"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

terça-feira, 30 de abril de 2013

Adilson Santos - Exposição na Bahia Marina

(Fotos: Márcio Fagundes)
Mais um artista poçoense brilha aqui no Blog. Desta vez é o meu amigo e artista plástico ADILSON SANTOS, que fará exposição a partir desta quinta-feira, 02, às 19 horas, até o dia 17 de maio de 2013, na Zeca Fernandes Escritório de Arte, galeria que fica na área da Bahia Marina, na Av. do Contorno, aqui em Salvador. 

Veja as 20 obras que estarão expostas. Pode clicar na coluna ao lado, ou aqui.

Veja, também, as fotos da exposição em sites da capital. As fotos são de Philipe Monção:


"Rosto" - Um dos quadros expostos (Reprodução)

Ainda sobre o artista.Veja os depoimentos: 


Por Zeca Fernandes - Organizador da exposição
Adilson Santos nasceu na cidade de Poções, Bahia, em 1944. Participou de duas bienais e diversas exposições coletivas e individuais por todo o Brasil.


Desde cedo se interessava pelas artes e aos 17 anos expôs pela primeira vez em Vitória da Conquista, Bahia. Em 1966 como reconhecimento do seu talento expôs na Galeria Quirino, uma das mais importantes do Brasil na época.

No entanto, foi no Rio de Janeiro, a partir da década de 70 que Adilson se projetou nacionalmente, expondo na Bolsa de Arte e na Galeria Ipanema no Rio de Janeiro e na A Galeria, em São Paulo.

Nesse período, em que as artes plásticas fervilhavam, viu sua carreira se deslanchar. Uma prova disso são inúmeras aquisições por importantes colecionadores de todo o país e também de outros países entre eles: Portugal, França, Alemanha, Estados Unidos, Itália, entre outros.

O talento de Adilson é nato e sua técnica nos remete à perfeição, ao profissionalismo e à dedicação extrema nessa sua busca no mundo da arte. Seus trabalhos são um convite ao diálogo permanente, através das cenas de um cotidiano mágico, muitas vezes romântico, outras vezes lúdico, no qual a mulher e a natureza protagonizam como principal fonte inspiradora do artista.

O trabalho de Adilson me faz lembrar a Renascença, não sei por quê, é como se eu tivesse saudade de um tempo, de universo místico, misterioso e ao mesmo tempo desconhecido, mas com sensação familiar.

A fuga do real, a arte fantástica desafia a propria sobrevivência humana, num mundo imaginável e perfeito, completamente distante do nosso tempo.

Sua arte é expressiva, marcante. No silêncio de suas telas é possível ouvir um murmúrio suave que contamina.

O fascínio da expressão dos homens encanta e desequilibra a frieza da realidade, onde o sinal de qualquer ato de sensatez se torna turvo diante da coragem daqueles que profetizam a sabedoria de um mundo real.

Sem compromisso com os modismos da contemporaneidade, mas com a preocupação em executar seu trabalho com paixão e personalidade, o artista, guerreiro na batalha dura da realidade da vida, se afasta e se entrega, e expõe seus segredos, seus desejos e também suas incertezas, exaltando sempre a beleza, deixando na gente um gosto de paz e harmonia.

domingo, 28 de abril de 2013

Milena Palladino - Orgulho poçoense

Milena Palladino (Foto: Arquivo)
Sempre que ia a Poções, ficava olhando umas crianças que corriam no passeio da Rua da Itália. Vinham apressadas e paravam na varanda em frente a casa dos meus pais e diziam: Ei, tio Chico…Ei, tia Ana!!!

Me lembro que vestiam roupas de mangas compridas por causa do frio e ficavam brincando com Bruno, Rodrigo e Ricardo (meus sobrinhos e filho).

Eram os filhos de Zé Palladino (Pipinho, Milena e Laís), que moravam na casa vizinha. Os meninos  cresceram e tomaram os seus rumos lá pros lados de Itabuna.
 
Laís e Milena Palladino, em Poções (Foto extraída do www.milenapalladino.blogspot.com)
Um dia, falando com ele [Zé] sobre fotografia, me disse que Milena tinha as máquinas, as lentes, que gostava de tirar “retrato”.

