"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O muro do açude

O rio São José é represado no açude e o excesso de água desce pelo vale onde tem as pontes, rumo a baixada da Cachoeirinha.

Quem vê aquele canal, certamente se lembra das enchentes. Não imagina quantos problemas já trouxe para Poções. Hoje, o canal está feito. As enchentes acabaram.

Numa certa tarde, o céu ficou escuro e caiu uma tromba d´água nas cabeceiras do açude e no canal que passa defronte ao Isaias Alves. A água ficou retida nas duas praças e invadiu a Deocleciano Teixeira.

Era muita água. O povo correu para a parte alta da Rua da Itália e aguardava mais inundação. Dali, da porta da Tipografia de Alcides Batatinha, diziam: “o muro do açude caiu, o muro do açude caiu”. Era esperar pelo dilúvio, pois o açude São José inundaria a cidade.

Uma cena que me lembro como se fosse hoje. Desesperados, com as crianças, estava Carlos Rizério e Dona Célia. Eles moravam na Praça do Coreto e se livravam da inundação, mas bastante assustados com a notícia.

Em meio ao desespero, muitos comentavam o assunto e percebiam que a água não chegava. O que era desespero passava a ser alívio.

Na Praça da Igrejinha, onde hoje é “O Gaiolão”, havia um terreno baldio murado, bem ao lado do açougue de Seu Miguel. O muro era utilizado para propaganda política (uma delas era do Plínio Salgado).

Tanta chuva que o muro não resistiu à força dela. Bastou alguém gritar que “o muro do açougue caiu” para entender que “o muro do açude caiu”.

Enfim, o dia em que um erro de comunicação transformou o muro em um dilúvio.

3 comentários:

  1. Estou adorando ler seu Blog.
    Interrompi para escrever que nesse dia da inundação, minha mãe desesperada pede prá Sr. Abel me levar para a farmácia do Sr. Fábio, e eu muito envergonhada atravesso a praça de mão dadas com ele. A loja dele tinha uma ventilação pequena que dava para nosso quintal e todas as vezes que eu passava, botava a boca no buraco e gritava ABEL CAGÃO, ABEL CAGÃO, e só parava quando ele vinha, naquele passinho tá fundo tá raso, com aqueles suspensórios reclamar (devia ser insuportável) Ele sempre se queixava com meu pai.

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  2. Muito bom seu blog.
    Gina como sempre aprontava e muito bem rsrsrsr. Faltou comentar das tempestades de vento, que as antenas de TV, saiam voando pelas ruas.Adorei as festas no clube muita saudade.

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  3. faltou Alcides retratista (meu pai)

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