"Se chorei ou se sorri, o importante é que em Poções eu vivi"

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Monsenhor Estevam é nomeado Bispo da Arquidiocese de Salvador

Monsenhor Estevam Santos Silva Filho
Nesta Quarta feira, 29, a sua Santidade o Papa Francisco, nomeou o Monsenhor Estevam Santos Silva Filho como Bispo Auxiliar da Arquidiocese Primaz do Brasil São Salvador da Bahia.

O Monsenhor Estevam foi pároco da nossa cidade por muitos anos. Pela firmeza do seu trabalho religioso, seu caráter, principio moral e outras tantas qualidades, a escolha é merecida. 

Padre Estevam, em Poções, na tradicional busca do Mastro (foto: Lulu Sangiovanni)
 
O Blog deseja os parabéns e boa sorte ao padre Estevam e que o seu trabalho possa atingir milhares de pessoas de todo o Brasil.    
 

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Opinião - Nosso irmão Mufula!!!

Por Zóstenes Ribeiro

Com sua permissão gostaria de falar de Poções, mas especificamente de uma das figuras carismáticas dessa terra que é o nossso irmão MUFULA - O Radialista das multidões e o poeta dos sertões. Esse cara é um dos maiores artistas do Brasil, e um dos maiores talentos da comunicação contemporânea. 
O radialista Mufula
Podemos comparar o velho Mufa aos grandes decanos da radiofonia. Sinceramente, não consigo entender porque homens como Mufula são tão discriminados pelo sociedade elitista desse país. Mufula, indubitavelmente é o maior comunicador nato dessa cidade. 

Poções e Mufula se fundem na integridade, na poesia e na nobreza do sertanejo. Como eu poderia falar de Poções, a minha cidade, a cidade dos meus pais, sem falar de Mufula, meu dileto companheiro de Rádio. Fui conhecer de forma clara e definida, na sua essência e em todo seu teor intelectual, mas especificamente em Jaguaquara, onde trabalhamos durante vários anos na então Rádio Vale Aprazível, onde Mufula comandava um dos programas mais ouvidos e até hoje lembrados da emissora. 

Em Gandu, uma das cidades mais emblemáticas do Sul do estado, o nosso poeta apresentou praticamente todos os programas, mas fez história mesmo foi na crônica policial. Surpreendendo a todos, o nosso poeta incorporou o maior repórter policial do Brasil, e ao meu lado, comandou as reportagens policias que ficaram nos anais da radiofonia regional. 

Amanhecer na mais linda cidade da região, sem ouvir a voz de Mufula, não tem mais graça!  Não é mais a mesma coisa!  E só. 

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domingo, 26 de janeiro de 2014

Rosa Alba Sarno faz exposição de pinturas


Rosa Alba convida a todos para a sua exposição de pinturas ONDE, a ser realizada na Galeria Nelson Dahia, no Largo do Pelourinho, com abertura programada para o dia 30 de janeiro, próxima quinta-feira.

Rosa é poçoense e reside em Salvador, irmã do cineasta Geraldo Sarno.


Pinturas de Rosa Alba Sarno

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Reinaugurado o PSF Amedeo Sangiovanni

Com informações e foto do site da Prefeitura Municipal de Poções www.pocoes.ba.gov.br

Dirigentes municipais de Poções e Michele
A Prefeitura Municipal de Poções, através da Secretaria Municipal de Saúde, entregou para a população, nesta sexta-feira (17), a reforma do Posto de Saúde da Família Amedeo Sangiovanni, no bairro Bela Vista. A obra foi feita com recursos próprios. Estiveram presentes à reinauguração várias autoridades, como o prefeito Otto Magalhães, o vice-prefeito João Bonfim, o secretário de saúde, Mateus Cruz, o presidente da câmara, José Mauro, além dos demais vereadores da base aliada e secretários.

A comunidade compareceu em grande número e prestigiou a solenidade, que também contou com a presença do empresário e ex-secretário de saúde, Michele Sangiovanni – filho do saudoso Amedeo Sangiovanni. Ele disse que sempre visita a unidade, que carrega o nome de seu Pai, e que a mesma ficou durante anos abandonada. “Agora os moradores do bairro Bela Vista terão mais conforto, parabenizo o prefeito Otto Magalhães pelo investimento em saúde”, disse Sangiovanni.

