O Blog está completando um ano no ar! Nada mais compensador que os comentários recebidos.
Eles nos trazem as emoções, as lembranças, a saudade e o carinho que também se transformam em histórias. Agradeço a todos vocês por estarem juntos!!!
Lulu
Lembro da velha Marcolina, ia sempre lá em casa. Na época que tinha avião Poções-Salvador minha mãe contou para ela a viagem que havia feito e ela perguntou se tinha muita poeira! A velha Marcolina era uma pessoa simples e muito prestativa e as flores que fazia eram belíssimas. Esta foto, mostrando tia Lina, tia Ana e Annina Sarno é um registro importante da integração dos italianos com o povo de Poções em geral. Esta era uma característica dos nossos italianos, se relacionavam e bem com a cidade toda, não eram elitizados nem tinham preconceitos...ou se tinham inicialmente conseguiram superar com muita eficiência.Assim é Poções, a verdadeira terra de todos nós. Parabéns pela crônica. Vc ainda acredita em rezadeira?
Eduardo Sarno
(Texto: Professora Zirinha e a Velha Marcolina)
Que linda poesia! Não nasci aqui, mas moro há 19 anos e admiro cada vez mais com os artistas poçõenses que estão espalhados pelo Brasil! Parabéns! Sou uma das responsáveis pelo Prêmio Cecília Meireles de literatura há 18 anos e penso em divulgar cada vez mais artistas no nosso simples concurso. angelamuskat@yahoo.com.br
(Texto: Guel Brasil – um poeta poçõense)
Feliz da pessoa que conheceu e conviveu com Dona Zú. Mulher de verdade e que nunca mediu esforços para conduzir sua família a uma felicidade plena. Valeu vovó, a senhora deixou legado aqui na terra, os seus ensinamentos de caráter, honestidade, amor ao próximo, perseverança e muitas qualidades, sempre serão lembrados e praticados por todos os seus familiares e amigos. Que esteja ao lado de DEUS. Te amaremos sempre.
Henrique Curvêlo
Texto Jusmerinda Curvelo – Tia Zu
Tive a grata satisfação de trabalhar com D.ZU durante todo o tempo que Poções estava sob os cuidados do seu esposo OTAVIO CURVELO. Foi D.ZU que descobriu em mim o palhaço FUXICO, e com o apoio dela fiz varias apresentações, sempre na semana das crianças Ficaram as lembranças alegres, pra que possa me lembrar sempre de D.ZU.
Miguel França Sampaio. (Guel Brasil).
(Texto: Jusmerinda Curvelo – Tia Zu
Fiquei muito triste com a morte tão prematura do meu colega de ginásio Rominho Schettini "O Gringo", como era chamado carinhosamente por todos nós. Rominho era o responsável pelos balões que fazíamos todos os anos em época de São João, eram tão grandes, que soltávamos de cima do telhado do Ginásio de Poções na praça do Divino. Vai amigão... voando para o céu em um dos seus balões!!! Que Deus o tenha.
Jorge Dantas.
Texto Rômulo Schettini – Rominho
Sinto-me muito triste em saber do falecimento do Rominho. Ele foi meu colega de escola em Poções. Por eu morar em outro Estado, havia muito tempo que não o encontrava, mas sempre que ia a Poções perguntava às pessoas se elas tinham notícias do Rominho. Que Deus o tenha ao Seu lado.
Salvador A. Vaz
Falar de Mufula não é fácil, mesmo para mim que sou irmão. Mufula representa como poucos a poesia sertaneja, diferenciando dos estilos do mestre Afonso Manta, de Elder Oliveira, dentre outros. Ele é a própria caatinga em pessoa.
Texto Mufula
Figura ímpar e de grande respaldo da população poçõense. Maior historiador do município e um dos maiores da região do sudoeste da Bahia. Queremos um livro sobre nossa cidade e relatado fatos dos nossos antepassados. Valeu Félix pelos serviços prestados em nosso município.
Anônimo
Texto Felix Magalhães
Lulu, É impressionante a sua facilidade de narrar. Eu quando li"Poções não tão bem na terra como no céu" fui remetido ao meu passado, de quando morei no início da década de 60 em Poções. O seu registro é de uma veracidade, digna de nota e louvor. Parabéns, e continue exercitando este dom, que Deus lhe deu, para escrever ainda mais sobre Poções, cidade que marcou muito a minha infância.
