Um sábado tranquilo, fui fazer a minha
prática de fotografia, aqui na Pituba, numa praça onde tem gente correndo,
crianças de bicicletas e muitas curtindo o sol. É um local agradável e
excelente para fazer os exercícios fotográficos propostos.
Ao chegar, estacionei o carro e vi que um
rapaz lavava carros. Tinha uns vinte baldes cheios de água e achei que aquela
formação mista de curvas e linhas dispostas daria umas boas fotos.
Fui lá. Na primeira foto, o rapaz gritou:
- Epa, não pode tirar fotos não.
- Mas eu não tirei foto sua, tirei do balde.
- Não, não importa, você tinha que pedir –
vá tirar as suas fotos na casa da porra.
- Que é isso, rapaz. São baldes.
- Nada, nada, tinha que pedir.
- Tá bom, eu peço: posso tirar foto dos baldes?
- Não, já disse, vá tirar suas fotos na casa
da porra.
Estendi a mão para pedir desculpas e ele não
aceitou.
- E se eu pedisse para lavar meu carro, você
deixaria tirar as fotos do balde?
- Não, já disse, vá lavar seu carro e tirar
suas fotos na casa do caralho.
- Tá bom, depois você não diga que eu sou o
violento. Se eu fosse um repórter de televisão ou fotógrafo de A Tarde com
aqueles jalecos, você tava batendo palmas, louco para sair na foto.
Enquanto eu saia do local, aparece o
guardador de carros e me encara. Achei que ele fosse apaziguar e dar uma acalmada no rapaz.
Fui meio manso para ele e disse:
- Tá vendo, seu amigo brigou por causa de
uma fotografia de um balde.
- Ele tá certo, vá tirar mesmo as suas fotos
na casa da porra.
- Então, não olhe para meu carro que eu vou
te cobrar, tire o olho dele e não me peça nada na hora que eu for embora.
Fui fazer o resto da aula.
Na hora de ir, entrei no carro e fui
saindo do estacionamento. Eis que chega um baixinho amigo deles e que tinha
assistido às cenas e ouvido as conversas. Ironicamente, me fala com o dedo indicador
levantado:
- O senhor não volte mais aqui não pra não
tomar porrada.
- Rapaz, vá sifu você e seus amigos e meta os
baldes atrás e um atrás do outro…
Mês que vem eu vou voltar lá (depois da
festa do Divino, claro). Terei aula ali, novamente. Vou fotografar ou chutar os
baldes.
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Lu, não chute o balde do lavador. Chute o balde do Governador, do Prefeito, dos Deputados, dos Vereadores. São eles os responsáveis por esta violência e deseducação. Não devemos ser vítimas das vítimas deles. Décadas de corrupção de má administração geraram estes tipos que encontramos nas ruas. São também cidadãos, por incrível que pareça. E não deviam estar nesta situação. Se não é força do destino ou castigo de Deus, só pode ser culpa dos que receberam nas urnas a tarefa de administrar o conjunto dos cidadãos da Bahia e de Salvador. Eles falharam, criaram um Estado e uma cidade de merda, onde casos absurdos como este que vc relata, e outros que todos nós passamos diariamente acontecem. Vamos chutar outros baldes, que estão em Ondina, Praça Municipal e Centro Administrativo.
ResponderExcluirEduardo Sarno
Lulu,
ResponderExcluirApenas um conselho: não coloque sua integridade fisica em jogo contra esse tipo de gente. Por favor, não se exponha!!
Lu, tenho 4 baldes aqui em casa. Venha chutar os daqui que ainda te dou a cerveja e lavo teu carro !!!
ResponderExcluirES
LES, concordo com os 3 amigos, deixe isso pra lá e tire suas fotos em outro lugar. Você sabe que lá no sitio há vários motivos (é assim que fotografo diz?). Fique a vontade!!! 1 abraço. Sérgio Queiroz
ResponderExcluirLulu, eu acho que vc deveria relevar e não insistir em voltar nesse lugar. Se esses meliantes forem menores, eles levarão muita vantagens sociais em relação a vc.
ResponderExcluirQue valentia é essa Jovan? Preciso de você inteiro pra concertar as máquinas!!! Abraços.
ResponderExcluirQue nada. Chutar o balde de Ondina dá mais trabalho e a reação é maior. Se quiser a gente junta uns 10 cabras e arrasamos com os baldes.
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