Nessa de pesquisar internet, achei o blog e um flickr de Milena Palladino. Não só anotei nos meus favoritos como também sempre fui assíduo frequentador das páginas e me surpreendendo com a sua arte fotográfica e dos seus poemas.

Agora, com minha dedicação à fotografia, passei a olhar as fotos com um critério mais técnico, associando ao que aprendi, e posso ver como tudo está “escrito” nas imagens, 

Poções não faz idéia como Milena enxerga através das lentes. Realmente, ela já é um orgulho pra aqueles que deram os primeiros cliques e, depois, mudaram a fotografia de um simples registro e a transformaram em arte.

Vejam nas imagens das suas pastas o que ela consegue fazer e, com certeza, podem considerar que Poções, além do cinema, tem nome também na fotografia, na arte. 

O nome é Milena Palladino.



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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Tá chegando a hora...

Silvio Persi, no seu site Sudoeste agora, foi muito feliz em colocar o depoimento de Dona Nivalda Santos no filme de chamada da Festa do Divino desse ano. Ela fala com propriedade o que representa a Chegada das Bandeiras: "Recorda tanta coisa, do tempo de criança, representa tudo, representa minha vida..."

Faço minhas as suas palavras. Penso assim, também, com propriedade e tamanha naturalidade.

Eu entendo o que ela diz. Entendo mais ainda, porque ela é uma das organizadoras e está ali em Poçõesinho, anonimamente, distribuindo as vestimentas dos cavaleiros e os estandartes. Ela é o braço direito de seu Homero. Ela faz a chegada das Bandeiras.

Parabéns Dona Nivalda, nem todos sabem de onde vem o brilho daquela cavalhada. Vem da sua emoção, vem da sua devoção.

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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Fotos inéditas 14 - Festa do Divino

Festa do Divino (Foto: Arquivo pessoal - Lulu Sangiovanni)

Às vésperas da Festa do Divino, publico uma foto histórica feita em uma das barraquinhas das turmas do Ginásio, tradicionais entre as décadas de 60/70.

Eduardo Espinheira (Duquinha), Isabel Cristina Amaral Pithon (Bel), Jersulino (Binho), Paulo Espinheira (paulo Barão), Gavazza, Vicente Sarno (o lendário Vicentão), Marcos Gusmão Moreira e seu irmão César Gusmão Moreira (Lubião).

(Com a colaboração de Paulo Espinheira)