Por Salvador Vaz Texto Poções, não tão bem na terra como no céu.
É uma ficção com todo perfil de realidade,você narra uma história em que todos os "artistas" têm os seus nomes originais. Muito bacana... parabéns!!!! Jorjão.
Jorge Dantas em Poções, não tão bem na terra como no céu...
Lu, meu contador de "causos" preferido! que saudade de tu, tatu! Adorei a historia do caminhão que virou com os biscoitos! rsrsrs Aymoré e Tupy são do meu tempo! rsrsr bjocas!
Solarma (Karina)
Texto Festa do Divino – No Wartão, sem o Pavilhão
Este ano não pude ir à Festa do Divino, gostei muito de ver as fotos das confraternizações e também das pessoas com as quais convivi por alguns anos, quando eu morava em Poções. Destaco entre as quais: Rominho, Moacir, Jorge de Duca,Lourinho (irmão do Jorge Laudelino da Silva),Noberto, Orlando, Pepone e demais. Quanto a você eu tenho vagas lembranças eu o via ao lado do seu irmão Miguel, o qual foi contemporâneo de Ginásio. Aproveito a oportunidade para parabenizá-lo, a respeito do seu Blog, sempre estou acompanhando os seus relatos e histórias relativas a esta bucólica cidade.
Salvador Vaz
Texto Festa do Divino 2010 – Poções – Bahia
Lulu, mais uma vez, registrando, vivendo e rememorando as mais belas passagens de uma vida; Amigos, Familiares, Tradições e Cultura! Parabéns por merecer ser filho desta Terra do Divino ! A todos de Poções o meu carinho ! Edu Fagundes
Texto Uma oportunidade para a Filarmônica
Se o Daniel Rosinha (que Deus o tenha) vivesse nos dias de hoje a “ingênua” pergunta não ficaria sem resposta, rsrsrsrsrs. Valeu Sangiovanni, essa foi boa, rsrsrsrsrs
Por Rui Macêdo em Festa do Divino - Lembrando Daniel Rosinha...
Já estava com saudades, com um e-mail engatilhado para cobrar novos escritos... É assim, meu velho: uma vez cativado o público, torna-se escravo dele! Ando angariando leitores para você no Velho Continente -- todos se admiram pelo fato de eu ter um pai bloguista, e, mais que isso, de mão cheia :) Gostei do novo perfil -- sua simplicidade consegue criar momentos de puro lirismo. Vida longa!
Por Ricardo Sangiovanni em Ah! Como é difícil amar você.
Esse histórias são muito boas já escutei muitas dessas pelo meu pai. Isso é muito importante para a memória coletiva de Poções, hoje eu e um grupo de colega exibimos quinzenalmente filmes na câmara de vereadores justamente neste intuito de preservar essa cultura cinematográfica dentro de Poções. Parabéns o site esta ótimo
Por Vitor em Os filmes de legendas vivas
Belo texto :) Quando me perguntarem agora porque eu, baiano, sou Flamengo, vou passar a responder: "porque meu pai é Flamengo". Aí recomendo esse texto, e quem não entender é porque não merece trela mesmo.
Por Ricardo Sangiovanni em Flamengo, via rádio
apesar dessas histórias terem acontecido em Poções, bem longinho daqui, elas sempre têm um "gostinho de saudade" dos velhos tempos! Adoro passar pelo seu blog!!!
Por Maria Isabel em "Só mesmo em Poções" - Parte 2
Lamentável.... a memória do povo é curta!!!!! Quem se lembra das pessoas que ergueram Poções? não só os destas últimas décadas, mas aqueles devotados que com luta trouxeram água, luz, telefone, banco, hospital etc... Infelizmente caem no esquecimento, vira peça de museu,ou nem isto... Se não querem a lembrança ao menos respeitem!!!
Por Anônimo em Tonhe Gordo
Meu caro amigo Lulu, quanto tempo!, emocionei com o histórico da nossa querida cidade (Poções), que bela memória vc tem. O Genison enviou pra mim e gostei muito.Vc lembra que o primeiro calçado que usei comprei de vc, foi um galupim, um conga branco premiado com chulé, usava alvaiade para mante-lo conservado, velhos tempos. Moro em BH,Minas Gerais. Abraços. Deus te abençoe!
