Recebi um
texto que fala sobre o uso do paletó, escrito pelo meu primo Eduardo Sarno. Não
sei se ele autoriza, mas vou convencê-lo que é uma interessante
crônica e gostaria de publicá-la aqui no blog.
Mas, falando
de paletó, me lembrei do tempo em que se usava lenço, aquela peça de tecido de
algodão medindo uns 30x30 cm. Foi por muito tempo uma opção quando a pessoa preferia dar um presente baratinho. Eram vendidos numas caixinhas de papelão,
bem dobrados, e de cores variadas. O mais famoso deles era o Lenço Presidente,
que até hoje é fabricado.
Quando me
mudei para Salvador, minha mãe colocou uns três na minha bagagem. Confesso que
só usava no dias que ficava gripado e era uma bomba ambulante de transmissão de
germes, sem esquecer do “catarro” que ficava grudado entre as dobras e eu virava
para aproveitar o outro lado, ainda limpo.
O lenço
tinha a sua utilização mais variada, aplicada no dia-a-dia das pessoas. Me
lembro de Fernando Schettini (Bigode) quando assistia às partidas de futebol.
Lá, quase na bandeira do escanteio, ficava sentado em um adobão (tijolo de
barro) e com o lenço na cabeça. Ele dava quatro nós, um em cada ponta do lenço,
e o transformava numa touca para se proteger do sol.
Meu tio Luis
Sarno, tinha o costume de usar o “torrado”, cheirando pelo nariz. Terminava a colocação
do torrado e puxava o lenço para limpar o nariz dando aquelas assoadas.
Giovanni
Sola, puxava do bolso aquele “embolado” de lenço e assoava o pó de serra que
acumulava no nariz. O quadrado do lenço virava no final do dia um bolo.
De lenço embolado eu me lembro bem. Meu pai me levou pra passear na Rural Willians de Rafael Schettini, junto com José Domarco, Américo Libonati e Giovanni Sola. Fomos ver o asfaltamento da BR116, lá perto do Pituba. Eu sei que me deram um picolé e melei o rosto inteiro. Chico, meu pai, pegou o lenço embolado no bolso, deu umas cusparadas nele e esfregou no meu rosto para limpar o melado do picolé.
De lenço embolado eu me lembro bem. Meu pai me levou pra passear na Rural Willians de Rafael Schettini, junto com José Domarco, Américo Libonati e Giovanni Sola. Fomos ver o asfaltamento da BR116, lá perto do Pituba. Eu sei que me deram um picolé e melei o rosto inteiro. Chico, meu pai, pegou o lenço embolado no bolso, deu umas cusparadas nele e esfregou no meu rosto para limpar o melado do picolé.
Numa boa, embolou
outra vez e colocou no bolso.
Nota do blog .
Encontrei Antônio Libonati depois da crônica publicada e ele lembrava que os lenços eram usados na igreja durante a missa. Serviam para os homens ajoelharem sobre ele, evitando, portanto, que sujassem a calça. Mas, Libonati, como médico, lembrou da falta de higiene que era o uso do lenço sujo limpando o nariz.
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Encontrei Antônio Libonati depois da crônica publicada e ele lembrava que os lenços eram usados na igreja durante a missa. Serviam para os homens ajoelharem sobre ele, evitando, portanto, que sujassem a calça. Mas, Libonati, como médico, lembrou da falta de higiene que era o uso do lenço sujo limpando o nariz.
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Até os lenços já não se fazem como antigamente. Os do tempo atual são umedecidos em alguma substância química nada tão carinhosa como o gesto do seu pai.
ResponderExcluirPinduca.
Usava uma "pinoia", San, ainda uso! De algodão e quadradinho. Se bem que não sei para que, só serve para limpar os óculos!!! rsrsrsrs
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