"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

Sobre o autor


luiz.sangiovanni@gmail.com

Nesse mundo abarrotado de excelentes escritores e cronistas, aparece mais um desenquadrado, desenterrando velhos arquivos de lembranças e rascunhos passados a limpo.

Ainda estou ligado à Terra do Divino. Nunca anotei, mas acho que não deixei de falar ou pensar em Poções um dia sequer. Não é simplesmente dizer: nasci em Poções!. Exerço o meu direito de votar na 36ª seção da Escola Alexandre Porfírio, um lugar especial. Foi naquela escola que estudei o primário. Votar ali traz uma lembrança inestimável. Uma pena que eu não goste de política.

Na festa do Divino, padroeiro de Poções, na sexta feira, sobre o cavalo, eu me emociono com a demonstração de fé do nosso povo e, depois, no sábado, com a devoção dos moradores da Lapinha na hora do mastro. Eu e meus amigos, carregamos o mastro – de ponta a ponta, da Lapinha à Igrejinha, como diz Jorge de Ucha e os meninos de Maneca.

Mais pro passado: estudei na Escola União das Classes, que funcionou no antigo Clube Social e depois na Maçonaria, com a Profª Deusdinéa. Fiz banca com Dona Zirinha. Estudei no Centro Educacional de Poções e fui aluno de Irundy, Noélia, Glorinha, Renam, Pepetinha, Tereza Martins, Beatriz Martins, Élia França, Sargento Severino e tantos outros. Naquela época, cantávamos o hino Nacional e estudávamos EMC (Educação Moral e Cívica). Marchava nas paradas de 7 de setembro - uma vez resolvi tocar corneta na banda (de tanto treinar, feri a boca e fiquei de fora no dia da parada). Fiz parte da gloriosa quarta série que marcou época e comemorou 30 anos em 2000.

Aprendi o catecismo com Dona Fetinha e com as Freiras. Fui coroinha junto com Tonhe Gordo e viajamos todo o interior do município com o Padre Honorato. Tenho muitos amigos e alguns se foram, deixando grandes lembranças. Não sei se dei sorte ou azar, mas nunca tomei banho no açude. Minha infância foi na rua da Itália com os meninos de Seo Dôca, Zé Marinho, Remo, Nandim. Catei gabiraba na estrada da Cachoeirinha. Joguei bola nas “grama”. Torci pelo Atlético de Tonhe Luz e fui reserva de lateral direito no time de Aziz, o Cruzeiro.

Filho dos eternos e sempre presentes “seu Chico” e "dona Anna" Sangiovanni. Sou casado com Bete “uma poçõense” que é Moitinho e também Fagundes. Temos dois filhos - Carla e Ricardo. Meus genros Alan e Laura, coincidentemente de mesmos sobrenomes - Oliveira. Ele mineiro e ela goiana. São três lindos netos - Milena, Francisco e Daniel. Sou irmão de Michele, Pepone e Elisa. São tantos os meus sobrinhos queridos. Sou tio avô de Mel, Maria Giulia, Maitê e Mila (filhas de Marcelo e Márcia), João e Maria (filhos de Rodrigo e Carla), Pietro Miguel (filho de Bruno e Talita) e Alice (filha de Rafael e Isabela).

Nego Rege e Marão me chamam de Bebé Chorão. Mufula diz que sou filho de Chico Sarno (nada a ver um Chico com o outro).

Defendo a melhor posição geográfica para a nossa cidade. Quando me perguntam se Poções é aquela cidade entre Jequié e Conquista, de pronto respondo: - Não, Jequié fica antes de Poções e Conquista fica depois de Poções!

Sentia uma verdadeira alegria quando o Poções jogava e podia ver os gols no Fantástico – todo mundo sabia que a nossa cidade existia. O Poções ainda existe e tenta se reerguer.

Vou vivendo, escrevendo e pensando nessa bela cidade. Só peço que cuidem dela. Já deixarei o pedido para que lá depositem as minhas cinzas.
.

4 comentários:

  1. com certeza sou da sua familia ...filha de toonhe banana...manda noticia

    ResponderExcluir
  2. Que bela forma de contar a história da nossa cidade parabéns.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Em pleno 2021 encontro esse blog e me traz tanta alegria e emoção que até parece que vivenciei toda essa história linda da nossa Poções-Bahia.
    Gratidão por registrar tantas lembranças fantásticas de sua vivência e também da história de Poções. Meu vô e ainda vivo Durval Santana 97 anos também fez parte desse tempo grandioso de tantas transformações nessa encantadora cidade.
    Cíntia dos Santos Silva

    ResponderExcluir