domingo, 26 de dezembro de 2010
Lala Carvalho e Triat´uan em Iguaí
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Feliz Natal
Uma das mensagens mais interessantes de Natal eu recebi dos meus cunhados Ricardo e Juliana. Ele é um daqueles cunhados carrapatos que comemoram até jogo de palito. Ela é de uma simplicidade incomum e de bem com a vida. Neste ano, realizaram o desejo de morar no mesmo prédio que moramos. A mensagem mostra o carinho que eles têm com a gente e, também, de forma recíproca. Portanto, escolho essa mensagem de final de ano para o meu Blog.
Um grande abraço e Feliz Natal a todos!!!
"Mais um ciclo chega ao seu final deixando como aprendizado que os anos não se repetem, uma vez que cada um tem a sua peculiaridade, o seu formato, cabendo a nós decidir o tom que ele vai ganhar e como ficará marcado nas nossas vidas.
Alegrias e tristezas não foram feitas para serem vividas na solidão e por isso é tão importante a participação de cada um de vocês no nosso convívio, no nosso processo de crescimento espiritual, na consolidação e concretização de nossos sonhos, projetos, como companheiros dessa jornada fascinante que é a VIDA.
E família tem esse sentido: o de sairmos dos nossos casulos em busca da casa, do colo, do aconchego do outro. Amar é mudar de casa, como sugere o poeta, é exercício de descobrir dentro de você uma disponibilidade enorme de amar o outro com todas as suas limitações e fragilidades.
Assim, nada é mais gratificante do que ao término de cada ano celebrar e principalmente agradecer todos os acontecimentos com o coração vibrando de positividade, esperanças e confiança naquele que é o motivo de toda essa comemoração.
Então, que neste Natal a riqueza não seja material, mas seja de significados, na alegria de termos as pessoas que amamos ao nosso lado e podermos oferecer a elas não o que gente tem, mas o que a gente é.
Caminhos de luz no ano que virá.
Com Amor,
Juliana e Ricardo."
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Cascalho - Um filme de Tuna Espinheira
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Geração Band on the run
Foto Arquivo: Gina Risério
Os discos chegavam e eram reproduzidos em fitas cassetes gravadas diretamente no som da radiola, cheio de chiados e o barulho dos clik´s do botão play – era difícil “gravar direto” (cabo do gravador ligado direto no auxiliar da radiola). Em cada capa, dava para enxergar a evolução do grupo. Os cortes de cabelos e os trajes eram copiados.
Em abril de 1970, foi anunciado o fim da banda Beatles. As barracas do ginásio na Festa do Divino não seriam as mesmas sem os novos lançamentos. A música de Paul McCartney “Another Day” dava alguns sinais de sobrevivência da banda. Era possível sonhar com a volta dos Beatles diante dos boatos que as rádios anunciavam. Cada vez que a “banda da maçã” do compacto duplo rodava no prato da radiola, ajudava a alimentar a idéia. A invasão da música dos ingleses continuava. Passava-se a admirar Pink Floyd e Elton John.
Em 1974, a esperança já não sobrevivia. O mito McCartney estava mais do que vivo e só, lançando o LP com a música Band on the run. Vivíamos de casa em casa procurando um lugar para fazermos uma festa, um espaço para curtirmos a música. Enfim, era Band on the run, a música de dois ritmos, aquela que nos trazia de volta os bons tempos dos Beatles.
Agora, em 2010, McCartney nos presenteia com esses shows fantásticos no Brasil e com Band on the run no repertório, o que nos dá a impressão de ouvir pela primeira vez esse hino da nossa juventude.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Almoço anual da Família Sarno
É uma confraternização anual e já se realiza há mais de 30 anos e congrega os descendentes de Fedele Sarno e primos das famílias Orrico Sarno, D´Andrea Espinheira e Sangiovanni.
Vale registrar a importância da família Sarno para Poções, onde participou ativamente na cultura, no comércio e desenvolvimento geral da nossa cidade junto a outros bravos imigrantes italianos. Registrei a presença de algumas pessoas ainda ligadas à Poções: Juracy e Fidélis de Boa Nova, Railda Sarno, Luizito, Fernando e Heloina, Elisa, Pepone e Zilma, os irmãos Ada, Zé Fidélis e Eduardo Sarno, Paulo e Teca Espinheira, Silvia Sarno e João Novaes, entre outros.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Poçõenses viajam pela Terra Santa
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Traços de União - A Banda
Assim foi, os jovens Fagundes sempre ficaram ligados musicalmente. Os anos passaram e ainda existe aquela nostalgia de Poções nesse grupo. Berecó, Jeová e Robertinho (com menos cabelos e mais massa muscular) estão aí. Nos comentários abaixo, Sena se lembra do Fase Cinco. Eu me lembrei dos ensaios na Rua Senador Costa Pinto, aqui em Salvador.
Parabéns pela continuidade, parabéns pelo sucesso!!! Quem sabe, poderemos ver esse sucesso retornar aos palcos da nossa Festa do Divino.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Alina Fagundes Santos
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Um ano de Blog - Comentários
Eles nos trazem as emoções, as lembranças, a saudade e o carinho que também se transformam em histórias. Agradeço a todos vocês por estarem juntos!!!
Lulu
Lembro da velha Marcolina, ia sempre lá em casa. Na época que tinha avião Poções-Salvador minha mãe contou para ela a viagem que havia feito e ela perguntou se tinha muita poeira! A velha Marcolina era uma pessoa simples e muito prestativa e as flores que fazia eram belíssimas. Esta foto, mostrando tia Lina, tia Ana e Annina Sarno é um registro importante da integração dos italianos com o povo de Poções em geral. Esta era uma característica dos nossos italianos, se relacionavam e bem com a cidade toda, não eram elitizados nem tinham preconceitos...ou se tinham inicialmente conseguiram superar com muita eficiência.Assim é Poções, a verdadeira terra de todos nós. Parabéns pela crônica. Vc ainda acredita em rezadeira?
Eduardo Sarno
(Texto: Professora Zirinha e a Velha Marcolina)
Que linda poesia! Não nasci aqui, mas moro há 19 anos e admiro cada vez mais com os artistas poçõenses que estão espalhados pelo Brasil! Parabéns! Sou uma das responsáveis pelo Prêmio Cecília Meireles de literatura há 18 anos e penso em divulgar cada vez mais artistas no nosso simples concurso. angelamuskat@yahoo.com.br
(Texto: Guel Brasil – um poeta poçõense)
Feliz da pessoa que conheceu e conviveu com Dona Zú. Mulher de verdade e que nunca mediu esforços para conduzir sua família a uma felicidade plena. Valeu vovó, a senhora deixou legado aqui na terra, os seus ensinamentos de caráter, honestidade, amor ao próximo, perseverança e muitas qualidades, sempre serão lembrados e praticados por todos os seus familiares e amigos. Que esteja ao lado de DEUS. Te amaremos sempre.
Henrique Curvêlo
Texto Jusmerinda Curvelo – Tia Zu
Tive a grata satisfação de trabalhar com D.ZU durante todo o tempo que Poções estava sob os cuidados do seu esposo OTAVIO CURVELO. Foi D.ZU que descobriu em mim o palhaço FUXICO, e com o apoio dela fiz varias apresentações, sempre na semana das crianças Ficaram as lembranças alegres, pra que possa me lembrar sempre de D.ZU.
Miguel França Sampaio. (Guel Brasil).
(Texto: Jusmerinda Curvelo – Tia Zu
Fiquei muito triste com a morte tão prematura do meu colega de ginásio Rominho Schettini "O Gringo", como era chamado carinhosamente por todos nós. Rominho era o responsável pelos balões que fazíamos todos os anos em época de São João, eram tão grandes, que soltávamos de cima do telhado do Ginásio de Poções na praça do Divino. Vai amigão... voando para o céu em um dos seus balões!!! Que Deus o tenha.
Jorge Dantas.
Texto Rômulo Schettini – Rominho
Sinto-me muito triste em saber do falecimento do Rominho. Ele foi meu colega de escola em Poções. Por eu morar em outro Estado, havia muito tempo que não o encontrava, mas sempre que ia a Poções perguntava às pessoas se elas tinham notícias do Rominho. Que Deus o tenha ao Seu lado.
