Em uma das suas páginas, ele narra a fundação do Ginásio de Poções, onde todos nós tivemos passagens obrigatórias.
Parabéns Dr. Irundy, Poções te agradece e tenha a certeza que Affonso estava certo. Todos se interessam pelas suas importantes histórias.
Abaixo, leiam a primeira página da autobiografia.
Irundy e Noélia - sua eterna namorada, na Festa do Divino de 2013 (Foto: Lulu Sangiovanni) |
"Muito se tem escrito em pequenas notas de jornais, sobre a
história de Poções.
O trabalho que estou me propondo, não é o de relatar por
ouvir dizer, mas, sim e tão somente, a vivência do dia a dia, desde a época que
passei aqui, algumas horas, em outubro de 1939 e na sequência, outras inúmeras
horas, quando de minhas viagens a Salvador, vindo de Iguaí, ou vice-versa, na
continuação dos meus estudos.
É claro que, para dar ciência da evolução desta cidade,
nestes últimos setenta e poucos anos, terei que colocar presente e bem anexa, a
minha autobiografia
.
Que autor seria eu, se fosse escrever dados sobre Poções e
os meus mais conhecidos habitantes, se OMITISSE a minha presença?
De certa forma, nesse período de tempo, muitos personagens
foram esquecidos, como também fatos de menor importância.
Certa vez, o meu irmão Affonso, que Deus o tenha guardado
em bom lugar, disse-me:
-"Dydy" (é como ele me tratava), porque você não
escreve a sua autobiografia?
Respondi quase que de imediato:
-"Fonso" (era como eu o tratava), publicar
poesias é um trabalho bem mais fácil. Você reune alguma coisa que escreveu,sobre
assuntos os mais diversos possíveis, corrige, vai a tipografia, imprime e
depois sai distribuindo aqui e ali aos seus amigos e conhecidos. Escrever a
minha autobiografia é um trabalho penoso, pois terei que rebuscar no passado
tudo aquilo que a minha memória puder trazer ao presente, juntando pedacinhos
da minha infância, da minha adolescência, ligando fatos e personagens, muitas
vezes esquecidos...
Mas no meio dessa resposta, apareceu um outro detalhe:
-Quem irá interessar-se em saber o que eu fui , o que eu
sou, a não ser alguns familiares bem chegados a mim e uns amigos de bons laços
?
Mas Affonso insistiu:
- Dydy reflita comigo. Nós viemos de muda para Poções em
1950, quando Papai trouxe a família de Iguaí para cá. Você, como irmão mais
velho, passou pelas primeira vez por esta Cidade em fins de 1939.
Porque então você não associa a sua autobiografia, ao
desenvolvimento de Poções, desde aquelas datas até aos dias de hoje?"
.
Prezado Lulu,
ResponderExcluirPara quem gosta muito de Poções, como é o meu caso, o seu Blog é o “ point” da informação sobre a nossa cidade.
Não sabia que o dr Irundy tinha essa veia de escritor tão refinada e detalhista.
Li toda sua autobiografia e simplesmente adorei. Por uns instantes cheguei a divagar em meus pensamentos e “desembarquei” em alguns anos das décadas de 50 e 60 em que vivi em Poções, para testemunhar a experiência vivida por dr Irundy e d. Noélia. Tenho muita consideração e admiração pelo casal. Eles sempre foram muito distintos e atenciosos com a minha mãe. Parabéns.