terça-feira, 23 de abril de 2013

O encontro de Benedictis e Geraldo Sarno


Homenageado o grande cineasta
Geraldo Sarno, na II Mostra Cinema Poções
Ricardo De Benedictis
Geraldo Sarno posa com Ricardinho Benedictis
A II Mostra Cinema Poções, a exemplo da peimeira edição em 2012, foi coroada de grande êxito. Desta feita. O homenageado foi o cineasta poçoense Geraldo Sarno, que nasceu na Rua da Itália em 1938 e é filho de Josephina e Valentim Sarno. Nos anos 1960 lançou o clássico “VIRAMUNDO” que versa sobre a migração nordestina para São Paulo. E o sertão tem sido ‘o mote’ das suas criações audiovisuais cujos trabalhos lhe renderam fama nacional e internacional, além do reconhecimento. Tem sido premiado em vários festivais nacionais e internacionais, recebe constantes homenagens dentro e fora do país. Com mais de 30 filmes em sua rica bagagem, Geraldo Sarno foi premiado em Gramado RS pelo filme “O ÚLTIMO ROMANCE DE BALZAC”. Além dos já citados, constam em sua filmografia: "CORONEL DELMIRO GOUVEIA",  “EU CARREGO UM SERTÃO DENTRO DE MIM”, entre outros
Geraldo e Ricardo: amigos se reencontram
Neste domingo (17) eu e Ricardinho Benedictis estivemos em Poções e fomos até Morrinhos para bater um papo e rever o meu amigo de infância, reconhecido cineasta  Geraldo Sarno, nacional e internacionalmente premiado pelo magnífico trabalho documental que vem realizando anos a fio, utilizando-se do audiovisual para contar a nossa história, do ponto de vista de um sertanejo, de família italiana de classe média alta e com visões sociais bem definidas.
Fomos recebidos na casa da vereadora Zezeu que ofereceu um lauto almoço para a cúpula da caravana que acompanhava Geraldo Sarno, composta pela equipe da UESB que faz Cinema e que também realiza uma Mostra anual aqui em Conquista. Entre os quais despontavam Esmon Primo, Antonio Rizério e outros, também presentes o vice-prefeito Bonfim, o diretor de cultura Dinho Oliveira, cineastas, fotógrafos e amigos da cultura.
O grupo tinha se dirigido à localidade de Caititu, onde o cineasta gravou um pequeno take para relembrar a infância e cerca das 13 hosras, ei-los de volta.
Há mais de 50 anos não encontrava o Geraldo Sarno pessoalmente, mas parece que o tempo parou e, frente a frente, relembramos alguns momentos da nossa meninice, uma vez que um ano e dez meses apenas nos separam pela idade, já que somos amigos e fomos contemporâneos desde o cursos primário até o ginasial, em Jequié e Salvador. Na verdade, falamos sobre o grande poeta Affonso Manta,  apresentei-lhe meu filho, também documentarista, Ricardinho Benedictis, ao qual Geraldo Sarno, mesmo cansado e com fome,  concedeu uma breve palavra que foi filmada por Ricardinho, à respeito da valoração do documentário, cujo áudiovisual colocaremos à disposição do público à posteriori. Depois de fazermos umas fotos juntos, tivemos que dar asas ao volante e retornar, vez que outros compromissos nos aguardavam.
A II Mostra Cinema Poções é realizada por Fábio Agra e apoiada pela Prefeitura de Poções, Câmara de Vereadores, UESB (Janela Indiscreta), APLB Sindicato e Cineclube Tela em Transe, como consta dos cartazes promocionais.
Parabenizamos os organizadores do evento, na pessoa de Fábio Agra, bem como seus apoiadores e registramos o estímulo para que continuem no foco destas mostras de cinema, oferecendo oportunidade aos jovens poçoenses de conhecerem e reconhecerem seus conterrâneos que vivem em outras plagas, mas não esquecem jamais da Terra Natal. No ano passado o homenageado foi o cineasta Tuna Espinheira. Desta feita foi a vez de Geraldo Sarno

Novo endereço de Ricardo de Benedictis

Amigos,

Ricardo de Benedictis não precisa de apresentação - um dos maiores conhecedores da história de Poções. Acessem http://blogdebenedictis.tk/

Ele colabora com o blog escrevendo sobre Bras Labanca na página ao lado - "Poções em fatos"

Boa leitura.

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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Novidades no blog

O blog abre espaço para quem quiser participar. Foram abertas páginas na lateral direita.

O Canal Poções divulgará mensagens, notícias pessoais, recados, fotos e textos livres diversos recebidos de qualquer parte do Brasil ou do mundo, sempre com relação à cidade de Poções. Um canal de comunicação para você buscar alguém que procura.

A secção Convidados estará aberta para textos livres sobre temas diversos, política, economia, etc. Não serão aceitos textos direcionados a ofensas pessoais nem agressivos.

A secção de Fotografias do autor publicará as imagens feitas por mim. As fotos da lateral do blog serão transferidas para essa página do blog.

Também tem o espaço para publicação de fotos da cidade, livre para a publicação de qualquer um.

A página de propaganda está livre para quem quiser publicar a sua logomarca. É de graça.

Participe. Mande email para luiz.sangiovanni@gmail.com




segunda-feira, 15 de abril de 2013

Vou chutar o balde


Um sábado tranquilo, fui fazer a minha prática de fotografia, aqui na Pituba, numa praça onde tem gente correndo, crianças de bicicletas e muitas curtindo o sol. É um local agradável e excelente para fazer os exercícios fotográficos propostos.

Ao chegar, estacionei o carro e vi que um rapaz lavava carros. Tinha uns vinte baldes cheios de água e achei que aquela formação mista de curvas e linhas dispostas daria umas boas fotos.