Salvador A. Vaz
Falar de Mufula não é fácil, mesmo para mim que sou irmão. Mufula representa como poucos a poesia sertaneja, diferenciando dos estilos do mestre Afonso Manta, de Elder Oliveira, dentre outros. Ele é a própria caatinga em pessoa.
Texto Mufula
Figura ímpar e de grande respaldo da população poçõense. Maior historiador do município e um dos maiores da região do sudoeste da Bahia. Queremos um livro sobre nossa cidade e relatado fatos dos nossos antepassados. Valeu Félix pelos serviços prestados em nosso município.
Anônimo
Texto Felix Magalhães
Lulu, É impressionante a sua facilidade de narrar. Eu quando li"Poções não tão bem na terra como no céu" fui remetido ao meu passado, de quando morei no início da década de 60 em Poções. O seu registro é de uma veracidade, digna de nota e louvor. Parabéns, e continue exercitando este dom, que Deus lhe deu, para escrever ainda mais sobre Poções, cidade que marcou muito a minha infância.
Por Salvador Vaz Texto Poções, não tão bem na terra como no céu.
É uma ficção com todo perfil de realidade,você narra uma história em que todos os "artistas" têm os seus nomes originais. Muito bacana... parabéns!!!! Jorjão.
Jorge Dantas em Poções, não tão bem na terra como no céu...
Lu, meu contador de "causos" preferido! que saudade de tu, tatu! Adorei a historia do caminhão que virou com os biscoitos! rsrsrs Aymoré e Tupy são do meu tempo! rsrsr bjocas!
Solarma (Karina)
Texto Festa do Divino – No Wartão, sem o Pavilhão
Este ano não pude ir à Festa do Divino, gostei muito de ver as fotos das confraternizações e também das pessoas com as quais convivi por alguns anos, quando eu morava em Poções. Destaco entre as quais: Rominho, Moacir, Jorge de Duca,Lourinho (irmão do Jorge Laudelino da Silva),Noberto, Orlando, Pepone e demais. Quanto a você eu tenho vagas lembranças eu o via ao lado do seu irmão Miguel, o qual foi contemporâneo de Ginásio. Aproveito a oportunidade para parabenizá-lo, a respeito do seu Blog, sempre estou acompanhando os seus relatos e histórias relativas a esta bucólica cidade.
Salvador Vaz
Texto Festa do Divino 2010 – Poções – Bahia
Lulu, mais uma vez, registrando, vivendo e rememorando as mais belas passagens de uma vida; Amigos, Familiares, Tradições e Cultura! Parabéns por merecer ser filho desta Terra do Divino ! A todos de Poções o meu carinho ! Edu Fagundes
Texto Uma oportunidade para a Filarmônica
Se o Daniel Rosinha (que Deus o tenha) vivesse nos dias de hoje a “ingênua” pergunta não ficaria sem resposta, rsrsrsrsrs. Valeu Sangiovanni, essa foi boa, rsrsrsrsrs
Por Rui Macêdo em Festa do Divino - Lembrando Daniel Rosinha...
Já estava com saudades, com um e-mail engatilhado para cobrar novos escritos... É assim, meu velho: uma vez cativado o público, torna-se escravo dele! Ando angariando leitores para você no Velho Continente -- todos se admiram pelo fato de eu ter um pai bloguista, e, mais que isso, de mão cheia :) Gostei do novo perfil -- sua simplicidade consegue criar momentos de puro lirismo. Vida longa!
Por Ricardo Sangiovanni em Ah! Como é difícil amar você.
Esse histórias são muito boas já escutei muitas dessas pelo meu pai. Isso é muito importante para a memória coletiva de Poções, hoje eu e um grupo de colega exibimos quinzenalmente filmes na câmara de vereadores justamente neste intuito de preservar essa cultura cinematográfica dentro de Poções. Parabéns o site esta ótimo
Por Vitor em Os filmes de legendas vivas
Belo texto :) Quando me perguntarem agora porque eu, baiano, sou Flamengo, vou passar a responder: "porque meu pai é Flamengo". Aí recomendo esse texto, e quem não entender é porque não merece trela mesmo.
Por Ricardo Sangiovanni em Flamengo, via rádio
apesar dessas histórias terem acontecido em Poções, bem longinho daqui, elas sempre têm um "gostinho de saudade" dos velhos tempos! Adoro passar pelo seu blog!!!
Por Maria Isabel em "Só mesmo em Poções" - Parte 2
Lamentável.... a memória do povo é curta!!!!! Quem se lembra das pessoas que ergueram Poções? não só os destas últimas décadas, mas aqueles devotados que com luta trouxeram água, luz, telefone, banco, hospital etc... Infelizmente caem no esquecimento, vira peça de museu,ou nem isto... Se não querem a lembrança ao menos respeitem!!!
Por Anônimo em Tonhe Gordo
Meu caro amigo Lulu, quanto tempo!, emocionei com o histórico da nossa querida cidade (Poções), que bela memória vc tem. O Genison enviou pra mim e gostei muito.Vc lembra que o primeiro calçado que usei comprei de vc, foi um galupim, um conga branco premiado com chulé, usava alvaiade para mante-lo conservado, velhos tempos. Moro em BH,Minas Gerais. Abraços. Deus te abençoe!
Por Salomão em Sereno
...vou traduzir tudo q sinto em apenas uma música:
http://www.youtube.com/watch?v=TBppY779y24
Obrigado Lulu! Abraços / Palladino
Por José Palladino em Sereno
Tio Lulu È sempre com muito prazer que leio suas histórias de Poções, me faz lembrar meu querido e saudoso pai, apelidado por vocês por Geguel. Me consolo ao pensar que ele viveu grandes momentos em sua vida e que pode ao lado de seus familiares a amigos poder desfrutar de grandes histórias. Grande beijo com muito carinho
Por Carol Sola em Sereno
Lulu, amei cada linha que ia lendo. Vc realmente nos transporta para épocas vividas e que ficaram esquecidas em nossa memória. Parabéns!!! Presenteie-nos sempre com textos dessa ordem. Ajuda-nos a ver o mundo sob um outro prisma. Bjão!!!
Por Anônimo em Rua da Itália
Você foi perfeito nesta!!! Curti cada detalhe e revivi velhos tempos. Sua memória e capacidade de descrição estão demais.... Agora vc prova que não precisa ser o "melhor aluno" para ser o melhor na vida!!!
Por Elisa Sangiovanni em Rua da Itália
O jogo do triangulo conheço como "fura pé". Putz, pelo nome, imagina a meleca que era! Continue escrevendo...
Por Sérgio Queiróz em "Só mesmo em Poções" - Parte 1
Lu, tinha Paulina, a poetisa, era de Minas Gerais e publicou livros. Ainda tem descendentes em Conquista. Ela era uma espécie de mascate, vendia roupas usadas, um brechó ambulante. Pode ter havido outra Paulina mais deserdada e mentalmente comprometida. Grande abraço, continue suas excelentes crônicas...agora ilustradas !!!
Eduardo Sarno www.familiasarno.blogspot.com/ em Nós e os doidos...
Tenho imensa gratidão de ter nascido nesta cidade, alias nascer já é uma dádiva do nosso criador. Fazer parte da família Borges & Dantas , maior ainda. Apesar das atribulações diárias em Salvador,SP,GO,DF, etc... , sempre que posso fujo para ao menos passar dois dias nesta querida cidade. Obrigado Lulu pelo texto, obrigado Pai por fazer parte de minha historia... Abraços,
Por Vinicius Borges Dantas em O Chamuscão
Me fez chorar, pai :) Dessa herança eu e Carla não ficamos livres... Tanto melhor, ora! Adorei o texto! Beijos!
Por Ricardo Sangiovanni em Cada vez mais, Lulu "Chorão"
Lulu, É sempre agradável ouvir os "causos" de nossa Terra, principalmente para quem não mora mais na cidade e tem a oportunidade de matar as saudades através do seu blog. Parabéns! Abraço,
Por George de Jorge de Duca em Sereno
Estou procurando uma foto do cine Santo Antônio. Se vc souber quem tem eu agradeço. Abraço
Por Gina Risério em Os filmes de legendas vivas
Me lembro que, a gente, moleques, entrava em casa, em Poções, gritando "Minhavó, lá vem padre Norato!" E tome-lhe dona Anna Maria correndo pela casa, com aquele passinho ligeiro dela, para se esconder do cura! Às vezes não adiantava: ele entrava assim mesmo e acabava a encontrando -- tenho para mim que, como boa católica apostólica, ela não aguentava de culpa de se esconder do padre e acabava saindo do esconderijo para cumprimentá-lo... Vovó Anna pode ter se perdido em sua memória, mas não perdeu o passinho ágil que, de vê-la, faz disparar a memória da gente...
