Arthur começou a sua vida profissional no início dos
anos 70, quando eu ainda estudava no Ginásio. Poucos médicos se aventuravam a
clinicar em Poções – Dr. Ari Dias, Dr. Antônio Libonati, depois o Dr. Orlando
Ventura de Matos (tio dele), o próprio Arthur, mais tarde Dr. Eduardo, Dra.
Henriqueta, Dr. Francisco e Dr. Emanuel.
A foto abaixo mostra Arthur sendo um dos jurados de
um desfile de modas que ocorreu no Clube Social de Poções, o clube velho.
Os jurados Irundy, Noélia, Lélia, Arthur, Chico (meu pai) e Carlos de Daniel |
Me lembro de duas passagens com Arthur.
Um dia de festa no Clube de Poções, meu irmão Pepone
se envolveu numa briga e, no meio da confusão, pisou num caco de garrafa e
cortou a lateral do pé. Sangrava bastante e enrolamos uma toalha de mesa na
tentativa de estancar o ferimento. Naquela época, qualquer pessoa ferida ou
necessitando de cuidados médicos era encaminhada para a farmácia de Fábio
Rocha, a Farmácia Santana, o Hospital Regional estava fechado, abandonado. Só que o ocorrido no clube foi às quatro da manhã.
Antonio Celso Sarno foi acordar o Dr. Arthur para fazer a sutura. A clínica
dele era ao lado da farmácia do pai, na praça principal. De imediato, o jovem
médico chegou com a maletinha na mão, lavou o ferimento, anestesiou e deu os
pontos. Enquanto fazia o trabalho, brincou com meu irmão quando perguntou se
era sério o ferimento e se a quantidade de sangue perdido era muita. Arthur,
naquele semblante bonachão, respondeu: - Fique tranquilo, aquilo que você perdeu
foi o álcool, o sangue tá todo aí…
Outra vez, mais recente, num sábado de manhã, tomava "uma" com meu
irmão Michele, o amigo Remo e meu sobrinho Bruno no bar do Posto
Gardelin, no Pituba. Por alguma razão, o rosto de Bruno começou a inchar devido
a uma reação alérgica. Michele ficou preocupado e fomos ao hospital para o
atendimento de emergência. A recepção do hospital estava lotada e o rosto avermelhado
de Bruno inchava mais. – Vamos na casa de Dr. Arthur, disse Michele. Quando chegamos, ele tomava uma cerveja no quintal e ficou contente em ver que teria
companhia. Michele sinalizava preocupação com a situação de Bruno.
Tranquilamente, Arthur disse: - Guel, senta aqui pra gente conversar! Mande
Lulu levar Bruno na farmácia pra tomar uma colher de Polaramine. Depois, ele volta
pra tomar uma e eu olho Bruno. Mas é besteira. Depois a gente ver a causa!
Esse era Dr. Arthur, o amigo e profissional, sempre
pronto para atender.