Em homenagem a Desireé Brito de
Melo, afilhada, amiga da nossa família, professora e que nos deixou precocemente em 2009, vítima de um grave acidente automobilístico na cidade de Itabuna - Bahia.
Nicinha, de Anfilófio Rodrigues,
passou na loja de Chico com a letra da música “Dio come ti amo”, de Gigliola
Cinquetti, para ele traduzir para o português. Ela queria cantar no programa de
calouros.
“Eu não entendo de música,
traduza aí para ela.”, me disse. Fiz o que foi pedido, mas foi ele quem
entregou a tradução. Ela tirou nota máxima e considerou Chico como o seu padrinho musical. Na semana seguinte, pediu outra tradução.
Não recusava atender a um pedido, dos mais simples aos menos comuns. Não recusava os pedidos para ser padrinho de batismo, casamento, formatura,
etc.
No domingo pela manhã, vestia um paletó,
colocava a fita de Congregado Mariano no bolso, esperava minha mãe se aprontar
e iam para a igreja – era um batizado.
Me lembro de um rapaz que morava
no Departamento (conjunto de casas dos funcionários do DNER) e trabalhava no açouque de Samuel Abreu e o escolheu para ser o padrinho
do casamento. O rapaz não chegava na igreja e ele foi na casa para saber o que estava
acontecendo. O noivo, sentado tranquilamente, esperava por meu pai para
ajudá-lo a vestir a roupa. - Desculpe seu Chico, eu esqueci de avisar ao senhor esse costume!!!
Pela quantidade de afilhados que
teve, algumas pessoas chegavam na loja
para tomar a benção e ele atendia. Depois, se alguém perguntasse quem era,
respondia: - É afilhado, não me lembro bem quem, porque era muito pequeno quando foi batizado.
Sem pensar ainda em escrever essa
crônica, recebi no mês passado, uma foto de Sérgio Libonati comentando
no email o orgulho de ter tido Chico e Anna como padrinhos. Eu tenho certeza
que a recíproca era verdadeira, pois ele sempre se lembrava do evento e do fato de
ter sido Sérgio, o filho de Libonati, seu amigo dos tempos de Mormanno.
Já idoso, recebeu o convite para
ser padrinho de Juana, filha da minha prima Sílvia e do amigo João Novaes. Uma
distinção que orgulhosamente sempre comentava, mesmo achando que já estava com
a idade avançada para o cargo.
Depois dos eventos, passado algum tempo, chegavam as
fotografias. Os pais ou afilhados mais velhos traziam com grande orgulho e grata retribuição
no verso.
Encontrei essas fotos nos álbuns
deles, guardadas com muito cuidado:
Chico, Desireé Melo e Anna Maria - 1977 |
O afilhado William César Fagundes Moraes (Juninho) |
O casal com Sílvia Santos |
Anna Maria e Patrícia Lago |
Chico, Eliane, Sérgio Libonati e Anna Maria |
Juana Sarno Novaes (foto: Eduardo Sarno) |
Obs: Gostaria de receber o contato dos afilhados aqui mencionados e todos os outros.
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Lulu,
ResponderExcluirVocê realça muito bem as qualidades de Chico,ao lembrar que "ELE não recusava atender a nenhum pedido." Era a sua característica:homem prestativo, generoso,sempre pronto para servir.
Abraços,
Libonati
Lulu,
ResponderExcluirO afilhado do batizado é William Cesar Fagundes Moraes (Juninho), filho de Dida e Biu,
Que emoção esse texto!! Que honra ter Chico como padrinho... ❤️❤️❤️
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