O texto que apresento abaixo, cita Libonati como participante de um evento onde a ingenuidade era a tônica. Com essa ligação telefônica, eu acredito mais ainda que o universo está sempre conectado em fases e idades totalmente diferentes.
A seguir, um achado sobre a juventude Poções, relatado pelo Dr. Irundy Manta Alves Dias. Uma história de 1952, uma relíquia.
Dr. Irundy - Seu Dy (2011) |
Caso a minha memória venha a falhar, já vou incluindo as minhas desculpas antecipadas, pelos nomes dos rapazes e moças que participaram do evento e que não estiverem incluídos na relação abaixo. Foram eles:
Rapazes: Antônio Rocco Libonati,
Affonso Manta Alves Dias, Carlos Humberto de Campo Neto, Carlos Alberto Nápoli,
Clemente Antônio de Brito (Clementão), Clemente Brito, Clóvis Pereira Júnior,
Joel de Souza Curvêlo, José Otávio Duarte Curvêlo e eu.
Moças: Cleide Mendes Lopes, Rosemari
Gusmão, Rosilda Alves Luz, Dinah de Sousa Neri, entre outras.
Contamos também com a valiosa
colaboração do dentista Dr. Plínio de Almeida Lírio, que apresentaria dois
números de ilusionismo.
De acordo com os ensaios realizados,
Dr. Francino escolheu três apresentadores que durante o espetáculo, fariam um revezamento
entre si. Carlos Alberto Nápoli, Clóvis Pereira Júnior e Irundy Manta Alves
Dias foram os rapazes encarregados das apresentações de todos os números.
Dia 20 de fevereiro de 1952, uma
quarta feira, foi a data escolhida, para que no Cine Santo Antônio, fosse
realizado o melhor show de variedades já aparecidos em Poções. Portanto
senhoras e senhores acomodem-se em suas poltronas, pois daqui a alguns
instantes:
Como nós fizemos uma propaganda
exemplar, o Cine Santo Antônio estava lotado. De forma impreterível, as cortinas se
abriram exatamente às 20 horas. O Dr. Ezequildes Nunes, como Diretor Presidente
da UEP, foi quem fez a apresentação inicial e em seguida nos chamou ao palco,
citando que caberia a nós três, a condução do show. Pediu também aos assistentes
as nossas desculpas antecipadas, explicando que o motivo principal de nossa
apresentação era o de fazer algo que nunca fora visto em Poções e, como não
existiam profissionais e somente jovens estudantes e colaboradores, poderiam
ocorrer alguns erros durante o evento.
Fui o primeiro a anunciar que teríamos no decorrer da noite um grupo de calouros, cantando ou dançando, ou ainda, cada qual mostrando as suas habilidades individuais. Para que os espectadores não ficassem cansados, nós iríamos intercalar os calouros com os números promovidos pelos estudantes, fazendo um bom revezamento. Assim é que, depois da cantoria dos dois primeiros calouros, a cortina se fechou e quase de imediato anunciei:
- Senhoras e senhores, ópera é um tipo de espetáculo que nem sempre agrada a todos. Por isso mesmo, iremos apresentar de forma bem rápida, a célebre ópera intitulada AÍDA DE VERDI.
A cortina foi reaberta. Bem suavemente, ouvia-se os acordes da ópera mencionada. Aí apareceu em cena, a estudante Rosilda Alves Luz, toda vestida de verde, com uma faixa transversal branca, colocada sobre a seu vestido, com as palavra escrita em letras garrafais: Aída.
Simplesmente ela atravessou do lado esquerdo para o lado direito do palco e retornou de onde tinha vindo, quando então as cortinas se fecharam rapidamente, mostrando ao público, logo de saída, que tipo de espetáculo eles apreciariam no decorrer da noite.
Em seguida, expliquei ao pessoal, que
o número a seguir, era uma colaboração do dentista Dr. Plínio de Almeida Lírio.
