Pois é. Antônio andava sempre em uma casa noturna de Poções quando viajava pela região. Quando eu via, estava sempre sentado na mesa que ficava ao lado direito da segunda sala da tal casa. Usava óculos escuros no puro estilo Valdick Soriano, a qualquer hora do dia. Pedia uma cerveja e ficava observando o ambiente até se interessar por uma das mulheres que trabalhavam naquele local.
Antônio pedia a segunda cerveja e continuava o papo com a mulher. De repente, saia com ela para um dos quartos da casa. Assim era o costume de Antônio naquele lugar e com frequência mensal, talvez. Nunca trocamos meia prosa e ninguém sabia o seu nome. Era muito calado, não dava papo para a turma de jovens.
O tempo passou e comecei a trabalhar. Depois de três
meses, me designaram para morar na região sul, onde a empresa possuia uma
filial. Fui recomendado para procurar o gerente, que me daria as coordenadas do
trabalho.
Me apresentei e marcamos para visitar alguns clientes
durante o dia. Enquanto eu aguardava pela sua disponibilidade, fui me
apresentando aos outros colegas e percebia que alguma coisa me chamava a atenção. Achava a fisionomia familiar e ficava remoendo: De onde eu conheço
esse cara?
Pois bem, naquele dia, saímos e acabamos almoçando na churrascaria que
ficava no andar superior de um prédio defronte à Estação Rodoviária de Itabuna. Quando sentamos, ele fez
a mesma posição com os braços, apoiando o queixo. Caiu a ficha.
- Você andava em Poções? perguntei. Ele desconversou, disse
que tinha ido uma vez, mas de passagem para Vitória da Conquista e Brumado.
- Qual é rapaz, eu conheço você, não era o cara que tomava as duas garrafas de cerveja?
Veio um ééééé meio lerdo. Ele perdeu a chave, como a gente diz. Afinamos a conversa e era Antônio mesmo.
Convivemos na mesma empresa por um bom tempo e ninguém me dava mais notícias dele. No almoço de hoje, em meio às famosas costelas de Sorocaba, relembramos o fato.
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E vc, LU, tomava quantas cervejas no puteiro de Carolina ( ou era no de Vitalina ) ?
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