Fui lá. Na primeira foto, o rapaz gritou:

- Epa, não pode tirar fotos não.
- Mas eu não tirei foto sua, tirei do balde.
- Não, não importa, você tinha que pedir – vá tirar as suas fotos na casa da porra.
- Que é isso, rapaz. São baldes.
- Nada, nada, tinha que pedir.
- Tá bom, eu peço: posso tirar foto dos baldes?
- Não, já disse, vá tirar suas fotos na casa da porra.

Estendi a mão para pedir desculpas e ele não aceitou.

- E se eu pedisse para lavar meu carro, você deixaria tirar as fotos do balde?
- Não, já disse, vá lavar seu carro e tirar suas fotos na casa do caralho.
- Tá bom, depois você não diga que eu sou o violento. Se eu fosse um repórter de televisão ou fotógrafo de A Tarde com aqueles jalecos, você tava batendo palmas, louco para sair na foto.

Enquanto eu saia do local, aparece o guardador de carros e me encara. Achei que ele fosse apaziguar e dar uma acalmada no rapaz. Fui meio manso para ele e disse:

- Tá vendo, seu amigo brigou por causa de uma fotografia de um balde.
- Ele tá certo, vá tirar mesmo as suas fotos na casa da porra.
- Então, não olhe para meu carro que eu vou te cobrar, tire o olho dele e não me peça nada na hora que eu for embora.

Fui fazer o resto da aula.

Na hora de ir, entrei no carro e fui saindo do estacionamento. Eis que chega um baixinho amigo deles e que tinha assistido às cenas e ouvido as conversas. Ironicamente, me fala com o dedo indicador levantado:

- O senhor não volte mais aqui não pra não tomar porrada.

- Rapaz, vá sifu você e seus amigos e meta os baldes atrás e um atrás do outro…

Mês que vem eu vou voltar lá (depois da festa do Divino, claro). Terei aula ali, novamente. Vou fotografar ou chutar os baldes.

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Rádio Melodia, no topo do sucesso!!!

www.melodiaconquista.com.br
Recebo a informação do meu amigo Ebenezer Fagundes Ferreira, Déo, que a Rádio Melodia, de Vitória da Conquista, é a mais acessada pela internet nas regiões Sul e Sudoeste da Bahia.

Déo é filho de Nilton Ferreira e Rosilda Fagundes Ferreira, irmão dos meus amigos Nilton Porquinho, Genison, Esdras, Rosane, Rosângela e do saudoso Jônatas (Jota).

Em 1974, numa das passagens da vida, me lembro o dia em que fomos nos alistar no Serviço Militar, aqui em Salvador. Ficamos na expectativa da inclusão dos nossos nomes nas listas do excesso de contingente, o que aconteceu depois de uma manhã de leitura de listas de convocados para os diversos quartéis. Éramos estudantes naquela época.

Parabenizo ao amigo pelo feito e tenho a certeza que este resultado é fruto da seriedade do trabalho sério, uma característica própria dessa família que tive o prazer de crescer junto.

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domingo, 14 de abril de 2013