As cortinas se abriram e, então, apareceu o Dr. Plínio segurando a mão esquerda
de uma garota. Foram saudados pela platéia e sem dizer nenhuma palavra ele e a
moça colocaram duas cadeiras, uma em frente a outra, com um espaço de mais ou
menos um metro. Ele ajudou-a a colocar a cabeça e ombros sobre uma delas,
enquanto pernas e pés ficaram sobre a outra. No espaço entre uma cadeira e
outra, a moça procurou ficar bem firme, com o seu tórax e nádegas. À partir
daquele instante, com uma das mãos, ele hipnotizou-a e sentindo a firmeza no
que fazia, fez gestos para que o corpo da garota deixasse o apoio das cadeiras,
ficando flutuando no ar. Não cheguei a marcar o tempo, mas em questão de
segundos, o Dr. Plínio fez a moça retornar ao seu estado inicial. Pelo trabalho
executado ele recebeu muitos aplausos e tomando ligeiramente o microfone de
minhas mãos falou:
“-Minha boa gente de Poções, estou
tomando um curso de hipnose, para executar trabalhos em meu gabinete dentário,
a fim de que os meus pacientes não sofram qualquer tipo de dor e com isso,
estou me aperfeiçoando em outros trabalhos, como o que acabei de apresentar e
peço desculpas se não foi do agrado de vocês. Hoje mesmo, ainda irei apresentar
um outro número, colaborando com essa estudantada. Obrigado.”
Passei momentaneamente o comando do
espetáculo ao meu colega Clóvis Pereira Junior, porque o número imediato seria
da apresentação de mais dois calouros. Enquanto os dois candidatos iriam se
apresentar, fui aos bastidores preparar-me, pois na volta estaria junto à
plateia, para um número exclusivamente meu.
Ao retornar, trouxe comigo uma dessas cadernetas pequenas para anotações
rápidas e, no bolso, uma caneta, enquanto no palco, colocavam uma mesa
quadrada, coberta por uma toalha e sobre ela uma caixa de sapatos, repleta de
envelopes azuis, daqueles usados para colocar correspondências a serem enviadas
pelos Correios. Desci a pequena escada que comunicava o palco à plateia e
dirigi-me às últimas fileiras, onde com a voz estridente anunciei o que iria
executar. Aproximei-me de uma senhorita e pedi-lhe para escrever na caderneta
uma centena qualquer, com os sem algarismos repetidos. Recebi a caderneta de
volta e falei em voz alta:
-Essa mocinha escreveu aqui na
caderneta uma centena à sua livre escolha. Vou passar por diversas pessoas e
cada uma delas colocará também uma centena, de preferência diferente daquela
que ela escreveu. Combinado?
À medida que mais quatro pessoas foram colocando as suas centenas, fui chegando perto do palco e subi a escada. Lá no palco, convidei outra pessoa que quisesse subir para fazer a soma das cinco centenas que haviam sido escritas na caderneta . Assim que ele terminou, anunciei:
- Atenção pessoal! O nosso amigo aqui
acabou de efetuar o cálculo e achou para a soma das cinco centenas, o número
2017. Quero antecipadamente agradecer a colaboração de todos e para encerrar o
espetáculo gostaria de chamar ao palco um garoto ou uma garota, para nos ajudar
numa outra tarefa. Assim que uma menininha de seus seis a sete anos subiu a
escada com o auxílio de outra pessoa e chegou ao palco, pedi para que a mesma
retirasse da caixa de sapatos, qualquer envelope azul, abrisse e mostrasse ao
público o que estivesse dentro. A garotinha bem inteligente, por sinal, fez
tudo direitinho como ensinei. Retirou um envelope qualquer, abriu-o e com a
outra mão, puxou de dentro um papel branco. Colocou o envelope puro sobre a
mesa e o papel que estava na outra mão, desenrolou-o e mostrou ao público o que
em tinta NANQUIM aparecia escrito.
Era o número 2017. Quando a platéia viu o resultado, a reações foram bem
diversas: uns riram, outros assoviaram e mais alguns bateram palmas. Enfim, o
truque da matemática, surtira o efeito desejado.