O médico Dr. Yuri Gusmão, que trabalha na unidade, salientou que a reforma e ampliação da Unidade de Saúde atendeu a uma reivindicação dos usuários e funcionários, que consideravam o local sem condições de trabalho. “Hoje se tornou uma unidade bastante acolhedora e que, junto à ótima equipe, proporcionaremos um melhor atendimento a população”, disse o jovem e competente médico.

Nota do Blog
A família Sangiovanni já se sentia honrada por essa homenagem anterior. Agora, parabenizamos e agradecemos aos dirigentes pela reinauguração do Posto de Saúde, mantendo a lembrança de Amedeo (Chico) Sangiovanni, nosso pai, permitindo, principalmente, o acesso da população à saúde.  


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Livro de Adilson Fagundes Santos é lançado em Poções

Texto de Fábio Agra
Fotos: Márcio Fagundes

Lançamento do livro em Poções
 Muitas pessoas da minha geração, dos 30 anos para baixo, não conhecem Adilson Santos nem sua obra. 

Não sabem que este artista, nascido em Poções, pequeno no tamanho, grande em pinturas surrealistas e flamengas, carrega em suas tintas, em seus estreitos ombros, o nome da cidade mundo afora. Nesta sexta-feira,17, Poções recebeu o mundo, fez-se parte do mundo pelas páginas dos dois livros que compõem a caixa de “O Exercício Livre da Memória”. Além dos livros, a caixa tem um documentário sobre Adilson Santos e traz também uma Poções de outrora, de um céu e luar estonteantes, da igrejinha, dos quintais livres para se brincar com o peão… As pinturas e desenhos de Adilson dizem muito sobre Poções, sobre seus fundos de quintais. Enquanto o pião de Adilson Santos gira, gira e gira, as memórias dos que adentravam o Cerimonial Garden, para participar do lançamento dos livros, são expostas e sentidas em cada passo dado em direção à pessoa que está à mesa autografando. O olhar de quem chega está compenetrado, hipnotizado em direção à mão que agora rabisca piões e nomes em um dos livros. Quando os olhares se encontram, o do artista e dos velhos amigos, os sorrisos temem em se guardar para que os lábios possam ficar livres e enfim pronunciar qualquer lembrança; os abraços parecem eternos. Adilson Santos tem diante de si o seu passado agora em carne e osso, e não somente em memórias, paletas, pincéis, telas e papeis.

O título dos livros faz jus ao final de tarde e restante da noite. A memória dos que compareceram ao lançamento esteve todo o tempo correndo naquele ambiente, como uma criança, entre uma Poções da década de 1950 e a presente. Incansável, ela puxava para as mesas os fundos de quintais, os tropeiros, as casuarinas, o Alexandre Porfírio, Corinto Sarno, a Praça da Liberdade…

Adilson e o amigo de infância João Batatinha
Quanta liberdade a memória tem neste dia para desfilar entre uma boca e outra, entre um ouvido e outro suas histórias. Enquanto Adilson Santos ia autografando os livros, Michele Sangiovanni narrava inúmeras delas. O ponto de partida para os relatos do filho de Amedeo Sangiovanni foi a chegada de mais um ilustre. Por toda minha vida ouvia em alguma esquina, em algum campo de futebol, em qualquer praça, o nome do maior jogador de futebol que Poções já teve. Então, Michele diz – João Batatinha! Olhei para traz sabendo que ia encontrar uma pessoa mítica. Esse senhor de cabelos grisalhos, estatura média, que adentrava o local sorrindo, era o grande ex-jogador João Batatinha.

Cresci ouvindo esse nome e, agora, eu estava ali bem diante do maior de todos. Sentou-se à mesa com uma simplicidade e simpatia colossal, após alguns minutos do reencontro com Adilson Santos. Com João Batatinha, Michele, Carlos Rizério e Rita, esposa de Michele, o passado de Poções veio à flora.

João Batatinha falava da Praça da Liberdade, que ele se recusa a chamá-la de Praça da Bandeira; lembrou do Obelisco e também das árvores que parecem pinheiros, as casuarinas. Michele, então, revela uma traquinagem de infância. Eles pegavam as pastas que cada estudante tinha e as colocavam em nos galhos das árvores. Puxavam até embaixo e depois soltavam. “As pastas voavam longe”. Para ele, foi inevitável não recordar os tempos de estudo no Alexandre Porfírio, a única escola da cidade e com uniforme cor de cáqui que alguns alunos compravam e às vezes o governo dava. “Eu sempre usava o do governo”, conta João Batatinha em meio à risada. “Enquanto vocês estudavam eu ficava jogando bola”, acrescenta. “Ele jogava bola de manhã, de tarde e de noite”, Michele puxa à memória aqueles dias na Praça da Liberdade. Adilson Santos mais tarde senta e diz que o time tinha um bom quarteto formado por Zoma, João Batatinha, ele e…
José Carlos Leto chega e Michele logo trata de dizer que é preciso resgatar algumas tradições italianas na cidade. Eu conhecia José Carlos Leto de nome, de sua ligação com o cinema, do grupo do Facebook Velhas Fotografias de Poções, que nos tem brindado com um acervo brilhante e foi criado por Lulu Sangiovanni. Tive então o prazer também de conhecê-lo pessoalmente durante o lançamento.

