"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

terça-feira, 3 de abril de 2012

Mário Mamão

Não só me lembro da turma do Ginásio de Poções como também da minha turma de faculdade, aqui em Salvador. Depois de forçar a barra para passar em algum vestibular, consegui entrar para o curso de Administração de Empresas da EAEB – Escola de Administração de Empresas da Bahia, hoje denominada Facs, que comemora 40 anos de existência.

Lá pelos meados da década de 80, faziamos o curso noturno de Administração de Empresas. No meio de tantos jovens, formamos um grupo coeso de colegas apenas com aqueles que trabalhavam. Luiz Carlos Andrade, o mais experiente e o nosso “chefe”, era Gerente do Banco Itaú do Comércio, Luiz Cláudio Castro na Aliança de Seguros, Josemar Ferreira Carneiro era o Gerente da Caixa de Candeias, Raul Noya (dono da Movecil) e Mário Mamão, um jovem que apenas estudava e nos admirava pelo fato de trabalharmos. Tão jovem que me lembro das grandes espinhas no rosto.

Mário, todo dia me perguntava se eu era o dono da Pizzaria Don Giovanni, que ficava defronte ao Barravento. Associava o nome Sangiovanni com Don Giovanni. Acreditou tanto nessa possibilidade que caiu na armadilha de Luiz Carlos.

 – Caputo (como eu era chamado), porque você não dá uma cortesia pro Mário?

- Certo Luiz, Mário realmente merece!

Resolvi atender ao pedido de Luiz. Peguei um pedaço de papel e escrevi: VALE UM JANTAR e rubriquei para mostrar bastante autenticidade.

Mário, sorrindo, perguntou:  – Posso levar minha namorada?

– Claro, Mário, você pode levar toda a sua família, semana passada eu fui lá com a minha, disse Luiz.

Chamei Luiz em particular e perguntei:

- Será que a gente não vai complicar Mário? E se ele estiver sem dinheiro?

- Não se preocupe, ele tem conta na agência, eu pago o cheque.

Semana seguinte, Mamão chegou resmungando que o Gerente da pizzaria não havia acatado o vale, que não reconheceu a assinatura e ele teve que pagar a despesa, apresentando a nota fiscal para comprovar que havia ido lá.

Luiz, sem pestanejar, disse: - Caputo, dê um visto na nota e ele volta, janta e apresenta a nota assinada, já que está com crédito.

- Será que ele vai aceitar dessa vez? perguntou Mário.

Grande saudade dessa turma desfeita pelo tempo. Assim, estudamos vários anos e convivemos entre as salas de aula, os trabalhos em grupo e a barraca de Tia, a baiana do acarajé, tomando cerveja.

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