"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Sem cabeça...

Semana passada, fui fortemente cobrado por alguns parentes e ferrenhos leitores do meu blog, principalmente o Dr. Antônio Libonati e seu filho Sérgio Roberto, porque estou demorando de postar as crônicas.

Em meio a tantas viagens que venho fazendo, a culpa foi mesmo do facebook. Reabri a minha conta e direcionei o tempo de escrever para o de ler postagens diversas. A quantidade de pedidos de amizade triplicou e gasto boa parte do tempo entendendo o funcionamento dessa nova (pelo menos para mim) ferramenta de comunicação.
Mas, não cabe, nesse momento, nenhum comentário sobre a ferramenta – apenas concordando com boa parte daquilo que vejo e justificando a atualização do blog.

Suspendendo o “face”, voltando ao blog, voltando a Poções, confesso que estou estarrecido com as notícias que leio na imprensa local da nossa cidade. Arrancaram a cabeça de um cidadão chamado Uruba e jogaram na lagoa. Crime ocorrido na antes pacata Lagoa Grande, local de oleiros e do campo de futebol onde o Cruzeiro, de Aziz Galdino Freire, disputava grandes partidas. Local onde ficava o discreto e pacato cabaré (era o de Zé Dias?), animando as noites poçõenses.
Nós, antigos cidadãos, não tínhamos ideia que chegaríamos a esse ponto de violência. Antigamente, um assassinato era comentado por meses até a solução no fórum, quando ocorria o juri. Em geral, cometido por legítima defesa. Era uma simples nota nos jornais de Seu Liquinho ou de Alcides Batatinha. Hoje, quando abrimos os sites e blogs, deparamos com tanta barbaridade e a gente vai se acostumando com fatos dantescos que entram para uma anormalidade “natural” crescente.

Será, então, que tivemos que chegar ao limite da barbaridade para dizer basta a tudo isso ou vamos continuar esperando uma outra forma mais anormal de assassinato?
É um problema público e geral na nossa cidade, no estado e no país que carece a ativação de políticas públicas, rigidez na aplicação de penas ou criação de tolerâcia zero para esses crimes – pena de morte? Não sei explicar como resolver. Sinto um clima de impotência das autoridades para enfrentar esse problema de tamanha complexidade.  

Semana passada, acompanhei a minha filha para um registro de furto numa delegacia aqui de Salvador. Ouvindo os conselhos de cuidados e recomendações da escrivã, percebi que não mais teremos paz: “o ladrão tem que levar algo de valor para pagar a droga senão quem vai morrer é ele. A vida passou a ser banal. Ele vai roubar ou matar simplesmente para encontrar algo de mínimo valor”, disse ela.
Preocupante, assustador... sem cabeça!!!

.

Um comentário:

  1. O problema da banalização da vida está nas drogas, que a cada dia tornam-se mais destruidoras e causam dependências crônicas. Aliada a isso podemos inferir a falta de uma religião e o amparo familiar.
    Antigamente em Poções não havia crimes bárbaros que assemelhassem como o relatado.

    ResponderExcluir