Entre tantos nome e mitos que iam se juntando a nós, Michele relembra de Corinto Sarno, que para ele foi um dos maiores homens que já viveu em Poções. Contribuiu para a chegada da energia elétrica, foi o primeiro a ter um aparelho de telefone, era um dos responsáveis pela construção da Igreja Matriz, entre tantos outros atributos. “Merece muito mais do que um nome de rua”, diz inconformado. Ouvi atentamente Michele falar também sobre os tropeiros que tinham suas longas capas e chegavam na sexta-feira para dormir na cidade e vender suas mercadorias no outro dia. Falou da tipografia que João Batatinha ainda mantém como uma herança de família, do seu pai Alcides.

O passado e suas memórias estão batendo à porta. Deixemos entrá-los e vamos expandi-los. Como disse Lulu Sangiovanni em recente publicação em seu blog, “Os lançamentos dos livros de Affonso Manta e Adilson Santos coroam a cultura poçõense”. Tive sorte de presenciar os dois lançamentos, a Antologia Affonso Manta, organizada por Ruy Espinheira Filho, lançada em Salvador em novembro de 2013, e agora “O exercício livre da memória”, de Adilson Santos.

Fábio Agra, autor deste texto, e Adilson Santos
De lá para cá, li os poemas de Affonso, apertei as mãos de Adilson Santos e quase me ajoelhei diante dos pés de João Batatinha, o maior jogador que Poções já ouviu falar. Para Michelle, só não foi melhor que Pelé. Nossos heróis, mitos e personagens estão aparecendo, estão se materializando, por ora em livros, memórias alheias e fotografias. Precisamos ainda de muito mais, esse é só o começo, é só o ponta pé inicial, mas agora com João Batatinha e Adilson Santos em campo.

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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O Obelisco

Por Eduardo Sarno (escrito em 1998)

A nossa geração tem esta marca indelével de apego sentimental à cidadezinha do interior que albergou nossa infância e juventude.

Lembramos o nosso saudoso obelisco, de base hexagonal,que afinava à medida que subia, construído por Paulo Barbosa do Amaral e inaugurado a 10 de novembro de 1941, na Praça da Bandeira, na gestão do Dr. Peixoto. Era um dos raros e talvez único monumento dedicado à Bandeira Pátria. A descrição e a foto do obelisco, garboso na sua originalidade, consta no livro "Monumentos Nacionais".

O conjunto do obelisco era composto de quatro postes com luminárias e quatro bancos de granito, sem encosto, com um largo passeio em volta. Na praça, as casuarinas ,plantas originárias da Austrália, lembrando árvores de Natal simétricas, lindas no seu verde fosco, contrapondo com o céu azul e as nuvens multiformes e alvas. Seus raminhos verdes cilíndricos, que substituem as folhas, divididos em pequenas secções, serviam para uma brincadeira inocente: partido em dois, e depois perfeitamente encaixado, tratava-se de adivinhar qual o gomo que havia sido secionado.

Velhuscas, nodosas, as casuarinas ainda estão lá. Quando passamos perto o som do vento nos galhos parece dizer: “ - Olha quem está aí ! lembram daquele menino ?”

Quem não está mais é o obelisco. Ferrugem? descaso? mas era um obelisco importante. Além das casuarinas ele era cercado pela casa de Luis Sarno, onde antes funcionou o Dopolavoro Umberto Maddalena, a Igreja dos Crentes (como a chamávamos), do pastor Alcides “Batatinha” (como o chamávamos), a Escola Alexandre Porfírio, a casa de Argemiro Pinheiro, a dos Mascarenhas, a de Juvenal Oliveira, a de Ioiô Macedo, a de Brás Labanca, pela antiga sede do Clube Social, a de Dr. Trindade, a casa de Américo Libonati e a da Escola da Cooperativa da professora Lusmar e pela atual Prefeitura, que já foi clube e jardim de infância, onde cursei.