Por Salomão em Sereno
...vou traduzir tudo q sinto em apenas uma música:
http://www.youtube.com/watch?v=TBppY779y24
Obrigado Lulu! Abraços / Palladino
Por José Palladino em Sereno
Tio Lulu È sempre com muito prazer que leio suas histórias de Poções, me faz lembrar meu querido e saudoso pai, apelidado por vocês por Geguel. Me consolo ao pensar que ele viveu grandes momentos em sua vida e que pode ao lado de seus familiares a amigos poder desfrutar de grandes histórias. Grande beijo com muito carinho
Por Carol Sola em Sereno
Lulu, amei cada linha que ia lendo. Vc realmente nos transporta para épocas vividas e que ficaram esquecidas em nossa memória. Parabéns!!! Presenteie-nos sempre com textos dessa ordem. Ajuda-nos a ver o mundo sob um outro prisma. Bjão!!!
Por Anônimo em Rua da Itália
Você foi perfeito nesta!!! Curti cada detalhe e revivi velhos tempos. Sua memória e capacidade de descrição estão demais.... Agora vc prova que não precisa ser o "melhor aluno" para ser o melhor na vida!!!
Por Elisa Sangiovanni em Rua da Itália
O jogo do triangulo conheço como "fura pé". Putz, pelo nome, imagina a meleca que era! Continue escrevendo...
Por Sérgio Queiróz em "Só mesmo em Poções" - Parte 1
Lu, tinha Paulina, a poetisa, era de Minas Gerais e publicou livros. Ainda tem descendentes em Conquista. Ela era uma espécie de mascate, vendia roupas usadas, um brechó ambulante. Pode ter havido outra Paulina mais deserdada e mentalmente comprometida. Grande abraço, continue suas excelentes crônicas...agora ilustradas !!!
Eduardo Sarno www.familiasarno.blogspot.com/ em Nós e os doidos...
Tenho imensa gratidão de ter nascido nesta cidade, alias nascer já é uma dádiva do nosso criador. Fazer parte da família Borges & Dantas , maior ainda. Apesar das atribulações diárias em Salvador,SP,GO,DF, etc... , sempre que posso fujo para ao menos passar dois dias nesta querida cidade. Obrigado Lulu pelo texto, obrigado Pai por fazer parte de minha historia... Abraços,
Por Vinicius Borges Dantas em O Chamuscão
Me fez chorar, pai :) Dessa herança eu e Carla não ficamos livres... Tanto melhor, ora! Adorei o texto! Beijos!
Por Ricardo Sangiovanni em Cada vez mais, Lulu "Chorão"
Lulu, É sempre agradável ouvir os "causos" de nossa Terra, principalmente para quem não mora mais na cidade e tem a oportunidade de matar as saudades através do seu blog. Parabéns! Abraço,
Por George de Jorge de Duca em Sereno
Estou procurando uma foto do cine Santo Antônio. Se vc souber quem tem eu agradeço. Abraço
Por Gina Risério em Os filmes de legendas vivas
Me lembro que, a gente, moleques, entrava em casa, em Poções, gritando "Minhavó, lá vem padre Norato!" E tome-lhe dona Anna Maria correndo pela casa, com aquele passinho ligeiro dela, para se esconder do cura! Às vezes não adiantava: ele entrava assim mesmo e acabava a encontrando -- tenho para mim que, como boa católica apostólica, ela não aguentava de culpa de se esconder do padre e acabava saindo do esconderijo para cumprimentá-lo... Vovó Anna pode ter se perdido em sua memória, mas não perdeu o passinho ágil que, de vê-la, faz disparar a memória da gente...
Por Ricardo Sangiovanni em Camisa Amarela
Grande Tio Lu! agora com seu próprio espaço para postar suas crônicas eu vou poder acompanhar com muito mais afinco (Já acompanhava no outro site de poções e agora nesse). Sobre o Lulu chorão: Chorar demonstra total emoção em relação às coisas da vida, o que é mais uma prova do quanto o seu coração é grande. Você é praticamente um italiano, e italiano fala (e vive) com emoção em tudo, não podia ser diferente né?! hehehe Tio, saiba que Você é uma grande pessoa! tenho um carinho e uma consideração por você imensurável! grande abraço e sucesso com o seu Blog!
Rafael Sangiovanni Lima
Valeu Lulu, já estava me fazendo falta as suas historias
Por Carlos Agra em Fazendo fole...