Por Ricardo Sangiovanni em Camisa Amarela
Grande Tio Lu! agora com seu próprio espaço para postar suas crônicas eu vou poder acompanhar com muito mais afinco (Já acompanhava no outro site de poções e agora nesse). Sobre o Lulu chorão: Chorar demonstra total emoção em relação às coisas da vida, o que é mais uma prova do quanto o seu coração é grande. Você é praticamente um italiano, e italiano fala (e vive) com emoção em tudo, não podia ser diferente né?! hehehe Tio, saiba que Você é uma grande pessoa! tenho um carinho e uma consideração por você imensurável! grande abraço e sucesso com o seu Blog!
Rafael Sangiovanni Lima
Valeu Lulu, já estava me fazendo falta as suas historias
Por Carlos Agra em Fazendo fole...
Ciao Lu, è con piacere che ho letto suo Blog.Tu sei bravo,bravissimo!!!
Por Vane Leto Sarno em Sereno
Lulu, que coisa interessante. Você me fez fazer uma viagem no tempo. Amo Poções e amo recordar os bons tempos de nossa infância. Parabéns e sucesso nessa iniciativa de um bom e tremendo valor.O Meu "apelide" não é um dos que possa se admirar, mas era assim que me chamava - "Quenga".
Por Carlos em ApelidE
Grande Lulu, Parabéns pelo Blog, esta nova janela por onde olhamos, contemplamos, saudamos e recordamos, emocionados, uma Poções de tempos idos. Agradeço a você, brother de coração, por me atiçar todos os sentidos, quando detona esta viagem de volta à Poções,que me permite dobrar esquinas de nossa querida cidade,ao lado de bons companheiros, que hoje e sempre farão parte de minha história afetiva. Obrigado por suas crônicas. Continue a escrevê-las. abraço forte e amigo Carlinhos Rizério
Por Carlos Rizério em ApelidE
Grande Lulu Chorão!!! Achei um barato todas essas lembranças, realmente nos faz voltar no tempo inclusive da 3ª e o resto... Lobinho/Lobão, Satoba e Satobão e aí se vai.....você esqueceu de Duca do Bar e hoje Jorge de Duca com muito prazer. Parabéns!! você realmente é um sábio. Um forte abraço Jorge "Bufão"
Por jorgededuca em Sereno
Muito bom seu blog. Gina como sempre aprontava e muito bem rsrsrsr. Faltou comentar das tempestades de vento, que as antenas de TV, saiam voando pelas ruas. Adorei as festas no clube muita saudade.
Por Tânia Gonçalves em O muro do açude
Meu amigo mágico, vc tem a sabedoria de me fazer voltar no tempo, como se houvesse uma porta e através dela caminhar pelas ruas de Poções, andar pela praça, pelo Obelisco e ver todos vocês de volta. Morava no Rio, mas passava o ano todo esperando pelas férias em Poções. Gosto muito de ler suas coisas, me fazem bem, porque me trazem de volta as pessoas com as quais mantive relações puras e desinteressadas.Deixo aqui meu pedido de nunca se esquecer de me mandar coisas como esta,me fez feliz Lulu.Achei que você não se lembraria do Chico Picolé e a minha mulher aqui do lado querendo explicações sobre o "apelide". Forte Abraço,
Por Chico Picolé Sereno
Grande Sangiovanni. É com grande prazer que estreio a sua primeira postagem no seu Blog, que com certeza vai "bombar". Gosto do seu jeito simples de escrever como se a gente estivesse realmente convivendo com os fatos narrados. Parabéns e muito sucesso.
Por Gerson Lima em ApelidE
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Au Revoir
Eu tenho certeza que dezenas dos nossos contemporâneos não se esqueceram de alguns detalhes aprendidos através de gestos, palavras e atitudes de alguns dos mestres do passado.
“Boa tarde” e “até logo”, em francês, por exemplo, todo mundo sabe como é. Bastava o professor e sargento Severino entrar na sala de aula e dizer: “Bonsoir” que todos respondiam: - Pode suar. Ao encerrar a aula, ele dizia: “Au revoir” e respondíamos: Pode voar.
Mas, depois de algum tempo, eu aprendi que Iceberg é o mesmo que Aiceberg. A professora Noélia, na aula de Geografia, falava dos famosos blocos de gelo – os “icebergs”. Ela pronunciava corretamente “aicebergs” e, quando lia o livro, só conseguia ver os ICEBERGS. No lugar de tirar a dúvida com a professora, preferi acreditar que eram duas coisas diferentes. Hoje, basta alguma notícia sobre o assunto que eu volto para a aula de Geografia.
A exemplo dos rios Tigre e Eufrates, a professora Noélia forçava a voz para falar do rio Yang-tsé, o maior da Ásia. Não me foge da memória o nome do rio e a sua importância para a região.
Ainda assim, com a mesma professora, aprendi que compasso tem a ponta seca, que é o lado fixo do mesmo, o que fura. Ela dizia: “Ponta seca do compasso em A” e a gente aprendia desenho sem nenhuma dificuldade.
Basta jogar Xadrez que me lembro da história que Irundy nos contava. Cada pedra tem uma função na batalha do tabuleiro. Quando escuto alguém falar a palavra “en passant”, lembro a jogada especial para a captura de um peão.
Ontem, eu conversava com a minha irmã Elisa e lembramos de duas coisas: Raiz Quadrada - quem não sabe calcular uma raiz quadrada? Prova de matemática, questão única, ou nota 10 ou nota zero. Não tinha intermediária.
E veio a lembrança do papel milimetrado. Servia para desenhar as parábolas calculadas com as equações curtas “ f de x = duas vezes xis ao quadrado” (com a concavidade para cima e “ f de x = (-) duas vezes xis ao quadrado” (com a concavidade para baixo).
Au revoir!!!
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
João Lago
terça-feira, 12 de outubro de 2010
O frio, a feira, a fussura e a física
Cinco e meia da manhã acordava para as duas tarefas. Fazer feira era menos penoso porque ficava agasalhado. Mas a educação física era de rachar.
Na feira, empurrava a carroça e deixava estacionada junto de alguma barraca menos fria. Pegava um cesto e seguia os passos de minha mãe, com aquela mania de fazer feira no raiar do dia. Acho que mais cedo que nós, só Abel Magalhães.
Em cada barraca uma pechincha, em cada freguesa para pegar o melhor produto. Cesta cheia, voltava para descarregar na carroça. O braço ficava marcado com as cordas que revestiam a alça. Esse era o ritual. Mas, havia as suas recompensas. Tinha direito a chupar as tangerinas e laranjas (descascadas no descascador do carrinho de Pulú), comprar as tripas de porco para fritar e, ainda por cima, variar os sábados com as viúvas (meninico de carneiro) – era uma novela minha mãe escolhendo – cheirava, reclamava porque não eram tão limpas como queria. Enquanto isso, eu ficava encarando os olhos do carneiro, pendurado com a fussura e a cabeça descascada, presa pela traquéia que parecia uma mangueira de aspirador de pó. Antes de ir embora, era a vez de comprar um cacho de bananas, que eu amarrava entre os dois braços da carroça.
Terminada a feira, seguíamos para casa para arrumar as compras. O cheiro das viúvas sendo cozidas enfestava a casa. Só o cheiro afastava metade do povo e sobrava mais para mim. Sábado era dia de comer viúva com minestra de folha de abóbora.
Mas, voltando a educação física, o outro “iceberg” de Poções, o Sargento Severino não tinha pena, nos colocava perfilados e chamava o nome de cada um para só depois deixar a gente fazer os aquecimentos para amenizar o frio. Já chegava vestido com uma “japona” por cima daquelas camisetas regatas de malha branca, short branco com duas listas azuis na lateral e calçado com os “galupins” brancos, limpos com alvaiade dissolvido em água, para rolar o baba na praça da Festa e ai a situação já melhorava, o corpo aquecia e a gente se acostumava. Ficar de “japona” nem pensar. Era uma hora de racha no frio de rachar – os de camisetas contra os sem camisetas.
sábado, 9 de outubro de 2010
Uma eleição na minha vida
http://lfsarno.blogspot.com
No dia 03 de Outubro realiza-se no Brasil as eleições, quando se escolhe os representantes das diversas esferas política da nação.