Em sequência ao show, Clóvis Pereira
Junior, anunciou: - Senhoras e senhores, o nosso show é por demais variado.
Agora, iremos nos reportar e reviver um pouco do passado em História Geral.
Anunciaremos à seguir, Napoleão
Bonaparte passando o Monte Branco.
Quando as cortinas reabriram, vimos
duas mesas grandes e juntas no centro do palco, contendo uma pilha enorme de
peças brancas. Eram toalhas, camisas, calças, lenços, camisolas, lençóis, enfim
todas as peças amontoadas, eram brancas. Apareceu Affonso Manta com o mesmo
uniforme que Napoleão Bonaparte vestia quando de suas batalhas memoráveis, mas
segurava em uma das mãos, um ferro de engomar, enquanto a outra se situava por
dentro do seu casaco, encostada ao peito. Suavemente, passava o ferro sobre as
peças brancas, sem ter o cuidado de arrumá-las ou dobrá-las. Naquela posição se
manteve alguns segundos, sem sequer dizer uma palavra. De imediato a cortina
foi descerrada.
(NANQUIM: Tinta preta que se usa em desenho.
Tecido de algodão amarelado, fabricado inicialmente apenas em Nanquim).
O número seguinte apresentou a nossa
colega Dinah Sena Nery, que era bem magrinha e possuía uma facilidade incrível
de se contorcer. Era uma dança bem suave e ela fazia uma manobra de pernas e
braços com tanta perfeição, que deixou muita gente com vontade de repetir
aquele contorcionismo em casa. A garota fez uma exibição fantástica.
Pela primeira vez, na noite, Carlos
Nápoli, pegou o microfone para comandar o espetáculo e anunciou a presença de
mais dois calouros, sendo que um deles, apresentou-se fazendo EMBAIXADAS (Espécie de jogo,
em que a pessoa com muita habilidade consegue manter uma bola no ar sem cair ao
chão, manobrando-a com a cabeça, ombros e pés).
Logo em seguida, foi anunciada a presença
de Affonso Manta, para daquela vez imitar as vozes e gestos de três pessoas
queridas de nossa sociedade. Assim que Affonso começou imitando a gesticulação
do Sr. Alcides Fernandes, que tinha o hábito de esfregar as mãos, uma de
encontro a outra, mas o fez com tamanha maestria, que o público prorrompeu em
aplausos. Depois, ele imitou a voz e aquela tosse seca de Hidelbrando Rocha
(Deco),que estando na farmácia de Papai, dizia:
“- Ary, ou Ary(com voz e tosse
entrecortadas), vamos jogar uma partida de gamão?”
Mais risos e aplausos.
Por último, Affonso imitou a voz
rouca e um pouco fanhosa do Sr. Saturnino Macêdo, o conhecidíssimo Yoyô Macêdo,
que estando no seu cartório, dizia ao seu filho Vilobaldo:
“- Vila, ô Vila, quer me passar o
carimbo para eu reconhecer essa firma ?”
Outros aplausos, acompanhados de risos e assovios.
O interessante na apresentação do
nosso espetáculo, é que cada número se superava a sí próprio se fosse comparado
ao que tínhamos visto nos ensaios. Os rapazes e as moças brilharam de ponta a
ponta.
Retornei ao comando e ao reabrirem as
cortinas, no centro do palco, achava-se um banco de jardim e nele sentados bem
juntinhos como dois namorados, Clóvis Pereira Júnior e Rosimari. À medida que
os segundos foram se passando, Rosimari foi-se afastando, fazendo uma cara de
que algo mal cheiroso partia de Clóvis. Ele, intrigado com o afastamento dela,
notou também que o mau cheiro não partia dele e possivelmente seria ela,
querendo colocar a culpa nele. E o fedor aumentava tanto, que os dois namorados
já se encontravam quase sentados nas extremidades opostas do banco. Eis que, de
repente, por trás do banco, surgiu a figura de Carlos Nápoli, levantando-se e
suspendendo as calças. Carlos de imediato olhou para o chão onde havia feito o
seu “serviço” e dali saiu imediatamente de cena. O pano da cortina também se
fechou, deixando os espectadores rindo à vontade.