Ciao Lu, è con piacere che ho letto suo Blog.Tu sei bravo,bravissimo!!!
Por Vane Leto Sarno em Sereno
Lulu, que coisa interessante. Você me fez fazer uma viagem no tempo. Amo Poções e amo recordar os bons tempos de nossa infância. Parabéns e sucesso nessa iniciativa de um bom e tremendo valor.O Meu "apelide" não é um dos que possa se admirar, mas era assim que me chamava - "Quenga".
Por Carlos em ApelidE
Grande Lulu, Parabéns pelo Blog, esta nova janela por onde olhamos, contemplamos, saudamos e recordamos, emocionados, uma Poções de tempos idos. Agradeço a você, brother de coração, por me atiçar todos os sentidos, quando detona esta viagem de volta à Poções,que me permite dobrar esquinas de nossa querida cidade,ao lado de bons companheiros, que hoje e sempre farão parte de minha história afetiva. Obrigado por suas crônicas. Continue a escrevê-las. abraço forte e amigo Carlinhos Rizério
Por Carlos Rizério em ApelidE
Grande Lulu Chorão!!! Achei um barato todas essas lembranças, realmente nos faz voltar no tempo inclusive da 3ª e o resto... Lobinho/Lobão, Satoba e Satobão e aí se vai.....você esqueceu de Duca do Bar e hoje Jorge de Duca com muito prazer. Parabéns!! você realmente é um sábio. Um forte abraço Jorge "Bufão"
Por jorgededuca em Sereno
Muito bom seu blog. Gina como sempre aprontava e muito bem rsrsrsr. Faltou comentar das tempestades de vento, que as antenas de TV, saiam voando pelas ruas. Adorei as festas no clube muita saudade.
Por Tânia Gonçalves em O muro do açude
Meu amigo mágico, vc tem a sabedoria de me fazer voltar no tempo, como se houvesse uma porta e através dela caminhar pelas ruas de Poções, andar pela praça, pelo Obelisco e ver todos vocês de volta. Morava no Rio, mas passava o ano todo esperando pelas férias em Poções. Gosto muito de ler suas coisas, me fazem bem, porque me trazem de volta as pessoas com as quais mantive relações puras e desinteressadas.Deixo aqui meu pedido de nunca se esquecer de me mandar coisas como esta,me fez feliz Lulu.Achei que você não se lembraria do Chico Picolé e a minha mulher aqui do lado querendo explicações sobre o "apelide". Forte Abraço,
Por Chico Picolé Sereno
Grande Sangiovanni. É com grande prazer que estreio a sua primeira postagem no seu Blog, que com certeza vai "bombar". Gosto do seu jeito simples de escrever como se a gente estivesse realmente convivendo com os fatos narrados. Parabéns e muito sucesso.
Por Gerson Lima em ApelidE
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Au Revoir
Quando fiz pré-vestibular, aqui no Águia da Piedade, aprendi e decorei com o professor Pirajá que a Mesopotâmia era uma região situada entre os rios Tigre e Eufrates. Com aquela voz grossa, ele repetia 20 vezes a situação geográfica. Nunca mais esqueci onde ficava a Mesopotâmia.
Eu tenho certeza que dezenas dos nossos contemporâneos não se esqueceram de alguns detalhes aprendidos através de gestos, palavras e atitudes de alguns dos mestres do passado.
“Boa tarde” e “até logo”, em francês, por exemplo, todo mundo sabe como é. Bastava o professor e sargento Severino entrar na sala de aula e dizer: “Bonsoir” que todos respondiam: - Pode suar. Ao encerrar a aula, ele dizia: “Au revoir” e respondíamos: Pode voar.
Mas, depois de algum tempo, eu aprendi que Iceberg é o mesmo que Aiceberg. A professora Noélia, na aula de Geografia, falava dos famosos blocos de gelo – os “icebergs”. Ela pronunciava corretamente “aicebergs” e, quando lia o livro, só conseguia ver os ICEBERGS. No lugar de tirar a dúvida com a professora, preferi acreditar que eram duas coisas diferentes. Hoje, basta alguma notícia sobre o assunto que eu volto para a aula de Geografia.
A exemplo dos rios Tigre e Eufrates, a professora Noélia forçava a voz para falar do rio Yang-tsé, o maior da Ásia. Não me foge da memória o nome do rio e a sua importância para a região.
