"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Pablo e o bar sem nome

Tem umas coisas que só acontecem em Poções, principalmente quando as ações não são premeditadas. Eu estava procurando lugar para tomar uma cerveja no início de noite da sexta-feira antes de ir para Morrinhos. Dei uma volta e fui parar no Bar de Wartão, pois tinha um movimento de pessoas e sei que ali a cerveja é (bem) gelada.

Entrei e fui logo conversando com a pessoa que tomava uma cerveja no balcão. Ainda tinha meia cerveja na garrafa quando me ofereceu compartilhar a bebida. Nos cumprimentamos e ele jogou logo o assunto  sobre o mafioso Michele Caputo, que havia sido preso há bastante tempo:
- Ah, foi Michele que me contou e você sabe que todo italiano é mafioso, disse o interlocutor.
Não contei história e complementei: -  E esse daí, tinha o mesmo nome do meu avô. Quando levei a minha mãe para atualizar a carteira de identidade para estrangeiro na Polícia Federal, em Ilhéus, brinquei com o policial que nos atendeu e disse: Ela é filha do mafioso Michele Caputo!. O policial levou um bom tempo pesquisando na sala vizinha ao atendimento e depois nos disse que não havia chances de ser o Michele mafioso o meu avô.

Eu tenho boa memória e guardo fisionomias. Mas, dessa vez, a memória me traiu. A fisionomia era bastante familiar e pensava: - quem é essa pessoa? Lançava umas iscas para ver se identificava:
- Acho que eu me lembro de você. Você não carrega o mastro na Festa?

Ele respondeu: - Não, eu não participo destas coisas de igreja!

Mudamos o assunto e, de novo, mais uma tentativa de identificação:
- Quem é seu pai?
- Sou filho de Alonso!

 Amarelei de novo. - Ah, eu sei quem é mais não estou me lembrando!

- E o seu nome?

- Lulu, eu sou Pablo, aquele que você pegou cerveja no meu bar no dia que desceu do beco dos Artistas, quando estava conversando com Bruno Sola, seu primo!

- Ah, rapaz, agora caiu a ficha. Você é aquele que fica com o som na maior altura durante a Festa do Divino?

- Isso, sou eu mesmo!

- E porque você está tomando cerveja aqui? Perguntei.

- Eu só tomo uma e vou trabalhar porque no bar eu não posso beber. Você sabe que dono de bar é psicólogo, conselheiro, meio que faz tudo e outra dia um bêbado tava brigado com sua mulher e veio me pedir opinião. Imagine se ele fizesse o que orientei. Portanto, a gente não pode beber para manter as idéias no lugar. Dono de bar é até detetive. Mas, vamos mudar de assunto. Eu me lembro que seu Chico, seu pai, botava as cadeiras sobre o passeio na porta da casa para a gente não passar de bicicleta, aquelas monaretas BMX!
No meio de um tira-gosto de peixe frito, resolveu pagar a conta e tomarmos a saideira.

O bar de Pablo não tem nome, mas fica na esquina do Beco dos Artistas, onde funcionou a farmácia Brasil, de Dr. Ari Alves Dias e Joaquim. Disse que no ano que vem vai colocar o nome.
- E qual será o nome?

- Ainda não sei !!!

Fui embora e ele ficou esperando outro tira-gosto de peixe.

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