Era lá no obelisco , nos seus degrauzinhos, que as crianças sentavam em grupo para tirar fotos, que nas tardes de domingo Antonio Leto passeava com Dalva e suas futuras cunhadas Dolores e Alina, que Félix Magalhães e Maita Curvelo, namorados, pensavam que tinham por única testemunha dos seus amores o solitário obelisco, sem saber que a meninada olhava tudo de longe.

Era lá que o Dr. Fernando Costa realizava os atos cívicos, quando da sua gestão na Prefeitura, perfilando a Filarmônica de Mestre Nadinho e o Tiro de Guerra. Era no obelisco que, na hora do “baba” sentavam os que não estavam jogando.

Nele, no tempo de Getúlio Vargas, eram colados os cartazes convocando os reservistas para defender a Pátria e o povo para aprender o ABC. Era lá que acontecia tanta coisa que eu nem sei contar...

Com o tempo o obelisco ficou esclerosado, descamado, feio e ninguém cuidou dele. Parecia que diziam: “-Cai logo, peste!” Mas ele não caiu, foi demolido.

No seu lugar foi construído um lindo jardim florido e bem cuidado.

Sem desmerecer as flores acho que jogamos fora um obelisco cheinho de lembranças e emoções.

Eduardo Sarno
Fev/98

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Velhas Fotografias de Poções - Uma realidade

Tonhe Banana, Albérico, Jeová e Sandoval  formavam Os Fantasmas, primeira banda de Poções
Faço parte de uma página italiana do Facebook, intitulada Vecchie Fotografie di Mormanno ed intorno (Velhas Fotografias de Mormanno e região). Tenho, ali, a oportunidade de publicar as fotografias que recebemos nas cartas que foram enviadas durante vários anos pelos nossos tios e primos.

São fotos únicas. As pessoas eram fotografadas e mandavam nas cartas sem se preocuparem em deixar ou mandar fazer uma cópia. Então, as manifestações das pessoas no FB eram de surpresa, como se fossem vistas pela primeira vez.

Eles (a página italiana) detalham as fotos e, praticamente, contam as histórias, citam nomes e são incentivados a publicarem outras fotos. Então, uma memória pode ser resgatada.

Pensei a mesma coisa para Poções, apesar do nosso acervo fotográfico ter sido bem diferente e mais fácil. Por exemplo: na nossa cidade, os fotógrafos existiam em maior número. Os filmes eram revelados e sempre faziam-se cópias extras na ampliação para ajustar tempo de exposição, revelação e foco. Inúmeras vezes, Vitinho e Zelinho fizeram isso e mandavam as fotos extras para a família que encomendava. Por sua vez, essas fotos eram mandadas como lembranças para as outras famílias e colcadas em álbuns.

É comum na nossa família a existência da mesma foto em vários álbuns.

Por outro lado, os museus de Zé Onildo e do Iecem não se desenvolvem e as fotos exibidas são sempre as mesmas. Enquanto isso, as gavetas das pessoas estão cheias de fotos, se perdendo com a ação do tempo. Um dos objetivos é alimentar os museus com as fotos.

O Cine Glória de Poções anunciando o filme A Marca do Vingador
Criei a página em novembro e fiz alguns testes até o lançamento no dia de hoje. Em pouco tempo, já são dezenas de publicações e centenas de visualizações. Meu amigo Fábio Agra mandou uma mensagem “in-box” dizendo que logo apareceria alguma pérola. Não demorou muito e José Olavo Lago mandou uma foto do Cine Glória. Na sequencia, Robertinho Fagundes Prudente manda as fotos do primeiro grupo musical, Os Fantasmas.

Os próprios museus podem copiar ou solicitar aos proprietários as cópias com maiores resoluções e próprias para ampliação. O colaborador deve se esforçar para citar nomes das pessoas, locais e datas.

Posteriormente, farei uma classificação por assunto para que os historiadores se interessem em contar a história da cidade.

A Filarmônica em uma das suas formações
Por outro lado, enquanto as fotos chegam, vamos ficando nesse “frisson” que as postagens está causando e aguardando por outras pessoas que ainda não conhecem a página e têm muito a colaborar.


Velhas Fotografias de Poções tem o seguinte endereço no Facebook: https://www.facebook.com/groups/213813892124248/

Obrigado a todos que estão contribuindo. A história de Poções agradece.

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