Ainda assim, com a mesma professora, aprendi que compasso tem a ponta seca, que é o lado fixo do mesmo, o que fura. Ela dizia: “Ponta seca do compasso em A” e a gente aprendia desenho sem nenhuma dificuldade.
Basta jogar Xadrez que me lembro da história que Irundy nos contava. Cada pedra tem uma função na batalha do tabuleiro. Quando escuto alguém falar a palavra “en passant”, lembro a jogada especial para a captura de um peão.
Ontem, eu conversava com a minha irmã Elisa e lembramos de duas coisas: Raiz Quadrada - quem não sabe calcular uma raiz quadrada? Prova de matemática, questão única, ou nota 10 ou nota zero. Não tinha intermediária.
E veio a lembrança do papel milimetrado. Servia para desenhar as parábolas calculadas com as equações curtas “ f de x = duas vezes xis ao quadrado” (com a concavidade para cima e “ f de x = (-) duas vezes xis ao quadrado” (com a concavidade para baixo).
Au revoir!!!
Eu tenho certeza que dezenas dos nossos contemporâneos não se esqueceram de alguns detalhes aprendidos através de gestos, palavras e atitudes de alguns dos mestres do passado.
“Boa tarde” e “até logo”, em francês, por exemplo, todo mundo sabe como é. Bastava o professor e sargento Severino entrar na sala de aula e dizer: “Bonsoir” que todos respondiam: - Pode suar. Ao encerrar a aula, ele dizia: “Au revoir” e respondíamos: Pode voar.
Mas, depois de algum tempo, eu aprendi que Iceberg é o mesmo que Aiceberg. A professora Noélia, na aula de Geografia, falava dos famosos blocos de gelo – os “icebergs”. Ela pronunciava corretamente “aicebergs” e, quando lia o livro, só conseguia ver os ICEBERGS. No lugar de tirar a dúvida com a professora, preferi acreditar que eram duas coisas diferentes. Hoje, basta alguma notícia sobre o assunto que eu volto para a aula de Geografia.
A exemplo dos rios Tigre e Eufrates, a professora Noélia forçava a voz para falar do rio Yang-tsé, o maior da Ásia. Não me foge da memória o nome do rio e a sua importância para a região.
Ainda assim, com a mesma professora, aprendi que compasso tem a ponta seca, que é o lado fixo do mesmo, o que fura. Ela dizia: “Ponta seca do compasso em A” e a gente aprendia desenho sem nenhuma dificuldade.
Basta jogar Xadrez que me lembro da história que Irundy nos contava. Cada pedra tem uma função na batalha do tabuleiro. Quando escuto alguém falar a palavra “en passant”, lembro a jogada especial para a captura de um peão.
Ontem, eu conversava com a minha irmã Elisa e lembramos de duas coisas: Raiz Quadrada - quem não sabe calcular uma raiz quadrada? Prova de matemática, questão única, ou nota 10 ou nota zero. Não tinha intermediária.
E veio a lembrança do papel milimetrado. Servia para desenhar as parábolas calculadas com as equações curtas “ f de x = duas vezes xis ao quadrado” (com a concavidade para cima e “ f de x = (-) duas vezes xis ao quadrado” (com a concavidade para baixo).
Au revoir!!!
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
João Lago
Recebi a notícia através de Luizito e Jorge Dantas.
Faleceu no último dia 06 de outubro, em Poções, o amigo João Lago, aos 84 anos, de causas naturais. Joãozinho era casado com Lourdinha Amaral e formavam um casal simpaticíssimo.
A maior lembrança que tenho de João foi durante uma viagem de Poções a Salvador, em um fusca dirigido por Francisco Pithon Sarno (Chico Sarno). Ele estava sentado no banco do carona. Eu e Pepone (meu irmão) viajávamos na metade do banco traseiro, tamanha era a bagagem. Depois que entramos na Rio-Bahia, em qualquer barraca de beira de estrada eles paravam e compravam laranja, farinha, umbú, cana e o que encontravam.
Para nossa alegria, os dois pagaram o nosso almoço na Churrascaria Carro de Boi, em Feira de Santana, uma das mais famosas na época. Deu para esticar as pernas.
Um grande abraço para a família,
terça-feira, 12 de outubro de 2010
O frio, a feira, a fussura e a física
Duas coisas me faziam gelar a alma em Poções: Fazer feira aos sábados e fazer educação física. Ninguém merecia esses dois castigos. Um na praça da feira e outro na praça da Festa.
