De São Luís, no Maranhão
Ontem, fui fazer fotos do centro histórico da cidade
de São Luís. Passou um policial civil e me disse: - “Cuidado pra que essas casas velhas não caiam sobre a sua cabeça”,
alegando que a culpa é do governo, que não faz nada. Quando soube que eu era
baiano, perguntou: - “A situação na
Bahia é a mesma, não é não?” - "Bastante parecida!", respondi.
Mais adiante, enquanto fotografava um casarão, também
deteriorado, passou uma senhora e disse: -
“Essa casa aí é de um espanhol que comprou pra reformar. Já fazem quatro anos e
o governo não permite”.
Casarão abandonado em São Luís - Maranhão |
O governo, segundo os dois, chama-se IPHAN, o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que é uma autarquia vinculada
ao Ministério da Cultura para a preservação também desses casarões dos centros
históricos.
Já o jornal de hoje, aqui em São Luís, anuncia
em primeira página que o Governo Federal, através dos recursos do PAC, vai reformar mais de
40 casarões no centro histórico dessa Capital.
Essa verba está mais que atrasada se tomarmos como
comparação o estado dos prédios. A condição deles é, literalmente, tão "fértil" que a vegetação
nasce espontaneamente nas paredes e telhados.
Casarão escorado na Conceição da Praia, em Salvador |
Já o policial tem razão de perguntar pela Bahia,
principalmente sobre os velhos casarões do nosso centro histórico de Salvador,
escorados e esperando que as tragédias ocorram. Uma coisa é igual nos dois centros - a recomendação dos policiais de que devo me cuidar com o equipamento fotográfico para não ser roubado.
Enquanto as reformas não chegam, a história se perde
na falta de competência e desqualificação dos nossos governantes.
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