- Senhoras e senhores, esperamos que
estejam gostando de nossas brincadeiras. Dentro de instantes apresentaremos os
dois últimos calouros da noite e logo após, presentearemos o vencedor com um
brinde oferecido por uma das casas comerciais a quem agradecemos.
Depois dessa fala, pedi ao
público muita atenção no número à seguir, pois a nossa colega Rosilda Luz, após
um intenso treinamento com mambos, iria apresentar um tipo de dança mexendo e
remexendo com as cadeiras. Saí de cena enquanto as cortinas eram reabertas. O
fundo musical era daqueles mambos mais solicitados nas rádios. O palco estava
repleto de cadeiras e todas completamente desarrumadas. Aí apareceu a figura de
Rosilda Luz, que na maior calma do mundo, começou a colocar as cadeiras nos
seus devidos lugares, bem arrumadinhas. Gozação de novo e o povo delirava,
percebendo que naquela altura do show, a que grau de inteligência eles foram
submetidos. A cortina foi fechada e surgiu o Clóvis Pereira Júnior anunciando
que à seguir o Dr. Plinio apresentaria um novo número de ilusionismo e enquanto
o palco seria arrumado, ele chamou o vencedor entre os calouros na pessoa de
Wilson José de Moraes. As cortinas ficaram cerradas, mas Clóvis recebeu o Bio,
como era popularmente conhecido o Wilson Jose de Moraes e pediu ao mesmo que
novamente cantasse a música Granada, ao tempo em que entregou-lhe o prêmio a
que fizera jus.
- Senhoras e senhores,
- continuou o Clóvis - estamos chegando ao final do nosso espetáculo. Para
encerrá-lo, vamos destacar os três últimos números. Em antepenúltimo, teremos
agora o nosso dentista Dr. Plínio, que colaborou e muito com o nosso show a
quem penhoradamente deixamos aqui os nossos agradecimentos.
Quando as cortinas foram reabertas, no centro do palco estava
uma mesa e sobre ela uma gaiola, onde dentro, um pequenino pássaro branco,
saltitava de um lado para o outro, talvez espantado com o que acontecia em sua
volta. No canto esquerdo o palco, um rapaz, ajudante do Dr. Plínio, segurava em
umas das mãos, um fio preto comprido, em cuja extremidade, achava-se um bocal
com uma lâmpada, daquelas grandes de 150 velas, que por sinal, achava-se acesa.
Na outra mão ele segurava um pano preto. Para que ninguém ficasse assustado,
Dr. Plínio explicou que na continuação do número, momentaneamente as luzes
seriam apagadas. Pegou outro pano preto e cobriu delicadamente a gaiola, para
não assustar mais o pássaro. Retirou da cintura um revólver e no instante em
que fez mira em direção à gaiola, as luzes se apagaram e ao mesmo tempo
ouviu-se o estampido da arma. Com o cinema às escuras e com o som do tiro,
houve muita gente da plateia dando gritinhos HISTÉRICOS, mesmo
sendo avisadas com antecedência. Segundos depois, as luzes voltaram à sua
normalidade e então, dando prosseguimento ao seu número, Dr. Plínio, retirou o
pano preto de sobre a gaiola, que achava-se totalmente vazia. Onde estava o
pássaro? O rapaz, que ficara no canto do palco, ao mandado de Dr. Plínio,
retirou o pano preto e a lâmpada agora apagada, abrigava o pássaro branco,
saltitante com o sempre, como se nada houvesse acontecido.
O número foi muito bem executado o que gerou uma grande ovação.
Após, uns dois minutos de um pequeno intervalo, voltei ao palco
para apresentar o penúltimo número, encontrando ainda e plateia comentando
sobre o trabalho de ilusionismo que acabara de ser apresentado. No centro do
palco, encontrava-se uma mesa, coberta por um pano bordado, que cobre as mesas
grandes de sala de jantar.
(HISTÉRICOS: concernente a histeria. Que
ou quem é excessivamente nervoso ou agitado).