Cinco e meia da manhã acordava para as duas tarefas. Fazer feira era menos penoso porque ficava agasalhado. Mas a educação física era de rachar.
Na feira, empurrava a carroça e deixava estacionada junto de alguma barraca menos fria. Pegava um cesto e seguia os passos de minha mãe, com aquela mania de fazer feira no raiar do dia. Acho que mais cedo que nós, só Abel Magalhães.
Em cada barraca uma pechincha, em cada freguesa para pegar o melhor produto. Cesta cheia, voltava para descarregar na carroça. O braço ficava marcado com as cordas que revestiam a alça. Esse era o ritual. Mas, havia as suas recompensas. Tinha direito a chupar as tangerinas e laranjas (descascadas no descascador do carrinho de Pulú), comprar as tripas de porco para fritar e, ainda por cima, variar os sábados com as viúvas (meninico de carneiro) – era uma novela minha mãe escolhendo – cheirava, reclamava porque não eram tão limpas como queria. Enquanto isso, eu ficava encarando os olhos do carneiro, pendurado com a fussura e a cabeça descascada, presa pela traquéia que parecia uma mangueira de aspirador de pó. Antes de ir embora, era a vez de comprar um cacho de bananas, que eu amarrava entre os dois braços da carroça.
Terminada a feira, seguíamos para casa para arrumar as compras. O cheiro das viúvas sendo cozidas enfestava a casa. Só o cheiro afastava metade do povo e sobrava mais para mim. Sábado era dia de comer viúva com minestra de folha de abóbora.
Mas, voltando a educação física, o outro “iceberg” de Poções, o Sargento Severino não tinha pena, nos colocava perfilados e chamava o nome de cada um para só depois deixar a gente fazer os aquecimentos para amenizar o frio. Já chegava vestido com uma “japona” por cima daquelas camisetas regatas de malha branca, short branco com duas listas azuis na lateral e calçado com os “galupins” brancos, limpos com alvaiade dissolvido em água, para rolar o baba na praça da Festa e ai a situação já melhorava, o corpo aquecia e a gente se acostumava. Ficar de “japona” nem pensar. Era uma hora de racha no frio de rachar – os de camisetas contra os sem camisetas.
Cinco e meia da manhã acordava para as duas tarefas. Fazer feira era menos penoso porque ficava agasalhado. Mas a educação física era de rachar.
Na feira, empurrava a carroça e deixava estacionada junto de alguma barraca menos fria. Pegava um cesto e seguia os passos de minha mãe, com aquela mania de fazer feira no raiar do dia. Acho que mais cedo que nós, só Abel Magalhães.
Em cada barraca uma pechincha, em cada freguesa para pegar o melhor produto. Cesta cheia, voltava para descarregar na carroça. O braço ficava marcado com as cordas que revestiam a alça. Esse era o ritual. Mas, havia as suas recompensas. Tinha direito a chupar as tangerinas e laranjas (descascadas no descascador do carrinho de Pulú), comprar as tripas de porco para fritar e, ainda por cima, variar os sábados com as viúvas (meninico de carneiro) – era uma novela minha mãe escolhendo – cheirava, reclamava porque não eram tão limpas como queria. Enquanto isso, eu ficava encarando os olhos do carneiro, pendurado com a fussura e a cabeça descascada, presa pela traquéia que parecia uma mangueira de aspirador de pó. Antes de ir embora, era a vez de comprar um cacho de bananas, que eu amarrava entre os dois braços da carroça.
Terminada a feira, seguíamos para casa para arrumar as compras. O cheiro das viúvas sendo cozidas enfestava a casa. Só o cheiro afastava metade do povo e sobrava mais para mim. Sábado era dia de comer viúva com minestra de folha de abóbora.
Mas, voltando a educação física, o outro “iceberg” de Poções, o Sargento Severino não tinha pena, nos colocava perfilados e chamava o nome de cada um para só depois deixar a gente fazer os aquecimentos para amenizar o frio. Já chegava vestido com uma “japona” por cima daquelas camisetas regatas de malha branca, short branco com duas listas azuis na lateral e calçado com os “galupins” brancos, limpos com alvaiade dissolvido em água, para rolar o baba na praça da Festa e ai a situação já melhorava, o corpo aquecia e a gente se acostumava. Ficar de “japona” nem pensar. Era uma hora de racha no frio de rachar – os de camisetas contra os sem camisetas.
sábado, 9 de outubro de 2010
Uma eleição na minha vida
Por Luiz Fidélis Sarno - Luizito
http://lfsarno.blogspot.com
No dia 03 de Outubro realiza-se no Brasil as eleições, quando se escolhe os representantes das diversas esferas política da nação.
