Fiz a minha parte, comemorei a medalha de Sarah e o primeiro
lugar do Brasil nas Olimpíadas. Até fotografei o quadro de medalhas na tela da
TV e pensei - essa [olimpíada] de
Londres vai ser mangaba – ganharemos muitas outras medalhas.
Nos dias seguintes, bateu um vento de azar, parecido com
aqueles que batem todas as vezes que tem disputa internacional. O Brasil bate
na trave, mas não entra. Teve quem, no treino, bateu no chão e ficou de fora, chorando como nas
vezes anteriores, pedindo desculpas aos brasileiros pela decepção. Enquanto
isso, a mesatenista polonesa Natalia Partyka,
de um braço só, dava um show no ping-pong e não eram os jogos paraolímpicos
ainda. O sul-coreano Dong Hyun, com 10% da visão, bateu recorde no arco e
flecha e ganhou o bronze. Na prova de remo, o atleta brasileiro chegou, a
pulso, em sexto. O Azerbaijão ficou em terceiro lugar.
No levantamento de pesos, vi mulheres de várias partes do
mundo levantando 135 quilos. Me lembrei de Julão Carregador, que era capaz de
carregar na cabeça dois sacos de café de 60 quilos cada, enchendo caminhões nos
armazéns de Poções. O sonho olímpico não existia na cabeça de Julão, só os
sacos. Também, não havia televisão para ele aprimorar a capacidade física.
Fiquei aqui matutando sobre a dinheirama que se gasta para a
formação de um atleta ou de uma equipe. Vejo uma turma de velhos insistindo em
ganhar. A nossa piauiense, quase sem
patrocínio, luta e ganha uma medalha. Alguma coisa está errada – será que o Banco
do Brasil do Azerbaijão é mais forte que o Banco do Brasil do Brasil?
A comentarista da televisão não vai poder ficar analisando a
postura dos nossos atletas da ginástica. Vamos mesmo tomar um Tsukahara Mortal
Carpado e voltar para casa repensando 2016 – que vai ser em casa.
E eu? vou esperar meu amigo Eugênio voltar para comemorar o
ouro de Sarah. .
É vero, amigo Sangiovanni.
ResponderExcluirSérgio Queiroz