Semana passada, estava na casa de amigos para um churrasco. Do nada, apareceu um papo sobre baratas. A questão era saber como uma barata poderia chegar voando até o 14º. andar.
Os mais experientes diziam que era impossível. Naquela altura, só se viesse da casa do vizinho, disse um dos amigos. O outro, retrucou e disse ser totalmente possível a barata ser voadora – elas vem voando dos prédios da beira mar para os prédios maiores da Av. Manoel Dias. Fazem escala e depois voam para os prédios mais altos.
Mas, barata e churrasco nunca combinaram e os amigos quiseram encerrar o assunto. Eu não deixei antes de contar a minha história.
Foi em Poções, na loja dos meus tios. Eles tinham o costume de tomar no meio da tarde uma garapa, um suco e, depois, um café. Eu gostava de jogar uma bolinha nas gramas e andar com uma bicicleta Caloi. No final da tarde, suado e cansado, fazia uma pausa na loja para filar o resto da garapa.
Havia um quartinho escuro onde as prateleiras serviam como uma pequena mesa. Nessa tarde, eu cheguei com tanta sede e não havia mais a garapa – só uma garrafa com água que foi deixada no dia anterior. Não contei conversa, comecei a beber diretamente no gargalo e tomei uns 10 goles. Alguma coisa estranha na água e parei imediatamente para ver o que era. Não deu outra:
- uma barata daquelas grandes e já afogada.
Chega, senão ninguém vai comer mais…falou Jorge Roberto, meu amigo que tem medo de baratas até em fotografia.
Depois disso, não coloco a boca no gargalo sem ohar o que tem dentro.
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