Sobre tomates


Por Ricardo Sangiovannihttp://ilpurgatorio.wordpress.com
Tomate em italiano diz-se pomodoro. Não é novidade, todo mundo que compra molho pronto de caixinha sabe. Pomodoropomo d´oro, pomo de ouro, o fruto avermelhado que o sol do Mediterrâneo doura.
Plural de pomodoro é pomodori – é assim na língua de Dante: “i” no final para o plural masculino, “e” para o feminino, via de regra. Mas entre os mais velhos do sul da Itália ouve-se dizer pomidori. Não é ignorância, senão sabedoria: por detrás do erro à primeira vista fortuito esconde-se uma renitente denúncia às violências que toda gramática impõe ao caminho comum do sentido: pois o plural de pomo d´oro era para ser, no mínimo, pomi d´oro, frutos de ouro. Mas não. É como se, entre nós, o plural de fruta-pão fosse fruta-pães. Então, na ausência da lógica na base da regra, os anciões tripudiam: estranho por estranho, melhor pomidori que pomodori.
Mas esse intróito todo foi para tomar coragem de contar a vocês que certa feita cultivei tomates. Adoraria poder contar tê-lo aprendido de pequeno, quando ainda usava calças curtas e suspensórios, respirando aquele arzão amarelado do terreno em que nonno Franceschino cultivava alguns pés de agrumes na carina Mormanno, encravada nas montanhas que separam a Calabria da Basilicata. Mas não: a verdade, se não é menos bela, é sempre menos cinematográfica, de sorte que não fui criado no campo senão num apartamento miúdo nesta Bahia transatlântica, nunca cultivei tomateiros na infância, tampouco meu avô, embora italiano, jamais me foi apresentado como “nonno Franceschino” – pois quando nasci ele já havia se transmutado no brasilianíssimo sertanejo vovô Chico.
Em todo caso, já tive sim a honra de cutivar tomates no sul da Itália. Não na calabresa Mormanno, mas numa horta pequena nos arredores da siciliana Catania.
Quando cheguei para dar uma mãozinha na lida, os tomateiros já estavam plantados, mas ainda em broto. Antes de tocar nas plantinhas, precisei demonstrar talento para a coisa limpando o terreno do mato ao redor de cada pé. Agachado, de joelhos na terra. Joelhos e mãos. Não sei se aprendi bem o serviço, mas pude entender de onde vem a saúde mental de quem cultiva a terra: cada toco de mato vale um pensamento dispensável; cada palmo de terreno limpo é metáfora de nossa própria mente, sempre tão necessitosa de ordem e de paz. Aquilo é uma beleza, serve para o sujeito achar o fio da meada no novelo das ideias, purgar o mal que eventualmente tenha feito a alguém, redimir-se, enfim, de todas as misérias.
Porque o mato consome o viço da terra, de maneira que a terra, estando limpa, cede mais viço aos tomateirinhos. No terreno limpo eles crescem mais rápido, mas não feito arvorezinhas: vão-se enramando pelo chão. Espalham-se em todas as direções, e desse jeito arriscam dissipar energia em uma porção de galhos fracos, que roubam vigor ao tronco central. E o que é pior: espalham-se rasteiros, suscetíveis às formigas e demais bichos da terra.
É quando os tomateiros pedem uma mão ao cultor da terra.
Fui então instruído, nessa fase, a enfiar cânulas (de bambu, mas pode ser qualquer pau) próximo ao caulezinho de cada pé. E, em seguida, a erguer cada um deles, e a encontrar seu galho mais forte, para então amarrá-lo docemente à estaca, dando-lhe direção, sustentação. É como erguer do chão alguém que nos pede ajuda – requer sobretudo crer que, dando uma mão àquela vida disforme, ela irá no futuro florescer e dar seus frutos de volta ao mundo, agradecida.
Mas para o tomateiro crescer forte, para que os frutos venham bonitos, precisa podar. E nas mãos de quem só aprendera a arrancar, a destruir o mato brabo, uma tesoura de poda parece arma perigosa. Com que critério afinal se escolhem os galhos certos a serem eliminados da massa de vida folhada de cada tomateirinho verde?
Pois – isso logo aprende-se – o certo é cortar os galhos de baixo, de baixo para cima, os que concorrem com o tronco principal. Dá pena quando são bonitos, mas é preciso: se não os cortamos, acaba que a planta não toma rumo e, crente de estar realizando todas, no fim não realiza nenhuma das promessas de vida que cada ramificação encerrava em si. O certo mesmo é cortá-los, pedindo licença a cada tomateiro para tal. Com ou sem palavras, o homem que cultiva a terra dialoga com cada planta, como se lhe tentasse identificar o talento maior, o rumo certo entre todos aqueles destinos possíveis que ela propõe quando jovem. Novamente não sei se aprendi bem o serviço, mas pude entender como o cultivo da terra poupa o homem da leitura de Freud (ou, melhor, ajuda-o a compreendê-lo melhor), como o ensina a conduzir e educar planta, bicho ou pessoa, respeitando-lhe a alegria vivaz de querer expandir-se para todos os lados, mas orientando-lhe a fazer escolhas à medida em que cresce, porque afinal não se pode ser tudo o que se quer nessa vida.
Ao longo do processo, é claro, não se pode esquecer de molhar os tomateiros – com pouca água a cada vez, mas cuidando para que o terreno esteja sempre úmido e fértil. Passados uns dois, talvez três meses, começam a despontar os primeiros pomodori (ou pomidoro. Ou pomidori). E eu – agora já me fora delegada a função de gestor autônomo da horta – enchia, cheio de orgulho paternal, os cestos e baldes com os mais maduros, para comê-los em seguida n’alguma receita deliciosa do Mediterrâneo.
E por aqui vou encerrando, amigo leitor, porque já vai dando a hora do almoço e essa conversa de tomates me deu fome. E se toquei no assunto nesta semana sem ter falado de preços, de crises, de inflação, é porque não entendo muito dessas coisas. Perdão, caro leitor, mas isso é tudo o que sei sobre tomates.