Lembro-me que ainda em Poções (BA), exatamente nesta época, do movimento que os políticos faziam nestes dias, ficou na minha lembrança de menino a disputa pelo poder de gerir os destinos da cidade.
Para eleger o nossos candidatos, teríamos que juntar as "chapas" com os nomes assinalados com um X e colocar na urna de votação.
Tal qual hoje, antigamente os carros passavam pelas ruas em carreata, jornais estampavam figuras políticas, palanques armados para os discursos das promessas do cada governo. Foram anos assim, sem o que hoje chamamos de televisão, mídias digitais.
Nós estudantes só íamos para nossas casas, visto que estudávamos em Salvador, na época de ferias escolares ou dia de eleição, isso para cumprirmos o dever de cidadão. Votar...
Em uma destas eleição, fui indicado pelo juiz para participar como mesário, que é aquela pessoa que compõe a mesa para o andamento da votação.
A indicação foi para o distrito de Caetano, bastante distante da sede e de difícil acesso. A viagem por terra, cortando o município seria o correto, porém as estradas não estavam nada boas e a solução foi programarmos o trajeto por Vitória da
Conquista, a cidade vizinha de Poções e depois darmos uma longa volta por Anagé para chegarmos no distrito de Caetano, hoje independente.
O juiz requisitou o carro do Nino, do cartório do registro de imóveis. Era um jeep Inglês, modelo Land Rover com motorista. Equipe reunida, lá fomos.... depois de longa viagem chegamos já de noite, tudo escuro.... não havia luz elétrica neste distrito, e a solução foi ficarmos no jeep até o amanhecer. O ambiente escuro parecia cena de filme de terror...
Alivio ao amanhecer... encontramos com o responsável pela área e entregamos o saco com os mantimentos para a nossa sobrevivência. Dai fomos nos instalar para darmos inicio os trabalhos... o local designado não existia mais, só escombros, então escolhemos outro ponto que atendia o nosso propósito e nos instalamos.
Os trabalhos na votação ocorreram sem anormalidade.
Tudo pronto para o inicio do nosso regresso e para surpres de todos o carro não pegou!! A bateria estava descarregada e agora? Naquele mato!! O motorista tirou a bateria, colocou no ombro e sumiu estrada afora em busca de um posto para carrega-la, processo lento, demorado e ainda havia o percurso de retorno. Dia inútil!!
Passado muito tempo o Jeep funcionou, despedidas e lá fomos de volta... Em Poções, nossos familiares sabiam que pelo tempo já deveríamos ter retornado... alguma coisa aconteceu, pensavam. Naquele tempo não tinha celular !!!
Carro na estrada, ao chegarmos no entroncamento de Conquista, avistamos um caminhão descendo a ladeira da chegada da cidade, vinha ele com os faróis acessos ... comentamos- Puxa , lá vem aquele carro com os faróis acessos e nós aqui sofrendo com está bateria ruim...Assim, prestando atenção ainda no caminhão, notamos que algo estava anormal... a velocidade, incompatível com a descida e aí o pior aconteceu. O caminhão virou e veio capotando ladeira abaixo em nossa direção... Empurramos o jeep para a frente, mais, mais e finalmente conseguimos nos livrar deste acidente.
Passado o incidente um da equipe começou a se sentir mal, náusea e muito nervoso, levamos-o ao posto médico para consulta.Tudo ok... pé na estrada! Faltavam ainda 64 Km para finalizarmos o nosso trabalho. Subindo devagar a ladeira, já referida, encontramos com a caminhonete jeep, também Land Rover , de Sr. Doca, que fora enviada em nosso socorro.
Na caminhonete vinha pão, água e diversos mantimentos... Que bom!!
Entregamos a urna no fórum e de resto só esperamos 30 dias para sabermos o resultado da eleição...Ô tempo bom!!! Hoje já se sabe o resultado quase que imediato... em 3 hs a tal da informática, com seus computadores e satélites, diz para o mundo os resultado. Mas uma coisa não mudou... foi a felicidade em participar deste momento importante de meu país.
Viva a democracia !!!!
domingo, 5 de setembro de 2010
Amaro Elon
O Sr. Amaro foi um dos primeiros gerentes do Banco do Brasil, em Poções, pai do nosso amigo Fred.
.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
A Embaixada
Sob o comando de Dr. Irundy, embarcamos para o Rio de Janeiro. Todo mundo confiava em Zé Pithon, o que mais conhecia o Rio de Janeiro - era o nosso guia.
No dia anterior, eu, Pancho, Sandoval e Lourinho havíamos tomado um porre de batida de limão debaixo da gameleira das gramas. A dor de cabeça ainda era presente, mas embarcamos. Mesmo antes de chegarmos em Vitória da Conquista, começamos a abrir os lanches – minha mãe me deu sanduíche de fritada (omelete de lingüiça caseira) para levar.
Enfrentamos a noite com bom humor e expectativa de chegarmos logo na cidade maravilhosa. Próximo ao meio dia, começamos a descer a serra e cruzamos a Avenida Brasil. O destino era o hotel, meio que pensão, no bairro da Cinelândia. Tudo era novo e superávamos as dificuldades. Carregamos as malas e cada um se alojou. Dividíamos os quartos escuros com até 6 pessoas distribuídas em beliches. Restava nos ambientar com a cidade e com as oportunidades que ela nos traria.
Alguém disse que a Cinelândia era um bairro interessante, porém diferente. Poderíamos ter surpresas indesejáveis ou mesmo surpreendentes. Ninguém estava acostumado com travestidos. Tivemos surpresas e decepções ao longo daquela semana.
No dia seguinte, a turma mais habituada ao movimento de cidade grande, começava a se espalhar. Descobrimos um surpreendente restaurante comercial com as fotografias dos pratos feitos na parede. Logo a galera ficou freguesa, pois os preços eram condizentes com as nossas economias e pratos simples de escolher. Facilmente descobrimos os caminhos para as barcas de Niterói, os prédios e monumentos públicos.
Fomos passear no Jardim Botânico e em Petrópolis.
De repente, num final de tarde, aceitamos o convite para um grito de carnaval e, pelas características, penso ter sido no famoso “Bola Preta”. Na verdade, os caras ali queriam mesmo fazer número de gente para impressionar numa carreata pelo Aterro do Flamengo até Copacabana.
O auge do passeio foi o Maracanã. Irundy, um botafoguense roxo, nos fez o convite e assistimos a Botafogo 2 x 2 Grêmio (acredito). Fizemos contato com o maior do mundo [o estádio, é claro], e até hoje tenho a idéia da grandeza daquele gigante.
Tivemos casos engraçados durante todo o tempo. Foram dias divertidos. A viagem serviu para coroar a nossa convivência de ginásio. Assim, a EMBAIXADA da alegria, carregada de lembranças, foi e voltou pelo “green carpet” da Penha. (1971/1972).
.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
O Blog de Luizito
Já está no ar o blog EU... FIDELIS DI LUIGI http://lfsarno.blogspot.com/
quinta-feira, 29 de julho de 2010
O blog, 3000 vezes
Quero agradecer a todos que acessaram, comentaram e manifestaram com mensagens de apoio e email´s diversos.
Não posso esquecer aqueles que se manifestaram pessoalmente durante a Festa do Divino. Pessoas que apareciam de repente e demonstravam com carinho o costume de ler o blog.
Tudo isso eu traduzo como incentivo para continuar a escrever os bons tempos da minha vida e demonstrar o quanto a cidade é importante para mim.
Portanto, gostaria de dizer que o blog está disponível para a publicação de histórias dos tempos de todos vocês. Lembrar o passado e dividir emoções são tarefas obrigatórias para todos nós, poçõenses.
Muito obrigado.
.
sábado, 24 de julho de 2010
Poções na Fonte Nova
Naquele 04 de abril de 2007, fui para ao estádio em companhia do meu filho Ricardo e dois amigos paulistas – Reinaldo e Irineu. Nós ficamos sentados bem perto de onde a arquibancada despencou meses após, numa área meio que mista, mas com alguns torcedores do Bahia. Os torcedores de Poções estavam na torcida do Vitória – eram uns trinta talvez, mas não tinha bar por perto, então não nos juntamos a eles.
