"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Só mesmo em Poções" - Parte 2

Colocar tela colorida na televisão
Quem não se lembra daquelas telas plásticas, tricolores, que eram colocadas na frente da TV, parecendo que a imagem era colorida?

Chá dançante no mela cueca
Bastava uma radiola e a moçada já estava ligada no chá dançante que acontecia no mela cueca. Como se dançava ao som de uma radiola de pé, os discos iam caindo um sobre os outros – de sacanagem, colocaram o disco do hino Nacional Brasileiro e o povo dançou – chamaram a polícia e todos foram depor na delegacia.

Bola de mangabaNa feira, vendia-se uma bolinha feita de mangaba. Durava pouco tempo pois ela “despelava” e não resistia ao sol.

A polícia adverte: É proibido fumarEssa era a frase que estava em um dos avisos luminosos com letras vermelhas e ficava acesa durante as projeções do cine Santo Antônio. Tinha um outro aviso do outro lado da tela mas não me lembro os dizeres.

As cortinas vermelhas do cine Santo AntônioDuas cortinas vermelhas de tecido grosso separavam o salão do cinema com a sala de entrada. Tinha época que o cheiro das cortinas era insuportável.

Catar gabiraba e tomar banho na CachoeirinhaEsse era o maior passeio turístico em Poções. A gabiraba, uma pequena fruta, entrou em extinção.

Passear todas as tardes de C10
C10, uma caminhonete Chevrolet, e Carlinhos Rizério o piloto. Todas as tardes o passeio era certo: Pituba, Rua de Conquista, Rua de Morrinhos, Rua São José, Rua de Boa Nova, Lagoa Grande e campo de aviação.

Beijar o pé do senhor morto na sexta feira da paixãoDeus sabe quantas vezes eu beijei os pés do senhor morto. De tanto ser beijado, já tinha um buraco no dedão do pé.

Tomar cachaça ao lado da igrejinhaAo lado da igrejinha tinha um espaço vazio, coberto e era lá que a gente fazia ponto pra beber e tocar violão.

A igreja com os santos cobertosNa semana santa, os santos eram cobertos com panos roxo.

O beija péNa quinta-feira feira o padre reunia doze pessoas para a cerimônia do lava-pés.

Assistir jogo do AtléticoTodo domingo era certo assistir aos jogos do Atlético de Tonhe Luz, lá no campo da Rua de Morrinhos.

Ir na rezadeiraBastava qualquer a coisa não dar certo e a gente dizia que tava de “olhado”. Era passar a velha Marcolina que eu pedia para ser rezado. Coitada, abria a boca no final da reza e dizia que era “olhado” puro. Quando eu demorava de ir a Poções, mandava uma camisa usada para ser rezada e depois tinha que vestir sem lavar – passava o “olhado”.

Pescar garrafa na barraca de MitucaNa festa do Divino era sagrado passar na barraca de Mituca para pescar garrafa com argola no lugar do anzol.

Chupar picolé de Dão no bar de João LiguoriO bar de João Liguori foi uma das primeiras sorveterias. Tinha ali um picolé de côco cheio de pequenos pedaços da fruta ralada. Só que era feito na salmoura e Dão deixava contaminar com aquela água salgada.

Manteiga enlatadaMorrinhos tinha uma fábrica de manteiga enlatada mantida pelo Sr. João Vitória. Comum as pessoas comprarem as latas diretamente do produtor.

Bicicleta Hércules
Tive uma bicicleta Hércules, aro 18, fino, herdada de meus irmãos, que eu a chamava de “calanga”. Como era difícil achar câmaras de ar nessa bitola, colocava pedaços de mangueira de água e rodava tranquilamente pelas ruas.


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2 comentários:

  1. apesar dessas histórias terem acontecido em Poções, bem longinho daqui, elas sempre têm um "gostinho de saudade" dos velhos tempos! Adoro passar pelo seu blog!!!

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