durando mais que muitos papas. Mesmo a coca comprando a marca, não conseguiu extingui-lo.
Jesus tá moderno, tá enlatado...
Me disseram que gostar mais de Jesus que o maranhense, só mineiro.
Deus é mais...
Já a caldeirada virou luxo. Quando fui ao Mercado do Peixe, onde era possível comer a preços mais baixos, o buteco já estava fechado.
Lulu