Lembro-me que ainda em Poções (BA), exatamente nesta época, do movimento que os políticos faziam nestes dias, ficou na minha lembrança de menino a disputa pelo poder de gerir os destinos da cidade.
Para eleger o nossos candidatos, teríamos que juntar as "chapas" com os nomes assinalados com um X e colocar na urna de votação.
Tal qual hoje, antigamente os carros passavam pelas ruas em carreata, jornais estampavam figuras políticas, palanques armados para os discursos das promessas do cada governo. Foram anos assim, sem o que hoje chamamos de televisão, mídias digitais.
Nós estudantes só íamos para nossas casas, visto que estudávamos em Salvador, na época de ferias escolares ou dia de eleição, isso para cumprirmos o dever de cidadão. Votar...
Em uma destas eleição, fui indicado pelo juiz para participar como mesário, que é aquela pessoa que compõe a mesa para o andamento da votação.
A indicação foi para o distrito de Caetano, bastante distante da sede e de difícil acesso. A viagem por terra, cortando o município seria o correto, porém as estradas não estavam nada boas e a solução foi programarmos o trajeto por Vitória da
Conquista, a cidade vizinha de Poções e depois darmos uma longa volta por Anagé para chegarmos no distrito de Caetano, hoje independente.
O juiz requisitou o carro do Nino, do cartório do registro de imóveis. Era um jeep Inglês, modelo Land Rover com motorista. Equipe reunida, lá fomos.... depois de longa viagem chegamos já de noite, tudo escuro.... não havia luz elétrica neste distrito, e a solução foi ficarmos no jeep até o amanhecer. O ambiente escuro parecia cena de filme de terror...
Alivio ao amanhecer... encontramos com o responsável pela área e entregamos o saco com os mantimentos para a nossa sobrevivência. Dai fomos nos instalar para darmos inicio os trabalhos... o local designado não existia mais, só escombros, então escolhemos outro ponto que atendia o nosso propósito e nos instalamos.
Os trabalhos na votação ocorreram sem anormalidade.
Tudo pronto para o inicio do nosso regresso e para surpres de todos o carro não pegou!! A bateria estava descarregada e agora? Naquele mato!! O motorista tirou a bateria, colocou no ombro e sumiu estrada afora em busca de um posto para carrega-la, processo lento, demorado e ainda havia o percurso de retorno. Dia inútil!!
Passado muito tempo o Jeep funcionou, despedidas e lá fomos de volta... Em Poções, nossos familiares sabiam que pelo tempo já deveríamos ter retornado... alguma coisa aconteceu, pensavam. Naquele tempo não tinha celular !!!
Carro na estrada, ao chegarmos no entroncamento de Conquista, avistamos um caminhão descendo a ladeira da chegada da cidade, vinha ele com os faróis acessos ... comentamos- Puxa , lá vem aquele carro com os faróis acessos e nós aqui sofrendo com está bateria ruim...Assim, prestando atenção ainda no caminhão, notamos que algo estava anormal... a velocidade, incompatível com a descida e aí o pior aconteceu. O caminhão virou e veio capotando ladeira abaixo em nossa direção... Empurramos o jeep para a frente, mais, mais e finalmente conseguimos nos livrar deste acidente.
Passado o incidente um da equipe começou a se sentir mal, náusea e muito nervoso, levamos-o ao posto médico para consulta.Tudo ok... pé na estrada! Faltavam ainda 64 Km para finalizarmos o nosso trabalho. Subindo devagar a ladeira, já referida, encontramos com a caminhonete jeep, também Land Rover , de Sr. Doca, que fora enviada em nosso socorro.
Na caminhonete vinha pão, água e diversos mantimentos... Que bom!!
Entregamos a urna no fórum e de resto só esperamos 30 dias para sabermos o resultado da eleição...Ô tempo bom!!! Hoje já se sabe o resultado quase que imediato... em 3 hs a tal da informática, com seus computadores e satélites, diz para o mundo os resultado. Mas uma coisa não mudou... foi a felicidade em participar deste momento importante de meu país.
