Em
1982, quando fui a Poções votar, algumas pessoas me cobraram se já
havia escolhido o candidato a Deputado Federal. Desconversava e dizia
que sim. Logo, vinha a pergunta indiscreta:
-
Quem é? Vai votar em quem?
E
eu respondia: Carlos de Andrade.
Carlos
de Andrade? quem é esse? Nunca ouvi falar!!!
Naquele
ano, houve o acidente de helicóptero que vitimou o candidato
Clériston Andrade. Foi escolhido o ilustre desconhecido João Durval
e este ganhou a eleição para o governo do estado, após quinze dias de campanha política
por conta do apoio de ACM (assim começou a nascer João Henrique
Barradas Carneiro, ex-prefeito de Salvador).
Eu
convivi muitos finais de semanas em Conquista e havia conhecido o
candidato Carlos de Andrade em reuniões de família quando ainda
namorava Bete. Gostava da forma que ele governava a cidade (era o
prefeito) e que poderia ser um grande Deputado Federal, como assim
foi.
Carlos
de Andrade é o mesmo Raul Carlos de Andrade Ferraz e se elegeu com
exatos 38.872 votos. Depois, em 1987, tornou a se candidatar e se
reelegeu.
Raul Ferraz (Foto: Luiz Sangiovanni) |
Agora,
em março, estava numa festa na cidade de Conquista e veio aquele
senhor vistoso sentar-se à nossa mesa e foi contando a história do
redescobrimento do Brasil. Apresentei-me como seu eleitor e fiquei
ali pensando que Raul Ferraz poderia imaginar que eu fosse um
aventureiro querendo fazer “média”, mas fui logo contando a
história de Carlos de Andrade.
Raul,
depois de vastos estudos, escreveu, em 2008, o livro O Prado e o
Descobrimento do Brasil (Thesaurus Editora), que teve a sua segunda
edição lançada em 2010. Ele prova que Pedro Álvares Cabral esteve
no Prado antes de seguir para Porto Seguro. Sob a luz da carta de
Pero Vaz de Caminha, fundamenta a verdadeira história do
descobrimento.
Em
resumo, Raul cita que a esquadra de Cabral, no dia 22 de abril, fez o
primeiro avistamento, a primeira ancoragem, batizou o monte com o
nome de Monte Pascoal e deu o primeiro nome à TERRA DE VERA CRUZ,
passando a primeira noite ancorado sob o céu do Brasil, exatamente
na costa do município do Prado.
Ainda
no dia 23, efetuou a segunda ancoragem a meia légua da barra do Rio
Cahy. Ocorreu a ida de Nicolau Coelho para ver o rio. Houve a tomada
de posse da terra e a solenidade do primeiro encontro com 18 a 20
homens pardos, todos nus. Dormiu ancorado na barra do Rio Cahy, na
costa do Prado.
No
dia 24, descreve Raul, houve uma reunião com os Capitães na nau
capitânea e depois rumaram ao norte a procura de um porto, quando
chegaram a Porto Seguro.
Ele
ainda me perguntou se eu conseguia ver o Monte Pascoal a partir de
Porto Seguro. Viajo constantemente por aquela região, principalmente
de Eunápolis a Teixeira de Freitas, e afirmei que o Monte Pascoal
pode ser visto a partir da BR101, mas pro lado de Itamaraju, e nunca
a partir de Porto Seguro.
O
livro é uma viagem ao descobrimento com as inúmeras afirmações
corretas e é um documento que prova que o Brasil foi mesmo
descoberto no município do Prado. Comercialmente, não interessa
para Porto Seguro que estes fatos sejam divulgados, mas o meu
candidato e historiador, Carlos de Andrade, está corretíssimo na
sua interpretação.
Viva
o Brasil, viva o Prado!!!
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