"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Do facebook para o cemitério

Ontem, eu almoçava com alguns colegas de trabalho, torcedores do Bahia, e falávamos de Perivaldo da Pituba, aquele jogador, lateral do time, que recentemente foi mostrado morando em Portugal. 

Nenhum deles tinha visto Perivaldo jogar bola, descer pela lateral esquerda acenando, pedindo o cruzamento e partindo pra cima. Eram as marcas registradas do jogador nas tardes dos domingos na Fonte Nova.

Alguém quis se lembrar do técnico da época e perguntou quem era o velhinho que treinava o time. ...Titio Fantoni? perguntei e reclamei: vocês são fracos de memória, talvez não se lembrem de Evaristo de Macêdo, Candinho, Joel Santana e …

Um deles, sacou o telefone e foi pesquisar. Acabou dizendo: Não sei como as pessoas viviam sem smartfone – a gente sabe tudo na hora!!!

Pra que essa pressa? perguntei. Você não chegará mais longe só por causa desse telefone. 

Melhor foi ter visto, ter vivido. Agora, me desculpem: vocês são uns torcedores de m…., não sabem a história do time!

A sorte deles é esse tal de Smartfone e o tal do facebook. Um para ajudar a lembrar e o outro para ser lembrado.

Lembrado é a palavra correta, é verdade. Todo perfil de facebook já vem com a mesma foto que vai ser utilizada no cemitério. Lá, as lápides mostram fotos das pessoas em momentos felizes, sorrindo, iguaizinhas àquelas que a rede social já mostra (a minha, por exemplo).

Com essa mania de fotografia que vivo, algumas pessoas me pedem fotos e eu pergunto:  Você quer para facebook ou para a lápide do cemitério? A escolha é sua…


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