O Poções começou o jogo embalado e logo aos 11 minutos o primeiro gol. Eu pulei e gritei no meio da torcida do Bahia. Os infelizes dos torcedores tricolores da capital me aplaudiram e disseram: Isso aí, timinho vagabundo esse Bahêa!
Meu filho e meus amigos me alertaram: Vamos tomar “porrada” desses caras! Eu respondi afrontando: Qual é, tenho cinquenta anos e nunca vi meu time jogar dessa forma! Não to nem aí!
Mais nove minutos e novo gol do Poções. Os tricolores foram ao delírio com os 2x0. E gritavam: Time de puta, time de puta... Enquanto isso, eu pulava ainda mais nas arquibancadas e meus companheiros me alertavam para uma possível revolta dos tricolores da capital.
Mas o pior estaria por vir - a reação do Bahia. Empatou o jogo e a cantiga mudou: Torcedor do Poções é puta, torcedor do Poções é puta! Aumentou ainda mais quando virou para 3x2. Eles encostavam e diziam: Grita agora, puta! Os meus companheiros queriam se mudar de lugar. O Irineu dizia: Velho San, “vamo” apanhar aqui. Reinaldo lembrava que não agüentava correr. Meu filho dizia: Não reage não, pai!
Pênalti para o Poções aos 50 minutos. O goleirão Ewerton cruzou o campo, pegou a bola, colocou na marca do pênalti. A bola bateu na trave e cruzou a linha e saiu. O bandeirinha não apontou o meio de campo. O juiz encerrou a partida e o Poções perdeu. Festa na Fonte Nova. Saimos ilesos!
Mais uma vez, naquele dia, o recurso da Fonte Nova foi utilizado: - o de ser favorável aos times da capital. Mas, os tricolores daqui, naquele ano, subiram para a segunda divisão e ficaram por aí mesmo. Pelo visto, tanto o Bahia e o Poções vão amargurar nessa posição por um bom tempo.
Pior para o Poções.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
A Busca e o Silêncio - Livro de Isaac Luz
Isaac é filho do grande amigo poçõense Gilberto Luz (Pancho).
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Professora Zirinha e a velha Marcolina
Quando ele falou da professora Benedita, dos bolos que levou por causa de não saber responder a tabuada, eu me lembrei da professora Zirinha. Falar dela é relembrar a sua escola na baixa da Lapinha, onde uma legião de estudantes ia fazer o reforço escolar, o que chamávamos de banca. Na verdade, aquela galera ali não queria muita coisa com a “hora do Brasil”. Minha mãe dizia: “ou você estuda, ou te mando pra dona Zirinha”. Era a segunda chance de aprender o que não tinha aprendido na escola regular. Quem gostava de estudar, não precisava fazer a banca.
Quando ela passava pra tomar a lição, a gente tinha que estar afiado, na ponta da língua, como se dizia na época. Tomava cuidado para não ficar de pé quebrado (segunda época) porque ali seria o lugar próprio para passar parte das férias estudando. A lição tinha que ser aprendida e as perguntas respondidas como uma verdadeira sabatina, caso contrário a palmatória aparecia. A sua assistente Abigail era mais maneira e batia devagar. Como estudávamos em mesas grandes, sempre procurei aquela que Abigail ficava. Lembrei de Paulin de Doca, que não permitiu tomar uns bolos com a palmatória e pulou a janela – nunca mais voltou.
Mas aquela senhora de óculos com lentes redondas e fortes, blusa de tricô, com a palmatória na mão, me traz as boas lembranças dos tempos de curso primário e o quanto pude aprender só em pensar em ter que ir para a escola da Professora Zirinha.
No retorno de Jacobina, passando pela Vila Fátima, entramos na estrada que dá acesso ao município de Capela do Alto Alegre, em meio a algumas casas de um pequeno povoado para procurar Dona Isabel Rezadeira. Junot insistiu que deveria ser rezado e me perguntou se eu acreditava nessas coisas. Tentava me convencer que viajaríamos mais leves e a semana seria bastante diferente, produziríamos mais.
Respondi que acreditei muito na reza da velha Marcolina e contei a sua história. Além de rezadeira, a velha era muito especial na família. Tinha presença constante. Ela era uma florista excepcional e a sua arte baseada em utilizar retalhos de roupas e papel crepom para fazer as belas rosas com talos na cor verde bandeira.
A velha Marcolina (ao lado da noiva) no casamento de uma das suas netas - foto Vitinho Borba.
Quantas vezes nos rezou e bocejou. Insistíamos na possibilidade de rezar três pessoas na mesma seqüência e ela não agüentava de tanto bocejar e lacrimejar os olhos – sinal de muito “carrego”. Era especialista em espinhela caída, carne quebrada, cobreiro, quebranto e outros males curados com aqueles três ramos de plantas. Vez em quando me dava uns conselhos.
Mas a velha Marcolina, além das rezas e das flores, era a matriarca de uma grande família, avó de Joel e Josenildo, os meus colegas de escola. Sogra de Homero pintor. Mãe de Floriza e Beto, quem me ensinou a fazer carrinhos de madeira.
Professora Zirinha e a velha Marcolina foram exemplos para a nossa cidade!
domingo, 4 de julho de 2010
Mão de Deus ou Beijos de Judas?
Direto de Berlim - http://makarapa.atarde.com.br/
Berlim – Antes de o jogo começar, o repórter da TV alemã ZDF, direto da África do Sul, entrevista dois torcedores juntos – um argentino e o outro, alemão. “Quem ganha hoje?” E o portenho logo antecipou-se: “Nós. Sabe por quê? Por que temos a ‘Mão de Deus’”. (veja em aqui).
A torcida alemã no espaço “11 Freunde” (que significa 11 amigos), em Friedrichshain, zona leste de Berlim, sorriu. E continuou bebendo tranquila sua cerveja, sem dar muita importância – parecia prever que, no fim, a tarde seria de festa. E sorriu novamente ao ver Maradona dar um beijinho no rosto de cada um de seus comandados antes de mandá-los ao gramado. Que Mão de Deus que nada: a tarde seria é de Beijos de Judas.
Foi como se, com cada beijinho, o ex-milagreiro argentino tivesse transmitido a seus jogadores a ansiedade e o excesso de confiança que o torcedor entrevistado demonstrara.
Assim, o primeiro gol saiu logo, mas não espantou totalmente a tensão da torcida. No galpão de uma antiga oficina mecânica abandonada onde foi montado o telão onde vimos o jogo, houve quem berrasse a cada ataque argentino, como se tentasse espantar a bola com os berros; houve quem, com o coração acelerado, ameaçasse ir-se embora.
Um pouco mais de tranquilidade veio só com o segundo gol. E nem o mais otimista dos alemães esperava que sua jovem e orgulhosamente multi-étnica seleção marcasse ainda outros dois. Muito menos o passeio sobre a Argentina de Messi. “Foi ótimo o jogo-treino que acabamos de assistir”, disse o ex-goleiro Oliver Kahn, hoje comentarista no canal alemão.
Até o terceiro gol, a galera gritava a cada roubada de bola, cada passe certo, cada lance de perigo. Depois, passou a gritar mais ainda, mas agora eram irônicos “oooooh [que peninha...]” a cada vez que Maradona aparecia na tela, em close. Close daqui, gol de Klose dali, a torcida alemã foi ao delírio.
FESTA EM BERLIM MULTI-ÉTNICA. E saiu pela rua cantando e gritando e parando carros na rua, cada um com a sua garrafa de cerveja na mão. Na rua, um senhor de barba branca, já embriagado, tirou sarro de uma amiga alemã que vestia uma camiseta alvi-celeste (ela morou na Argentina e quis demonstrar sua simpatia). “É que ela não tinha outra roupa para vestir”, dissemos ao homem, de brincadeira. Ao que ele prontamente respondeu: “Ora, então melhor que não estivesse vestindo nada”.