Viva a democracia !!!!
http://lfsarno.blogspot.com
No dia 03 de Outubro realiza-se no Brasil as eleições, quando se escolhe os representantes das diversas esferas política da nação.
Lembro-me que ainda em Poções (BA), exatamente nesta época, do movimento que os políticos faziam nestes dias, ficou na minha lembrança de menino a disputa pelo poder de gerir os destinos da cidade.
Para eleger o nossos candidatos, teríamos que juntar as "chapas" com os nomes assinalados com um X e colocar na urna de votação.
Tal qual hoje, antigamente os carros passavam pelas ruas em carreata, jornais estampavam figuras políticas, palanques armados para os discursos das promessas do cada governo. Foram anos assim, sem o que hoje chamamos de televisão, mídias digitais.
Nós estudantes só íamos para nossas casas, visto que estudávamos em Salvador, na época de ferias escolares ou dia de eleição, isso para cumprirmos o dever de cidadão. Votar...
Em uma destas eleição, fui indicado pelo juiz para participar como mesário, que é aquela pessoa que compõe a mesa para o andamento da votação.
A indicação foi para o distrito de Caetano, bastante distante da sede e de difícil acesso. A viagem por terra, cortando o município seria o correto, porém as estradas não estavam nada boas e a solução foi programarmos o trajeto por Vitória da
Conquista, a cidade vizinha de Poções e depois darmos uma longa volta por Anagé para chegarmos no distrito de Caetano, hoje independente.
O juiz requisitou o carro do Nino, do cartório do registro de imóveis. Era um jeep Inglês, modelo Land Rover com motorista. Equipe reunida, lá fomos.... depois de longa viagem chegamos já de noite, tudo escuro.... não havia luz elétrica neste distrito, e a solução foi ficarmos no jeep até o amanhecer. O ambiente escuro parecia cena de filme de terror...
Alivio ao amanhecer... encontramos com o responsável pela área e entregamos o saco com os mantimentos para a nossa sobrevivência. Dai fomos nos instalar para darmos inicio os trabalhos... o local designado não existia mais, só escombros, então escolhemos outro ponto que atendia o nosso propósito e nos instalamos.
Os trabalhos na votação ocorreram sem anormalidade.
Tudo pronto para o inicio do nosso regresso e para surpres de todos o carro não pegou!! A bateria estava descarregada e agora? Naquele mato!! O motorista tirou a bateria, colocou no ombro e sumiu estrada afora em busca de um posto para carrega-la, processo lento, demorado e ainda havia o percurso de retorno. Dia inútil!!
Passado muito tempo o Jeep funcionou, despedidas e lá fomos de volta... Em Poções, nossos familiares sabiam que pelo tempo já deveríamos ter retornado... alguma coisa aconteceu, pensavam. Naquele tempo não tinha celular !!!
Carro na estrada, ao chegarmos no entroncamento de Conquista, avistamos um caminhão descendo a ladeira da chegada da cidade, vinha ele com os faróis acessos ... comentamos- Puxa , lá vem aquele carro com os faróis acessos e nós aqui sofrendo com está bateria ruim...Assim, prestando atenção ainda no caminhão, notamos que algo estava anormal... a velocidade, incompatível com a descida e aí o pior aconteceu. O caminhão virou e veio capotando ladeira abaixo em nossa direção... Empurramos o jeep para a frente, mais, mais e finalmente conseguimos nos livrar deste acidente.
Passado o incidente um da equipe começou a se sentir mal, náusea e muito nervoso, levamos-o ao posto médico para consulta.Tudo ok... pé na estrada! Faltavam ainda 64 Km para finalizarmos o nosso trabalho. Subindo devagar a ladeira, já referida, encontramos com a caminhonete jeep, também Land Rover , de Sr. Doca, que fora enviada em nosso socorro.
Na caminhonete vinha pão, água e diversos mantimentos... Que bom!!
Entregamos a urna no fórum e de resto só esperamos 30 dias para sabermos o resultado da eleição...Ô tempo bom!!! Hoje já se sabe o resultado quase que imediato... em 3 hs a tal da informática, com seus computadores e satélites, diz para o mundo os resultado. Mas uma coisa não mudou... foi a felicidade em participar deste momento importante de meu país.
Viva a democracia !!!!
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