"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Agripino, da Terra do Divino

Nesse exato momento, 17:14hs de 09.12.2001, estou sentado na varanda da nossa casa de número 17 da Rua da Itália, em Poções, de onde me vem a inspiração e a lembrança de tantas passagens boas, escrevendo um fato interessante. No vai-e-vem do carro do som do CDL de André da Ótica, na passagem de algumas pessoas que fazem questão de me cumprimentar e outras que lembram da minha época, como uma filha de criação do velho José Domarco, um italiano muito amigo da nossa família, vindo de Mormanno, sul da Itália.

Outros passam, olham e, na timidez, apenas balançam a cabeça como se estivesse dizendo boa tarde. Mas, Gaso Santana parou para dois minutos de prosa e Norbertin veio me vender uma rifa.

Tudo isso ao som de um chorinho tocado no alto-falante da cidade.

Vamos ao fato interessante. Fui parar na Fórmula 1 na companhia de nove colegas de trabalho. Ganhamos uma campanha de vendas promovida pela gigante das empilhadeiras, a Hyster. Quatro deles tentaram me seduzir para que abandonasse o treino de sábado para acompanhá-los até a famosa rua 25 de Março. “Meu, tô fora!!!”, como diz o paulistano. Aquilo lá é um inferno nos dias que antecedem o Natal.

Não tinha trezena de Santo Antônio ou novena do Divino que me fizesse ficar de fora do treino da F1. Eles foram por conta própria, sozinhos, seguindo o mapa que havia rascunhado em um guardanapo.

Já no início da tarde, em meio ao barulho dos carros, recebo uma ligação de Gilson Lopes, o cara de Sarney. Exaltado, dizia: San, fale aqui com um conterrâneo seu!

Fiquei apreensivo em saber quem poderia ser. Quem aqueles caras acharam? Estavam voltando em um taxi e naquela conversa de onde é, pra onde vai, rolou a identificação de serem todos baianos. E de onde você é? Prontamente respondeu: de Poções… me chamo Agripino!

Ficaram sobressaltados e para confirmar perguntaram se me conhecia. Claro que não. A segunda pergunta foi: E Tonhe Gordo, sabe quem é? Ele sabia.

Confirmação feita, veio a ligação e no meio do barulho pude identificar que era da família de Plínio Cunha e que vem sempre a Poções durante o Natal e Ano Novo.

Pense agora, no meio daquela imensidão que é São Paulo, você entrar em um taxi e encontrar um conterrâneo de um amigo que poderia estar ali naquele momento e por insistência ficou de fora dessa oportunidade.

Muita coincidência. E o cara de Sarney ainda teve a coragem de pedir para Agripino fazer a corrida de graça, por conta da coincidência.

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