Tudo isso, é claro, em bom alemão. Idioma de uma Alemanha com alma cada vez mais cosmopolita, cuja diversidade de rostos da seleção se vê também nas ruas de Berlim e vai tornando-se aos poucos sua marca registrada. Nas ruas vimos com bandeiras alemãs rostos de origem turca, como o de Özil. Ou africana, como o de Boateng. Ou polonesa, como o de Podolski. Ou sulamericana, como o de Cacau. Ou germânica mesmo, como o de Friedrich, o mais abraçado por todo o time e mais aplaudido pela torcida ao marcar o segundo gol – ele que, reconhecidamente, acaba de fazer uma péssima temporada pelo Hertha Berlim, que caiu para a segunda divisão da Bundesliga neste ano.
Berlim agora é a única capital da Europa sem um clube na primeira divisão da liga nacional. Mas quem se importa com isso, quando se está na semi-final da Copa, e com sobras?
sábado, 3 de julho de 2010
Os times dos sonhos
Recebi do meu amigo Luiz, um email com os nomes dos jogadores dos times de Poções. Os times não eram conhecidos por nomes próprios. Tinham a identificação pela rua, escola ou grupo de onde eram criados. O maior contador de histórias de Poções que conheço, Luiz é muito modesto. Nessa época de copa do mundo cheia de seleções ruins, veja o que ele diz:
“Sei que não sou um historiador nato, mas lembro de algumas coisas pitorescas da nossa querida Poções. Lendo o seu blog sobre futebol, me lembrei desses dois times. Espero que possa melhorar as historias de Poções e me desculpe se omiti alguém. Me lembrando, mando para você.
Tivemos um time formado pela galera da Rua da Itália e ruas mais perto, com amigos e colegas de colégio:
Jorge Bufão, Satoba, Satobinha e Satobão, Sola e Sapatão, Lobo e Lobão. Carrancudo, Preá e Zequinha barriga vazia. Os reservas eram Migueluccio (goleiro) ,Pedro Sibin e Bizin.
Pelo lado de cima, na rua onde tinha e ainda tem o motor da Coelba (Rua de Morrinhos):
Pela, Mela, Capela e Barrela, compadre dobradiça (Dalvadizio), compadre Chevrolet, Pia, Pata e Ponga. Bubute, Cozin e Laro.
Espero que você goste, depois falarei sobre o Time SAIA BIGUÁ”
terça-feira, 22 de junho de 2010
Guel Brasil, um poeta poçõense
Guel Brasil nasceu e foi criado em Poções. É poeta, escritor, cordelista, cronista e contador de histórias. Publica seus trabalhos no site www.celeirodeescritores.org e ocupa uma cadeira na Associação Cultural Literatura no Brasil. Atualmente reside em Suzano – SP.
Obrigado Guel pelo envio do poema:
Poções.
Guel Brasil.
Poções, oh minha terra querida
Berço adorado que me viu nascer,
Cresci em tuas ruas ainda poeirentas
Brincando com os meninos que eu vi crescer.
Destes, muitas lembranças tenho...
Guardadas em meu álbum de memórias,
Pensamentos que me torturam a alma
Como quem volta da guerra sem vitórias.
Quero lembrar de ti sempre em sorrisos
Das congadas do Divino em procissão,
Dos festejos na praça do coreto
E das prendas cantadas no leilão.
Das fogueiras ardendo em noites claras
Com teu povo nos festejos de São João,
Quisera eu ter na morte o teu abraço
Quisera eu ser parte do teu chão.
Meu sonho é ver-te novamente;
Nem que seja por um pouco só,
Morrer longe de ti querida terra
Não existe um desafeto maior.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Rômulo Schettini - Rominho
Esteve na última Festa do Divino e, com ele, formamos um grupo divertido, lembrando as histórias de Poções, gerando uma das crônicas publicadas neste blog.
Era irmão de Benito, Romano, Fernando Ruggiero, Rodolfo, Humberto, Terezinha, Ítalo, Giuseppina e Rêmulo, filhos de José Schettini, um dos bravos italianos que ajudaram no crescimento da cidade.
Mais uma tristeza para Poções, principalmente para a Rua da Itália, onde nasceu e se criou.
A Copa de 1970 - ao vivo, na ABC
Não tive outra reação senão gritar gol. O pessoal quase me mata, queria me tomar o rádio, dizia que estava tirando a sensação de ver o jogo na televisão. Parei com as reações em tempo normal, enquanto ficava observando os atrasados nas reações de gol, quando já sabia que era escanteio.
Me deu saudade de um grande sofá branco que tinha na nossa casa, em Poções. Sentado, ali, eu já havia visto o primeiro homem pisar na lua em 1969. No mesmo ano, estreando uma TV ABC, novinha, a novela "Sangue do Meu Sangue", com Nicete Bruno, Tônia Carrero, Francisco Cuoco, Fernanda Montenegro e tantos outros bons atores.
A TV era em preto e branco. Assistimos à Copa de 70 no México. Apesar das imagens chegarem através de repetidoras, não havia esse atraso todo de hoje. Dava para ouvir Valdir Amaral no rádio e acompanhar a movimentação dos dois times. De vez em quando, girava um botão de sintonia fina que ficava junto ao giratório dos canais. Vez ou outra, para melhorar a imagem, dava uma viradinha na antena pé de galinha, presa na ponta de dois canos de 6 metros cada, equilibrando-se do vento amarrada a arames torcidos. A imagem era muito longe dos canais normais de hoje, sem qualquer comparação com as HD´s.
Mas, assistíamos a tudo que passava na televisão. Era a primeira Copa ao vivo em Poções.
Final da tarde de 21 de junho de 1970, quando veio o tri sobre a Itália (4x1), a população estava comemorando na praça. Fizeram uma passeata em direção a porta da nossa casa, na Rua da Itália, na tentativa de intimidar meu pai e outros tios e amigos italianos moradores que assistiram ao jogo com a gente. No início, houve certo receio de acontecer alguma reação mais calorosa. Mas, Chico, meu pai, naquela tranquilidade peculiar, já saiu na varanda aplaudindo aos vitoriosos que estavam com as bandeiras. Em seguida vieram os outros tios repetindo o mesmo gesto.
O que se imaginava um confronto, tornou-se uma cena de respeito de ambos os lados. Os aplausos vinham dos vitoriosos e dos perdedores, selando aquele momento. Afinal, estavam todos na Rua da Itália.
Essa coisa de torcer pela Itália e torcer pelo Brasil sempre foi muito natural na nossa casa. É um confronto difícil de evitar nas copas do mundo, porém traumáticos. Além dos 4x1 do México, tivemos em 1978, na Argentina, a decisão do terceiro lugar onde o Brasil ganhou de 2x1.
Depois, foi meio que a forra de meu pai, quando em 1982 tomamos aquele “vareio” de Paulo Rossi (3x2) e a melhor seleção de todos os tempos voltou para casa.
Já em 1994, Baggio deu mole e nós trouxemos o tetra.
Para essa Copa, Força Brasil, Forza Azzurra!!!
sábado, 12 de junho de 2010
Portugal do penteado afetado
8 de junho de 2010
Portugal, terceiro adversário do Brasil, ganhou de 3 a 0 de Moçambique, no último amistoso antes da Copa, nesta terça-feira (8).
O resultado pouco importa, por se tratar de treinamento. Mas é bom observar.
O time joga no antigo sistema de dois pontas-de-lança: Simão, jogador muito técnico, e Cristiano Ronaldo, que dispensa apresentação.
Como atacante de área, o baiano Liedson, lançado ao futebol no Poções, time de um dos maiores defensores da cidade, Luiz Sangiovanni.
Sem chances na seleção brasileira, ele, Liedson, e não Sangiovanni, que prefere as luvas, resolveu se naturalizar lusitano. Quer agora mostrar seu valor.
No meio, dois homens criativos. O também brasileiro Deco, que teria uma vaga na seleção de Dunga (prefiro ele a Elano, mas seria reserva de Daniel Alves), e o 10 Danny, que chega bem ao ataque.
O importante meia-atacante Nani, do Manchester United, foi cortado depois de problema na clavícula. Seria dele uma vaga.
Não gosto do sistema de pontas, apesar de ser bonito de se ver. O jogo fica mais franco, mas os riscos defensivos triplicam.
Também estranho os penteados afetados dos jogadores de Portugal. Até Liedson aderiu ao gel. Por vezes o futebol fica igual aos cabelos.
Com um só “trinco”, como os portugueses chamam o frente de zaga ou primeiro volante, fica difícil se defender.