sexta-feira, 12 de abril de 2013

2013 - Mais um título, Cunha!!!


Do site www.robertocunha.com
Em clima de festa e confraternização, ocorreu na noite de 21 de março a entrega de troféus dos melhores do ano no automobilismo baiano. O evento foi realizado pelo órgão máximo do automobilismo na Bahia. Entre os premiados de forma especial, estava o piloto Roberto Cunha, que recebeu a homenagem de piloto destaque nacional.

“ Fiquei muito feliz e lisonjeado com este prêmio. É muito importante para minha carreira, pois fomos escolhidos como destaque da Bahia no cenário nacional. Isso vem para mostrar que estamos no caminho certo”, falou emocionado o piloto baiano.

A equipe R2 Rally tem uma responsabilidade maior a partir de agora em 2013. Um prêmio deste porte vem para impulsionar todos os integrantes, em busca de melhores resultados. O troféu foi entregue ao piloto pela chefe de gabinete da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Transporte da Bahia, a senhora Olívia Santana.

“ A premiação foi recebida com muita felicidade e, ao mesmo tempo, se transforma em um ingrediente a mais para buscar resultados relevantes neste ano. Vamos continuar com a mesma garra e perseverança de sempre”, disse Roberto.

A equipe R2 Rally agradece a todos os patrocinadores, parceiros e amigos pelo carinho e torcida.
Roberto Cunha é piloto da equipe R2 Rally e tem o patrocínio do: GRUPO ARAÚJO CUNHA – PREMOL Artefatos de Cimento – PETROSERRA Distribuidora de Combustíveis – SALVADOR CAR Concessionária Mitsubishi – Estúdio ESPINHEIRA – TCH Turismo e eventos – APAEB Sisal – ECBAHIA.COM – HEMOBA – Obras Sociais de Irmã Dulce – SFI Chips – Casa do Tricolor e OHTM Administradora e Corretora de Seguros.

Roberto Cunha, o empresário corredor
Nota do Blog
Tornei-me amigo de Roberto através de relações comerciais. Empresário do ramo de pre-moldados, corre com as cores do tricolor baiano. Sempre digo a ele: "Esse é o único herói que restou no Bahia. O que ainda ganha tudo".
Será uma constante aqui no blog com notícias da sua participação nos diversos campeonatos de Rally, em 2013.

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quinta-feira, 11 de abril de 2013

domingo, 7 de abril de 2013

Uma Poções violenta


Minha mãe e meu pai tinham uma mania de trancar as portas da casa em Poções. Diziam que a cidade estava cheia de ladrões e um deles poderia entrar. Tinham razão e eu achava que era exagero ou coisa de gente velha.

Abro os sites de Poções e leio, em menos de meia hora, a relação de notícias que apavora pela quantidade e pelos níveis dos fatos, sem contar os acidentes nas estradas vizinhas:

- Índio homicida é preso pela polícia;
- Polícia prende homem envolvido com tráfico de entorpecentes;
- Posto de gasolina é assaltado pela terceira vez;
- Polícia recupera carro roubado;
- Homem atropelado por ônibus escolar;
- Homem morre em troca de tiros;
- Homens são presos após roubarem moto;
- Cortaram Turino na bala;
- Mais um homicídio em Poções;
- Homem é preso após esfaquear a sobrinha.

A antiga delegacia do Beco dos Artistas não caberia tantas ocorrências. O Tenente Celino, nosso grande delegado do passado, teria que ter um reforço extra, pois não daria conta sozinho de assumir tantos problemas.

