"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

sexta-feira, 5 de março de 2010

Dormindo no cinema

Sempre tem um bom filme em cartaz. Agora é o tal do Avatar, bem na semana do Oscar, depois da febre dos Harry Potter.

Gostava muito de cinema, de filmes policiais e muita ação. Ando meio preguiçoso até mesmo para assistir a um filme na TV. Lembro-me do dia em que o velho cine Santo Antônio exibiu o clássico "O Mágico de Oz". Coincidentemente, ganhei o livro de presente dado pelo meu padrinho Antônio Libonati. Aproveitei a oportunidade de levar para a porta do cinema e mostrar que havia lido, orgulhosamente, aquela edição de capa dura, com a figura do homem de lata.

Já em tempos mais próximos, aqui em Salvador, quando inauguraram os cines Iguatemi I e II, fui com minha mulher assistir a um filme de arte. Era a história de um bando de ciganos e filmado em estúdio, dirigido por um dos medalhões do cinema mundial – não me lembro o nome do filme e nem do diretor. Detestei, dormi o tempo todo. Quando despertava, a chatice era a mesma. Em respeito a ela, preferi dormir a ter que sair no meio da projeção.

No final, na saída, encontrei um cliente de nome Jairo. Ele mexia com máquinas pesadas, meio fechadão, o que me fazia julga-lo em não entender nada de filmes de arte. Cumprimentei-o e achei que ele tivera a mesma impressão sobre o filme.

- Olá meu amigo, tudo bem? Que filme! que filme, hein Jairão? nunca assisti nada assim... Fiz bico e balancei o queixo para baixo.

De imediato, Jairo respondeu: - Um verdadeiro espetáculo de arte, você viu? Aqueles ciganos cortejavam da mesma forma que os animais cortejam. Dão a volta em torno da fêmea. Um belo espetáculo! - falava e gesticulava, imitando o animal.

De imediato, soltei uma resposta cheia de verdades: – Você tem razão, nunca vi algo parecido. Há anos não vejo um filme dessa natureza. Dificilmente assistirei a outro!

Não sei o que ele entendeu (ou se entendeu).

Vou continuar dormindo e sonhando com a tela do Cine Santo Antônio.


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