Quando a nossa colega Cleide Mendes Lopes, surgiu em cena, pedi a qualquer pessoa da plateia, que subisse ao palco, para colocar um lenço preto, sobre os seus olhos, vedando-os completamente e o próprio rapaz teve o cuidado de levá-la pelo braço, para ficar sentada de costas para o público, com a cabeça pousada sobre a toalha da mesa. Desci a escada e dirigi-me às últimas filas de cadeiras do cinema. Daquele local, agora com um microfone na mão, tomei um objeto de um espectador e perguntei a Cleide:
- Atenção Cleide! Que objeto
tenho agora em minhas mãos? Prontamente ela respondeu:
- Um guarda chuva! Andei um
pouco para frente e disse:
- E agora garota, que objeto
tomei emprestado dessa moça? Novamente Cleide respondeu:
- Uma bolsinha pequena !
- Ótimo, estamos indo muito
bem. Preste bastante atenção, pois o objeto que vou tomar dessa pessoa é bem
menor dos que os outros.
- Acredito que seja uma
lapiseira, respondeu Cleide já um pouco indecisa.
- Ora, ora. Não precisa se preocupar. Todos aqui da plateia sabem que você é uma estudante, como os demais desse espetáculo são. E ainda temos a acrescentar se porventura qualquer erro acontecer, você será perdoada inteiramente. Vamos continuar? Que objeto estou segurando nesse instante?
- O brinco da orelha de
qualquer moça da plateia.
Naquele momento, dirigi-me a um rapaz que achava-se ladeado por duas mocinhas e solicitei aos três que anotassem o horário que estava marcado no mostrador do seu relógio. Aí, ergui o braço esquerdo, pois o outro segurava o microfone e perguntei:
- Qual o objeto que tenho em
mãos no momento? A resposta veio rápida:
-Um relógio de algum rapaz.
- Cleide, agora você irá se concentrar muito mais, porque a pergunta será dificílima. Está pronta?
- Estou. Pode perguntar.
- Quando eu tomei emprestado
esse relógio, três pessoas, incluindo o próprio dono, tomaram nota de algo que
agora vou perguntar. Que horas e minutos estavam registrados no mostrador?
Silêncio absoluto. Cleide nem se mexeu na cadeira. Tentei pela segunda vez :
- Cleide concentre-se um pouco
e com calma responda. Passaram-se alguns segundos e nenhuma resposta foi ouvida
. Quando então, pela terceira vez insisti nas pergunta eis que lá no palco,
Carlos Nápoli, saiu de debaixo da mesa e virando-se para o público, gritou bem
alto:
- Pessoal, não tenho olhos de
raios X ...
A cortina fechou-se
rapidamente, deixando o ambiente num zum zum zum, tremendo. Uns riam, outros
comentavam o desfecho. Enquanto isso, aproveitei o momento e calmamente subi a
escada.
Em frente à cortina cerrada,
ainda com o microfone em mãos, agradeci ao público presente, pedindo desculpas
pelas brincadeiras a que nos propusemos e salientando mais uma vez, que a nossa
intenção foi a de apresentar em Poções, algo diferente e nunca visto.
- E agora distinto público,
antes que vocês se retirem do cinema, iremos apresentar como último número,
onde todos os colegas irão apresentar o grande coro da UEP.
Afastei-me do centro do palco,
no mesmo instante que as cortinas eram reabertas para uma gozação final. Todos
os participantes do show apareceram em cena, segurando um enorme couro de boi e
foram aos poucos atravessando o palco de um lado para o outro, dando tempo para
que todos lessem: ESTE É O GRANDE CORO DA UNIÃO DOS ESTUDANTES DE POÇÕES.
A nossa imaginação foi tão
fértil e as brincadeiras tão inocentes e singelas, que devem ter sido guardadas
na memória de todas aquelas pessoas que estiveram presentes naquela noite.
Muitas saudades guardo daquele
tempo e afirmo peremptoriamente que nunca mais assisti algo assim nesta cidade".