O rio São José é represado no açude e o excesso de água desce pelo vale onde tem as pontes, rumo a baixada da Cachoeirinha.
Quem vê aquele canal, certamente se lembra das enchentes. Não imagina quantos problemas já trouxe para Poções. Hoje, o canal está feito. As enchentes acabaram.
Numa certa tarde, o céu ficou escuro e caiu uma tromba d´água nas cabeceiras do açude e no canal que passa defronte ao Isaias Alves. A água ficou retida nas duas praças e invadiu a Deocleciano Teixeira.
Era muita água. O povo correu para a parte alta da Rua da Itália e aguardava mais inundação. Dali, da porta da Tipografia de Alcides Batatinha, diziam: “o muro do açude caiu, o muro do açude caiu”. Era esperar pelo dilúvio, pois o açude São José inundaria a cidade.
Uma cena que me lembro como se fosse hoje. Desesperados, com as crianças, estava Carlos Rizério e Dona Célia. Eles moravam na Praça do Coreto e se livravam da inundação, mas bastante assustados com a notícia.
Em meio ao desespero, muitos comentavam o assunto e percebiam que a água não chegava. O que era desespero passava a ser alívio.
Na Praça da Igrejinha, onde hoje é “O Gaiolão”, havia um terreno baldio murado, bem ao lado do açougue de Seu Miguel. O muro era utilizado para propaganda política (uma delas era do Plínio Salgado).
Tanta chuva que o muro não resistiu à força dela. Bastou alguém gritar que “o muro do açougue caiu” para entender que “o muro do açude caiu”.
Enfim, o dia em que um erro de comunicação transformou o muro em um dilúvio.
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Estou adorando ler seu Blog.
ResponderExcluirInterrompi para escrever que nesse dia da inundação, minha mãe desesperada pede prá Sr. Abel me levar para a farmácia do Sr. Fábio, e eu muito envergonhada atravesso a praça de mão dadas com ele. A loja dele tinha uma ventilação pequena que dava para nosso quintal e todas as vezes que eu passava, botava a boca no buraco e gritava ABEL CAGÃO, ABEL CAGÃO, e só parava quando ele vinha, naquele passinho tá fundo tá raso, com aqueles suspensórios reclamar (devia ser insuportável) Ele sempre se queixava com meu pai.
Muito bom seu blog.
ResponderExcluirGina como sempre aprontava e muito bem rsrsrsr. Faltou comentar das tempestades de vento, que as antenas de TV, saiam voando pelas ruas.Adorei as festas no clube muita saudade.
faltou Alcides retratista (meu pai)
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