Em meio a tantas viagens que venho fazendo, a culpa foi
mesmo do facebook. Reabri a minha conta e direcionei o tempo de escrever para o
de ler postagens diversas. A quantidade de pedidos de amizade triplicou e gasto
boa parte do tempo entendendo o funcionamento dessa nova (pelo menos para mim)
ferramenta de comunicação.
Mas, não cabe, nesse momento, nenhum comentário sobre a
ferramenta – apenas concordando com boa parte daquilo que vejo e justificando a
atualização do blog.
Suspendendo o “face”, voltando ao blog, voltando a Poções,
confesso que estou estarrecido com as notícias que leio na imprensa local da
nossa cidade. Arrancaram a cabeça de um cidadão chamado Uruba e jogaram na
lagoa. Crime ocorrido na antes pacata Lagoa Grande, local de oleiros e do campo
de futebol onde o Cruzeiro, de Aziz Galdino Freire, disputava grandes partidas.
Local onde ficava o discreto e pacato cabaré (era o de Zé Dias?), animando as
noites poçõenses.
Nós, antigos cidadãos, não tínhamos ideia que chegaríamos a esse
ponto de violência. Antigamente, um assassinato era comentado por meses até a
solução no fórum, quando ocorria o juri. Em geral, cometido por legítima defesa.
Era uma simples nota nos jornais de Seu Liquinho ou de Alcides Batatinha. Hoje,
quando abrimos os sites e blogs, deparamos com tanta barbaridade e a gente vai se
acostumando com fatos dantescos que entram para uma anormalidade “natural” crescente.
Será, então, que tivemos que chegar ao limite da barbaridade
para dizer basta a tudo isso ou vamos continuar esperando uma outra forma mais
anormal de assassinato?
É um problema público e geral na nossa cidade, no estado e
no país que carece a ativação de políticas públicas, rigidez na aplicação de
penas ou criação de tolerâcia zero para esses crimes – pena de morte? Não sei
explicar como resolver. Sinto um clima de impotência das autoridades para enfrentar
esse problema de tamanha complexidade.
Semana passada, acompanhei a minha filha para um registro de
furto numa delegacia aqui de Salvador. Ouvindo os conselhos de cuidados e
recomendações da escrivã, percebi que não mais teremos paz: “o ladrão tem que levar algo de valor para
pagar a droga senão quem vai morrer é ele. A vida passou a ser banal. Ele vai
roubar ou matar simplesmente para encontrar algo de mínimo valor”, disse
ela.
Preocupante, assustador... sem cabeça!!!
.
O problema da banalização da vida está nas drogas, que a cada dia tornam-se mais destruidoras e causam dependências crônicas. Aliada a isso podemos inferir a falta de uma religião e o amparo familiar.
ResponderExcluirAntigamente em Poções não havia crimes bárbaros que assemelhassem como o relatado.