A nossa antiga cadeia não comportaria tanta gente. Os policiais da época não poderiam dormir tranquilos diante dessas ocorrências. O guarda Erotildes não poderia cochilar no frio da praça. Imagine, então, se a luz fosse desligada a meia noite?

Assassinato em Poções era coisa de um ou dois, por ano, e olhe lá. Não é mais a cidade pequena que estávamos acostumados a ver e viver em paz. A violência toma números assustadores, bem que não seja um privilégio da nossa cidade. Cada vez mais me assusta a futilidade das ocorrências. Falta educação doméstica e políticas de incentivo à juventude e combate efetivo às drogas. Falta a família. Falta o estado agir mais.

Que tenhamos sucesso com a nova delegada…

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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Campeões da Fonte Nova

Passei a morar em Salvador no ano de 1972, na época em que o futebol baiano brilhava muito mais que esses babas de hoje.

Fonte Nova sempre lotada e grandes BaVis. Nomes de jogadores que até hoje são respeitados pelos torcedores de Bahia e Vitória, mesmo tendo jogado nos times rivais. Se o torcedor do Vasco respeita Zico e o flamenguista respeita Dinamite, aqui eu respeito nomes como Osni, Roberto Rebouças, Beijoca, Onça, Baiaco, Mário Sérgio e tantos outros que brilharam no futebol baiano, não importando a origem e nem onde fizeram sucesso. Ganhamos todos nós com o futebol que eles jogaram na Fonte Nova.
O meio campista Elizeu Godoy
Recentemente, reencontrei jogadores daquela época. Elizeu Godoy, um deles, craque de bola do time do Bahia. Elegante meio campista que havia jogado no Santos e no Anderlecht, da Bélgica. Hoje, comentarista da Rádio Metrópole e absoluto no seu programa de domingo. Sempre que me encontro com ele cobro para que dê uma força para o Poções voltar ao campeonato. 
O centro avante André Catimba
André Catimba também é outra sumidade do futebol baiano, que jogou no Vitória entre 1972 e 1975 e depois foi jogar no Grêmio. Até cheguei a bater uns babas no Canela junto com ele, quando ainda não existia o prédio da IBM na Rua Araújo Pinho, onde morava. Trabalha com meu amigo Marcelo Garrido e sempre o encontro na Technico, empresa onde trabalho.

O ponta direita Tirson
Voltando do desfile do Dois de Julho, parei no bar de Tirson, no Forte de São Pedro, e não perdi a chance de fazer uma fotografia e reforçar a admiração pelo craque que foi. Grande ponta direita do Bahia nos anos 70.

Espero que a nova Fonte Nova seja o motivo maior para que o futebol baiano se espelhe nesses craques do passado e resgate as tardes/noites espetaculares, proporcionadas pela competência e profissionalismo dos meus amigos acima, autênticos representantes do futebol baiano.

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Continua tudo igual...


No dia seguinte à conquista do bi-campeonato do Bahia de 1988, o jornal A TARDE, coluna Espaço do Leitor, publicou uma carta escrita por mim, falando dos problemas da Estação Rodoviária de Salvador. Falava da falta de carrinhos, dos carregadores, da fila de taxi, inclusive a charge do jornal mostrava alguém com um papel na mão dizendo “respirou, pagou”.

Na quarta feira santa, fui à Estação Rodoviária buscar meu cunhado que estava chegando de Guanambi. Pelo que ele me contou, os problemas da empresa Novo Horizonte continuavam os mesmos. Na rodoviária, pude perceber a falta de carrinhos e os carregadores jogando soltos. A fila de taxi era a mesma e o estacionamento sempre caótico e caro.

Pelo que pude ver e associar à data de 1988, posso afirmar que os hábitos da rodoviária não mudaram (e não mudará) bem como o Bahia, que não será campeão tão cedo.

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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Poçoense Adilson Santos faz exposição em Salvador

A CAIXA Cultural Salvador lança a exposição "O Tempo e eu" - 47 anos de pintura, do renomado artista poçoense Adilson Santos.

Acontecerá no dia 07 de maio, podendo ser visitada até o dia 14 de julho de 2013.

Vale a pena conferir os belos trabalhos do artista conterrâneo.