E aí está o grande pecado português que Felipão, como excelente técnico, mas péssimo ex-zagueiro, revolvia colocando mais um meia defensivo.
Me preocupa a ação ofensiva de Cristiano Ronaldo sobre Michel Bastos. Oxalá Felipe Melo faça as pazes com a bola até lá.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Mufula - Poções Minhas Veredas
Usanu pracata di coro di boi,
Eu era piqueno mais já trabaiava
Na roça eu prantava, féjão e repoi”
(trecho da poesia Sodade do meu Turrão)
Quem chegar em Poções e procurar por Gildásio Campos Caetité, ninguém vai saber quem é. Mas, procure por Mufula e todo mundo sabe onde encontrá-lo. Aliás, não precisa procurar que logo aparece.
Na praça da Festa, em menos de 10 minutos, chegou com uma bolsa a tiracolo carregando o seu livro de poemas Poções Minhas Veredas, lançado oficialmente no ano passado. Sua felicidade irradiava, dedicando um exemplar para cada amigo.
Eu acho que Mufula se confunde com a pomba do Divino Espírito Santo. É uma pomba sertaneja, difícil espécie nos dias de hoje. Se mudou para a cidade, mas nunca perdeu as suas características e identificação com o homem da roça.
É uma pomba poeta! Assim eu resumo o meu amigo irmão Mufula. Velho companheiro de tantas Festas do Divino e de muitas boas horas de conversas. Não me lembro da ausência de Mufula em qualquer ano.
Ele apresentava o programa Amanhecer no Sertão, na rádio Povo de Poções, e muitas vezes falamos ao vivo, via telefone. Quando estava em Poções, a minha presença era constante para visitá-lo e falar de assuntos diversos. Aqui em Salvador, eu acompanhava o programa pela internet, quando o serviço da rádio funcionava e permitia.
Por razões diversas, deixei de ouvir o programa por mais de 6 meses. Acordar no sábado cedo não é fácil. Mas, um dia, deu vontade de ouvir o programa e estava praticamente de saída. Restavam dez minutos. Liguei o computador e acessei o site. Exatamente nessa hora, lá estava Mufula dizendo: - Vou ali comer uma melancia frita e volto já, mas antes quero mandar um abraço para esse povão espalhado no Brasil, sintonizado na internet, especialmente para o meu amigo fulano (era de São Paulo, não me lembro o nome) e para Lulu, aí em Salvador, ligado no programa ouvindo a gente.
Fiquei impressionado pela coincidência do fato e emocionado por saber que as pessoas, mesmo distantes, pensam em você.
Foi uma lembrança especial, de verdade. Se tratando de rádio, foi uma sintonia perfeita, literalmente.
Só tenho que parabenizar pelo seu livro especial, batizado aqui pela minha filha de “o livro escrito com o dialeto brasileiro”. Na verdade, o dialeto poçõense.
“Ser poeta é uma virtude, fazer poesia é uma arte”
terça-feira, 1 de junho de 2010
Festa do Divino - IECEM
A Mostra Cultural fez falta. As fotos de José Onildo também. Tivemos apenas o IECEM, como sempre, brilhando com uma mostra simples, trazendo o passado da nossa cidade.
Espero que na próxima Festa do Divino tenhamos mais atividades culturais e o Museu Municipal.
Aproveito a oportunidade para divulgar que o IECEM (Instituto Educacional Cecília Meireles) estará realizando o concurso de contos e poesias Prêmio Cecília Meireles de Literatura no dia 31 de julho de 2010. As inscrições estarão abertas até o dia 16 de julho na secretaria da instituição (fone 77-3431-1087).
Uma oportunidade para a Filarmônica
O anúncio feito na noite deste domingo (30), durante abertura do 4º Encontro Estadual de Gestores de Cultura, no Teatro Castro Alves, em Salvador. Através da Secretaria de Cultura vão ser aplicados R$ 4 milhões para a compra e conserto de instrumentos e fardamentos, além da capacitação dos gestores, publicação de um catálogo de divulgação e um portal na internet.
Modernização
Segundo o secretário de Cultura, Márcio Meirelles, o programa chega com o intuito de modernizar e popularizar as filarmônicas. “Não estamos investindo apenas nos instrumentos, nós queremos trazer essas instituições, que são do fim do século 19 e início do século 20, para o século 21, com maior interação com a mídia, maior capacidade de captar recursos e renovação de seus repertórios”.
Ao todo devem ser beneficiadas 183 orquestras filarmônicas de 170 municípios, dos 26 territórios de identidade do estado. “Investir nas filarmônicas é investir numa ação social e cultural importantíssima para o desenvolvimento do estado. Estamos falando de cerca de 3 mil músicos e mais de 8 mil alunos de todas as idades. Pessoas que mesmo que não se tornem músicos, terão uma experiência única com a arte e a cidadania”, afirmou Meirelles.
Festa do Divino - Bandeira Verde
Assisti a algumas filmagens da Festa feitas em 1988 e 1991 e as entrevistas eram com base na famosa pergunta acima.
Teve gente que achou melhor, outros culparam o plano Collor. O frio era o culpado pelo “menos” movimento. O parque era no meio da praça. O pavilhão fervilhava de gente.
Naquela época, as pessoas reclamavam dizendo que a Festa já estava descaracterizada. Não se conseguia repetir o sucesso do ano anterior.
Em 2010, 22 anos depois, portanto, o papo ainda é o mesmo. O poder de comparação é evidente. Os sites de notícias da cidade dão idéia da evolução da Festa.
Não vou reclamar. Achei a Festa muito boa. Só não posso dizer que foi melhor que o ano passado porque não estava lá. Foi um festão para o povo. Não posso mais reivindicar uma festa para os mais velhos, mas reivindico uma programação para os mais velhos na tarde do sábado, quando todo mundo que planeja ir à Festa aparece na Praça.
As duas maiores oposições também não podem reclamar: A Igreja estava lotada, ninguém podia entrar. A praça estava entupida. O Mastro foi mais fraquinho, a Chegada das Bandeiras foi muito bonita e a rua cheia de gente. Até teve político demais. Estava no cavalo ao lado de André da Ótica e ele esperava contabilizar um bom movimento do comércio local. A polêmica do parque no centro da cidade vai continuar. Os bares e restaurantes estavam lotados. A onda Daniel invadiu a cidade – o centro engarrafou. Até São Pedro ajudou – não choveu e nem fez frio!
Tem quem reclame da falta de distribuição da renda da Festa, que o dinheiro vai todo embora da cidade. Tem gente torcendo para que os músicos locais recebam os seus cachês logo. Ouvi alguém dizer: - Vocês de Salvador só fazem cobrar. Tem tanta gente famosa, são incapazes de ajudar e só aparecem na Festa para reclamar.
Já que eu não vou reclamar, vou apenas lembrar que o time do Poções está esquecido e precisava um pouquinho desse dinheiro federal. Alguns banheiros químicos quebrariam o galho de muita gente. Mas não esqueçam no próximo ano de reservarem uma área “preferencial para idosos” na Praça ou nas barracas. Quanta gente boa da velha guarda estava presente.
Poções merece a melhor união de vocês, autoridades civis, militares e eclesiásticas (como dizia o nosso Chico Paradella) para decidirem o futuro da nossa Festa.
Tudo isso aí é muito bonito! Não deixem as tradições se acabarem.
domingo, 30 de maio de 2010
Festa do Divino – No Gaiolão, sem o Pavilhão
Encontrei uma galera boa, de anos. Todo mundo freqüentador da festa. Vamos lá: Edson Exler (Jacaré) Ana Maria e Eliana Moraes, Minuca Magalhães, Lourinho (rouco, precisando de interprete até para pedir uma dose de conhaque), uma prima de Eliana (desculpe, mas não lembro o nome – mande que eu conserto) e uma novidade de visita – Romélia Bloise e o seu marido, um sãopaulino roxo, irmã dos meus amigos Cauva, Eduardo e Romeu Bloise, residentes em São Paulo, antigos moradores de Poções.
Foi um prazer rever Minuca Magalhães, depois de 20 anos (ele disse que era mais). Mora em Condeúba, aqui no interior da Bahia. Fui logo apelando e pedindo para que me contasse a história do poçõense que um dia foi se hospedar na pensão de Dona Albinha, sua mãe (nas proximidades da rua da Independência, aqui em Salvador). Minuca revelou o autor, mas mantenho em sigilo pois estas coisas de revelar nomes na internet nem sempre acabam bem.
