No texto publicado ontem, eu falei do acaso. Hoje, recebo uma ligação telefônica para tratar de serviços de plotagem de veículos. Mesmo sabendo que não trabalhava mais naquela empresa, perguntei por Wellington Pereira (Ton) e fui surpreendido com a notícia de que faleceu no primeiro semestre de 2010, vitima de alguma complicação cardiológica.
Ele sempre me dizia: - Quando você for rapidamente a Poções me chame, pois eu quero ver aquelas pessoas, principalmente a família de Tia Neuza (esposa de Miga).
Ainda não havia o blog quando publiquei o texto abaixo em 2007. Relembra o nosso reencontro. Em sua homenagem, publicarei o texto:
“Estava procurando uma empresa para fazer trabalhos de programação visual. Indicaram Supimpa, na Br-324, saída de Salvador. Tinha que plotar os veículos da empresa e fui ao encontro do cidadão, que é o “fera” dos mega cartazes expostos nas ruas de Salvador.
Chegando ao escritório dele, deparei com um cidadão sentado atrás de uma carteira, cabelos brancos e de olhar fixo. Apresentei-me. Ele, ao ouvir o meu sobrenome, pergunta:- Você é irmão de Migueluccio? de Poções? Eu sou Ton, irmão de Nino. Certamente não se lembra de mim.
Lógico que eu me lembrei dele, de Nino e do tempo em que eles moraram em Poções, bem na Praça do Coreto. Wellington Antônio Vieira Pereira é o Ton, irmão de Clóvis Pereira Júnior, o Nino do Cartório, filhos do Sr. Clóvis Pereira.
Não tinha mais assunto de trabalho a não ser reatar aquela lembrança boa. Passamos a falar de coisas do passado, das pessoas e da saudade. São 25 anos que ele não vai a Poções, mas parece que as coisas estão vivas, com riquezas de detalhes na mente do amigo Ton. Para os mais antigos, mandou notícias de Nino – está morando em Niterói-RJ e bem de saúde. (*)
Como os serviços prestados por ele são de qualidade, já estamos na terceira remessa de plotagens dos veículos e faço questão de visitá-lo quando negociamos. Cada vez que nos falamos, revela lembranças e o grande desejo de retornar a Poções para “matar” a saudade. Indiquei as colunas e leu todas. Me disse: “a gente precisa sentar pra conversar. Você vai ter história pra encher o site”.
Outro dia, empolgado com as histórias que leu, me ligou para dizer que a publicação das colunas deveria ser menos espaçada e me contou um fato interessante que merece registro.
Aconteceu em 1957, antes de falecer o Sr. Clóvis Pereira. A energia elétrica ficou ligada direta por dois dias, devido ao grave estado de saúde que o pai atravessava. Era uma questão de extrema necessidade, pois somente nos casos de saúde, nas noites de festas, sentinelas e outros muito especiais a geração de energia se prolongava após as 22 horas.
Ton, estudante interno no colégio de Jequié, fora chamado às pressas em uma das crises do pai. O amigo Almir Rocha (Miga) foi apanhá-lo em Jequié e, no caminho, após a meia noite, próximo a Poções, sentiu um alívio enorme ao perceber que a cidade estava às escuras. A escuridão era sinal de paz naquela noite que pareceria ser difícil. Tinha a certeza que o pai estava vivo e pode confirmar chegando em casa.
Cinqüenta anos após, ainda é uma lembrança viva e marcou para sempre o cidadão poçõense. O fato chama atenção para os momentos que cada um guarda na memória e quanto é importante para enxergamos o tempo e as rápidas mudanças. Emocionado, ele disse que era um sinal de respeito e prestígio para um homem com relevantes serviços prestados à cidade.
O outro lado bom foi a maneira despretensiosa de reencontrar o simpático contemporâneo que me fez lembrar das épocas das brincadeiras no coreto, do velho Ginásio da praça, da lateral da Igrejinha, da escuridão das ruas e de uma turma mais velha, anterior a minha. Me deu saudades e vontade de rever tantos amigos sumidos.Valeu Ton, que você possa reencontrar mais rápido os seus velhos amigos!
(*) Ton informou que Nino faleceu no final de março de 2008".
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Lulu,
ResponderExcluirNão sabia do falecimento do Ton, estive com ele várias vezes no Oceania, trocando idéias e relembrando das festas quando ele vinha de férias de jequié para Poções,era um cara muito bacana.
As vezes eu escondia atrás do poste e gritava(deixa que eu chuto...)aí ele aparecia puxando da perna e rindo, pô Jorjão ainda lembra né? rsrs..Que Deus o tenha a seu lado.