Se não revelo nome, pelo menos posso contar a história:
O cidadão desembarcou na rodoviária velha de Salvador e pegou um taxi. Pediu para que o levasse para a pensão de Dona Albinha. O motorista perguntou se ele sabia o endereço. – Ué, você não sabe onde é? É a pensão de Dona Albinha. Deu no mesmo e o motorista voltou a perguntar se não tinha uma referência, um endereço. Nosso cidadão respondeu: - Ela é a mulher de seu Martinho. Lá em Poções todo mundo conhece.
O tempo passa, as lembranças não. A rodoviária nova de Salvador data de 1974. A história é anterior, possivelmente entre 1971 e 1973. Não se sabe como o nosso amigo conseguiu chegar na pensão de dona Albinha.
Festa do Divino – No Wartão, sem o Pavilhão – Parte 2
Lá pelas tantas, no bar de Wartão, Jorge faz uma revelação bombástica: - Tenho medo de defunto. Me pelo. Já pensei em ajuda psiquiátrica, porque é mesmo trauma de infância!
Eu não acreditei, não é possível, mas pensei: Qual interiorano não sofre desse mal? Quem nunca sofreu de medo da escuridão? Passar perto de um cemitério era um tormento.
Disseram a Jorge que o tratamento era dose única: Pegar no pé de um defunto e ele estaria curado.
Morreu alguém em Morrinhos. Lá vai Jorge para fazer o tratamento. O pé, calçado com uma meia branca, e ele pensando em desistir. Encorajado, pegou no pé defunto. Pra que? Coitado. Caiu em desespero e teve que ser retirado da sala tamanho era o dissabor por não encontrar a cura para o seu mal.
Agora, além de defunto, passou a ter medo de meia branca.
sábado, 29 de maio de 2010
Festa do Divino – No Wartão, sem o Pavilhão – Parte 1
Mas fomos salvos por Wartão, que não tinha “música” incomodando. Ali se tornou o ponto provisório dos velhos amigos. Poucos, é certo, mas deu para matar a saudade.
Nunca se sabe a hora de voltar para casa, sempre chega alguém depois que você terminou de pagar a conta. Vai mais uma cerveja, mais um papo, mais um abraço. Chega alguém que você não encontra depois de tantos anos. É uma nova rodada de conversas, de novas histórias e saber sobre aqueles que não vieram, atualizar o caderno e passar a limpo a saudade.
Lá pras 5 da tarde chega Gilmar Magalhães e o nego Regi. Deus sabe de onde apareceram!
Tenho uma admiração especial por Gilmar, desde os tempos em que era colega de Bruno Sola, quando ele ouvia as histórias de meu tio Giovanni e o imitava.
Naturalmente, ele me diz: "Tenho umas lembranças para o seu blog!" Mais uma cerveja e ele começa a contar sobre o dia em que o caminhão de doces da Sultana quase vira na ponte de madeira (aquela próxima à Igrejinha). "Era dirigido por Pedro Laudelino – Pedro de Diná, faço questão de frisar pra você não atrapalhar com Pedro de Anália, aquele que jogava sinuca. Foi um acontecimento histórico na cidade".
"Aquele tanto de lata de biscoito no bagageiro externo, “tu” não lembra? Era de biscoito de doce e de sal. Tinha as marcas Tupy e Aymoré, lembra? Maria era os de doce, tinha dos redondos e daqueles compridinhos".
As histórias continuavam. "Agora nós vamos falar de Good News” – Good News? perguntei. É assim que a gente chamava Boa Nova, você não se lembra? É a nossa Sucupira". Gilmar lembrou que Boa Nova deve um defunto a Poções, pois construiu um cemitério novo e ninguém morria. " O defunto teve que ser emprestado por Poções".
- Ah, Gilmar, me deixa!!!
" Não, ainda tem a história do Padre Honorato quando foi celebrar uma missa lá. O padre foi convidado para um jantar residencial. Já havia jantado, mas foi assim mesmo. Ele “rudiava” a mesa enquanto recebia um insistente convite: Padre, dona fulana ta chamando pro senhor ir comer! O padre, surdo, responde: Não, não quero, já comi muito, não quero comer mais!
Tem mais uma antes de você ir embora. Sabe qual é? A do peru feliz.
- Peru feliz? Então é história de Natal? perguntei.
Você conheceu Emério Pithon? Alguém chegou em Poções procurando pelo Seu Emério para entregar um peru de natal. Mas “tu” também conheceu Homero Pintor? Pois é, foram entregar o peru para Homero Pintor no lugar de Emério Pithon. Como ele não sabia de nada, também não questionou e ficou com o peru, feliz da vida.
Mas, antes de você ir embora, grave aí e não esqueça de botar no blog os nomes dos cachorros do seu tio Giovanni: - Baleia, Suzi e Sara!
São pequenos detalhes que fazem a magia desses encontros. Lembrar de Baleia, Suzi e Sara reconstitui a lembrança de boa parte da minha infância em família, que já estava esquecida.
Um abraço para Gilmar e para o primo Bruno, que foi o elo dessa amizade.
Festa do Divino - O Poeta Homero
Durante a solenidade religiosa da busca do mastro, o Padre Estevam disse, com muita propriedade, que as palavras de seu Homero demonstram bastante simplicidade. Responsável pela organização da Chegada das Bandeiras e do próprio Mastro, o nosso Homero incorpora essas tarefas e passa o sentimento de dever cumprido quando descreve as dificuldades para a realização das mesmas.
As suas atitudes são puras e objetivas. Fala dele, dos que o ajudaram e circula entre o atual e os ex-prefeitos. Numa naturalidade de espantar, fala dos padres, dos ex-padres, entra no assunto da perseguição do religioso sobre o profano. Não traz nenhum transtorno na sua fala e coloca todos no mesmo patamar.
Mesmo sendo prolixo, consegue transmitir confiança e a preocupação com os preparativos da festa do próximo ano. Implora a Deus para que esteja vivo e que tenha forças para repetir a beleza dos eventos. Entre lágrimas, aplausos e português próprio, está o nosso poeta Homero falando da Chegada da Bandeira e Mastro, como se fossem as epopéias Ilíadas e Odisséia, eternizando para o resto da vida as nossas tradições.
Praticidade, objetividade e simplicidade são os exemplos que Homero nos mostra na realização da Festa, que devem ser seguidos por todos que discutem sobre o futuro de tão importante evento da nossa cidade.
A minha admiração e a de tantos outros por este serventuário da justiça, como faz questão de dizer nos seus discursos, farão com que Homero mantenha viva as duas maiores tradições religiosas da nossa Festa.
Parabéns Seu Homero, vida longa para o senhor!
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Festa do Divino - Lembrando Daniel Rosinha...
Quem não conheceu, Rosinha foi um dos poucos travestidos de Poções que teve passagem livre e acesso à sociedade poçoense, numa época onde todo mundo tinha pudor.
Como naquele dia de festa a atração era o cantor Daniel, o nome de Rosinha chamou a atenção dos que estavam à mesa. Zitão não perdeu tempo: - Quem namorou com Daniel Rosinha? Risos por toda parte, cumplicidade no ar. Todo mundo ali viveu na mesma época do sucesso de Rosinha.
As verdades estavam disfarçadas em conjecturas. Ninguém queria assumir, mas havia no semblante uma cumplicidade subliminar com a “ingênua” pergunta de Zitão.
As indicações dos “namoradores” foram saindo, as histórias iam sendo reveladas. Lembramos de Rosinha dançando no Clube Social – as mulheres adoravam porque era um exímio dançarino, excelente condutor e de comportamento respeitador.
Daniel ganhava a vida vendendo biscoito “ximango” na feira e, ainda cedo, amanhecendo, passava empurrando uma carroça com as latas do produto para estacioná-la ao lado das barracas, já que não existia o mercado.
Lembrei daquela figura sentada sozinha em uma das mesas no Chamuscão, tomando cerveja, com o queixo apoiado sobre as mãos, levemente unidas.
Mas, após tantas lembranças, não houve um “sim” convincente para a pergunta de Zitão. Tínhamos apenas a certeza do sentimento da saudade da época de Daniel.